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13.1.23

O Infinito num Junco

 

O Infinito num Junco
Irene Vallejo
2019
Não-Ficção


Ofereceram-me este livro no Natal e como já tinha ouvido falar TANTO dele (via BookCrossing) passei-o logo para a frente da minha pilha TBR.

Por um lado gostei, por outro fiquei desapontada. A autora tenta, neste livro, explorar a história do livro enquanto objecto, começando no mundo do papiro e terminando no universo do papel. No entanto, ela não o faz de forma cronológica, o que acaba por ser bastante confuso.

Para além disso está constantemente a misturar histórias da sua própria vida, que não me interessam nada, para tentar ilustrar o quanto ama e gosta de livros, o que para todos os casos também não interessa.

Devido à estrutura confusa do livro, que mistura a Babilónia com o Holocausto, a leitura é difícil e por vezes aborrecida. Felizmente temos muitas curiosidades interessantes e estranhas sobre o mundo da antiguidade para nos entreter.

Broker

 

Broker
Hirokazu Koreeda
2022
Filme
5 em 10


Fomos ver este filme no cinema. Foi muito chato.

Uma mulher abandona o seu bebé numa caixa de bebés de uma igreja local da Coreia. A criança é levada por um funcionario, para que - com o seu parceiro - seja vendida a uma família que não possa ter filhos. Quando a mulher regressa para recuperar o bebé forma-se uma espécie de família quebrada que vai numa roadtrip em busca das pessoas ideais para a adopção.

Este filme tem uma série de camadas sobre as personagens que me pareceram absolutamente inúteis para o desenvolvimento da história. Para mim não era necessário ter uma perspectiva do passado de cada personagem, com excepção talvez da figura feminina, sobretudo porque o filme tenta justificar com isso o injustificável (roubar e vender bebés, ie. tráfico humano)

Podia ter sido muito mais curto e muito menos chato se tivessem cortado uma série de elementos que me pareceram superficiais.

Não gostei.

The Assistant

 

The Assistant
Kitty Green
2019
Filme
5 em 10


Um filme indie que vimos pela actriz protagonista, Julia Garner, de quem gostámos muito na série "Ozark".

Uma anónima assistente de uma grande empresa de Hollywood trabalha que se farta e não vê reconhecidos os seus esforços. Um Chefe também anónimo domina todas as conversas nesta empresa, e ele é uma pessoa difícil e violenta. Quando a assistente repara que o Chefe utiliza a sua influência para conquistar incautas raparigas e aproveitar os seus desejos de fama para fins sexuais, coloca-se em conflito. Mas valerá a pena?

O filme é muito estranho porque esta empresa gigante parece estar parada algures em 2002. Os telefones são velhos, os computadores são modernos, as fotocopiadoras são antigas, a copa tem um design old-school. Então parece que estamos encapsulados numa empresa fantasma pavorosa, da qual não podemos sair sem dar cabo da saúde mental.

Apesar de a actriz ser muito boa, a sua personagem também não revela grande densidade, pois foi escrita quase para provar um argumento, um subtil momento de "MeToo" que acaba injustiçado e frustrado.

Foi interessante, mas será rapidamente esquecido.

Sasaki to Miyano

 

Sasaki to Miyano
Kananiwa Kozue - Studio Deen
Anime - 12 Episódios
2022
5 em 10


Para variar um pouco, uma história de BoysLove.

Miyano é um fudanshi, rapaz que gosta de livros BL. Sasaki pede-lhe uma recomendação de manga e começa a gostar destes romances. E, com isso, no meio de muitas dúvidas e tabus, eles apaixonam-se.

É um anime de romance muito simples, com vários elementos slice of life escolares, e momentos típicos deste tipo de narrativa. As personagens são simpáticas e o seu conflito sexual é algo pouco abordado em animes BL, que usualmente se remetem a uma grande fantasia social.

Infelizmente temos uma animação praticamente inexistente, e uma banda sonora incapaz de nos atrair para a beleza do romance.

Por isso, é um anime simpático mas muito pouco criativo.

Inu-Oh

 

Inu-Oh
Yuasa Masaaki - Science SARU
Anime - Filme
2022
6 em 10


Estamos na época Heian e as performances que toda a gente quer ver são os relatos da guerra do clã Heike. E se essas performances fossem na verdade.... Glam Rock?

O conceito é muito engraçado e temos momentos de animação genial, em que se transmite o sentimento de concerto de massas para um contexto antigo e deslocalizado. No entanto, rapidamente as músicas se tornam repetitivas e cansativas, sendo que o filme acaba por parecer um videoclip de uma hora e meia para uma música... De uma hora e meia.

Os designs são muito interessantes e, como digo, temos alturas de beleza pura. A história é, no fundo, a fantasia do que poderia ter sido a ascensão de "Inu-Ou", um dos artistas mais influentes na época. Mas o contexto musical é tão aborrecido que não posso dar melhor classificação a este filme.

Glass Onion

 

Glass Onion
Rian Johnson
2022
Filme
6 em 10


Benoit Blanc, o maior detective de sempre, volta para um novo mistério. Um milionário envia um misterioso convite aos seus amigos para se juntarem a ele na sua ilha privada. Irão participar num jogo: descobrir quem é o culpado pela sua própria morte.

O filme está dividido em duas partes distintas: a apresentação dos personagens e da situação do mistério; e a resolução do mistério em que revemos todas as cenas essenciais mas de outra perspectiva. Na verdade, todos os dados para resolver o mistério estão presentes a todo o instante, nós é que não reparamos neles porque não temos o olho apontado para aí.

O filme é altamente irónico, e faz uma crítica mordaz às grandes figuras influentes da nossa época: o ultra-milionário ignorante e mimado; o político corrupto; a socialite burra; o influencer machista. É o conflito entre todas estas personalidades que nos oferece momentos de pura comédia, mas também um mistério interessante e bem feito.

No fundo, este filme funciona mais como crítica social do que como policial per se, mas foi bastante divertido.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

 

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Tim Burton
1999
Filme
6 em 10


Apanhámos este filme na televisão e ocorreu-me uma memória antiga: a primeira vez que fui ao cinema com a turma, há estes anos todos, o objectivo era ir ver este filme. Mandámos os rapazes que pareciam mais velhos (o filme era para maiores de 14) comprar os bilhetes, comprar 20 e tal bilhetes. É óbvio que não lhos venderam, e por isso tivemos de ir ver "O Lago".

Adiante.

Um polícia interessado na mais moderna forma de resolver assassinatos, através de patologia e exames químicos (mas que tem muito nojo de coisas mortas), é remetido para uma aldeia remota em que - misteriosamente - estão a acontecer assassinatos. Uma coisa em comum entre todos eles: as vítimas são encontradas sem cabeça. E toda a aldeia sabe quem é o culpado: o fantasma do Cavaleiro Sem Cabeça.

Se ao início o filme é muito científico, com toda uma estética steampunk engraçada, rapidamente se transforma num delirante relato de bruxaria e invocação de forças maléficas. A trama policial está bem feita, mas acaba por ser ligeiramente confusa.

A parte mais interessante é sem dúvida toda a abordagem técnica aos assassinatos.

Pensando nisso, com a idade que tinha talvez me impressionasse grandemente se visse este filme no cinema.

Do I Have to Wear Black?

 

Do I Have to Wear Black?
Mortellus
2021
Paganismo


Li este livro a propósito do Book Club do Refúgio da Bruxaria, e trabalhei durante vários meses a convencer toda a gente para que fosse nomeado.

Algo que me tem perturbado ultimamente é o que fazer, enquanto pessoa pagã, num funeral normativo. Este livro, infelizmente, não responde a essa questão, mas tem uma análise importante sobre o que é a morte no contexto pagão e alguns dados sobre o funcionamento de funerárias (nos EUA).

O seu foco principal é a descrição de ritos e sugestões de textos e músicas para utilizar em cada tipo de funeral pagão. No entanto pareceu-me mais um conjunto de instruções sobre "como nos comportar num enterro diferente do habitual" do que um poço de ideias para planearmos o nosso próprio fim.

Temos ritos para todos os contextos, desde a morte de um animal até à de crianças pequenas.

É um livro cheio de compaixão, mas que me desapontou um pouco. Talvez estivesse com uma expectativa demasiado alta.

The Menu

 

The Menu
Mark Mylod
2022
Filme
6 em 10


Um grupo de pessoas vai a um restaurante altamente exclusivo, do melhor Chef de sempre, com um preço exorbitante. Um dos casais presente é curioso: um rapaz fanático por alta cozinha e uma acompanhante que nem sabe muito bem o que está ali a fazer.

À medida que pratos cada vez mais elaborados vão surgindo começamos a perceber que se passa algo de errado. Estes cozinheiros estão a gozar com os seus clientes, mas porquê?

É um filme que fala do conflito entre classes sociais, usando para isso um conjunto de obras culinárias performativas, cada uma mais perturbadora que a outra. Quando começamos a perceber que o prato final é a morte de todos os intervenientes, tudo começa a ficar mais aflitivo.

Filme divertido e mordaz, gostei sobretudo das partes da confecção dos alimentos (usaram actores com formação em culinária para fazer estas cenas) e da interpretação do Chef, que está plena de sarcasmo e - ao mesmo tempo - de razão.

Um filme que dá fome, mas que depois deixa de dar.

Wonder Egg Priority

 

Wonder Egg Priority
Shin Wakabayashi - CloverWorks
Anime - 12 Episódios + 1 OVA
2021
7 em 10


Com este anime chego a uma pedra basilar dos meus visionamentos, sendo ele o meu 2000º anime. Viva eu!

Este anime tocou-me especialmente, por causa do seu tema principal e recorrente: o suicídio adolescente. Tendo eu própria sido uma adolescente suicida, este tipo de assunto marca-me (embora no meu caso eu não tivesse nenhuma amiga à minha procura por mundos e fundos). Cada episódio traz-nos um grande desenvolvimento de personagem, e cada uma das quatro protagonistas tem uma personalidade distinta e poderosa que nos faz querer acompanhá-las até ao fim.

Também a animação tem momentos de grande brilhantismo, com cenas de acção coloridas, designs bizarros e perturbadores, e uma boa fluidez.

Infelizmente o OVA que deveria concluir a série foi um desapontamento: metade dele é um recap, e a outra metade pouco ou nada acrescenta.

De resto, recomendo bastante a season original.

11.1.23

Húmus

 

Húmus
Raul Brandão
1917
???


Quando eu ouvi dizer que o Raul Brandão era um escritor moderno nunca o imaginei a preto e branco, olhos de boi e um bigode sumptuoso e revirado.

Húmus é um livro que não faz sentido nenhum. No fundo é uma reclamação sobre o sítio onde o autor vive ser um buraco (é o Algarve) cheio de velhas mal-cheirosas, feias, ignorantes e burras. Ele sente-se infeliz porque não tem pessoas sofisticadas o suficiente para partilhar o seu spleen. Por isso começa a duvidar da existência de deus e o livro prossegue com "deus existes? Se não existes diz que existes" e assim por diante. A religiosidade do homem é tão impossível de se aturar que quase que preferia que fosse narrado por qualquer uma das velhas bolorentas que ele tanto odeia

Por alguma razão o homem partilha as suas dores, dúvidas e profunda infelicidade (porque é um homem culto no meio do lixo) com uma figura escabrosa de nome "Gabiru".

Espero ter oportunidade de criar uma pira para queimar este livro, porque o odiei de morte.

Manhã Submersa


Manhã Submersa
Vergílio Ferreira
1953
Romance


Eu costumava gostar muito de Vergílio Ferreira e sei porquê: a sua escrita é leve, fácil de ler e muito fluída.

Este livro, no entanto, tem um tema que para mim é detestável: a vida num seminário. O protagonista é enviado para o seminário por uma protectora que o quer ver padre, mas à medida que vai entrando na adolescência só pensa em fugir de lá.

O autor relata a violência das aulas, dos professores e dos padres todos, e as dúvidas religiosas deste jovem, com considerações teológicas um bocadinho patetas. Mas também temos de dar o desconto, porque o jovem é mesmo jovem.

Estava a odiar o livro por ser tão beato, mas o final acabou por se compor.

Um Copo de Cólera

 

Um Copo de Cólera
Raduan Nassar
1978
Novela


Recebi este livro pelo Natal e como foi uma pessoa importante que mo deu li logo.

Nesta curta novela, com um total de 4 pontos finais ao longo de todas as páginas, Raduan Nassar conta uma história divertida, de oposição entre a riqueza ostensiva e o povo descalço. É uma história de amor, erótica, sensual, mas também a história do ódio, uma discussão violenta e um chorrilho de todos os tipos de ofensas (algumas eu nem tinha ouvido falar)

É um pequenino livro que serve como uma explosão, explosão de sentidos e de palavras, com um ritmo alucinante que torna impossível interromper a leitura.

Gostei muito e recomendo.

Inocência Perversa

 

Inocência Perversa
Patricia Highsmith
1954
Romance


Um romance algo estranho, daqueles encontrados no lixo.

Tudo começa com um assassinato. A notícia sai nos jornais e um advogado perfeitamente normal fica com interesse e recorta a notícia para por no seu scrapbook. A esposa deste advogado está descompensada e acaba por morrer de forma muito semelhante à da notícia. E por isso ele agora está suspeito de assassinato.

O livro não está especialmente bem escrito e tem muitas gralhas, mas como sabemos quem é o assassino, e sabemos a causa da morte da mulher, acaba por ser um policial muito pouco misterioso. A parte mais interessante é o dia a dia dos personagens, muito anos 50.

Confesso que fiquei com pena pelo livreiro, porque quem vende livros tem sempre uma presunção de inocência.

A Girl Walks Home Alone at Night

 

A Girl Walks Home Alone at Night
Ana Lily Amirpour
2014
Filme
6 em 10


Um filme cheio de dados curiosos: foi financiado através do kickstarter; apesar de ser americano é falado em persa; é a preto e branco; e é sobre vampiros.

Numa cidade iraniana fantasiosa, um rapaz luta contra a adição do seu pai - consumidor de heroína - e por manter o seu gato e o seu carro. O traficante é uma pessoa horrorosa, e também lida com prostitutas. Por isso, nada melhor para resolver este caso do que uma menina vampira, que gosta de música rock, que anda com um véu islâmico a tapar as suas roupas emo, e que mata malfeitores, abusadores e violadores.

No fundo este filme é uma história de amor entre duas figuras que se entendem naturalmente, apesar das diferenças óbvias no seu tipo de alimentação. Também é um filme com traços feministas, e o design da protagonista mostra-o de uma maneira subtil mas arriscada.

Foi um filme interessante, com um bom gato actor.

The Banshees of Inisherin

 

The Banshees of Inisherin
Martin McDonagh
2022
Filme
7 em 10


Numa minúscula ilha algures na costa irlandesa um homem descobre algo terrível: o seu melhor amigo não quer mais ser seu amigo. Porquê? Porque ele tem uma conversa chata, pouco intelectual e burra.

Como isto já me aconteceu (fui eu amiga que despediu a amiga burra), foi um filme que me tocou especialmente nesse aspecto. No entanto, a narrativa é apresentada com uma grande ironia. As personagens apresentadas são *todas* chatas, pouco intelectuais e burras, com excepção da irmã do protagonista que é a única pessoa culta da ilha. Até o ex-amigo, que tenciona dedicar-se a compor uma obra de arte, será também esquecido - o seu talento é duvidoso.

O filme pode ser violento em termos gráficos, mas também é muito belo, apresentando as paisagens desta ilha imaginária de uma forma que dá vontade de ir para lá viver um mês (para sempre também não). Fala do isolamento e da ignorância, mas também fala da amizade e do amor pela natureza.

Fica no ar a figura misteriosa da velha.

Triangle of Sadness

 

Triangle of Sadness
Ruben Östlund
2022
Filme
6 em 10


É difícil falar deste filme sem revelar a trama completa, mas vamos tentar.

Um conjunto de pessoas riquíssimas vai para um cruzeiro. O capitão deste cruzeiro é um comunista bezano. Devido a vários factores, procede uma cena escatológica hilariante. Depois alguns elementos vão parar a uma ilha.

Este filme coloca no foco, como vem sendo habitual em filmes premiados, a oposição entre os ricos que não sabem fazer nada, e os empregados que conseguem fazer tudo. Quanto há uma inversão de hierarquias, como lidar com isso? E como é que as pessoas habituadas a ter tudo poderão lidar com um novo tipo de vida quase tribal?

O filme coloca uma série de questões interessantes, sobretudo no final, mas a cena que mais marca é precisamente a do barco a navegar na tempestade com merdux por todos os lados.

Não me marcou especialmente, fora essa cena.

Terminator 2: Judgement Day

 

Terminator 2: Judgement Day
James Cameron
1991
Filme
7 em 10


O Terminator volta, mas desta vez de uma forma completamente diferente. O nosso Terminator original agora é amigo e tem de proteger o pequeno John Connor da morte certa infligida pelo T-1000, um novo tipo de Terminator que é feito de um metal moldável e impossível de quebrar. Também têm de salvar a mãe, Sarah Connor, que está prisioneira na casa dos malucos (porque, obviamente, dizer que se tem um filho do homem do futuro é coisa de doidos)

Este Terminator é muito mais divertido do que o anterior, sendo muito importante o desenvolvimento da máquina enquanto ser que aprende novos dados e, também, sentimentos. Vimos uma Extended Version que tinha muitos detalhes extra, mas penso que o mais importante é quando alteram o CPU do andróide. O T-1000 também é muito mais assustador do que se poderia imaginar, porque é praticamente invencível.

Com cenas de acção inabaláveis, muitas armas e uma luta final no meio da lava (ok, ferro fundido), James Cameron volta a marcar o mundo do cinema com os seus efeitos especiais fabulosos.

Um filme revolucionário, e ainda bem que aconteceu, porque se não por esta altura já estávamos dominados pela Skynet

Avatar: O Caminho da Água

 

Avatar: O Caminho da Água
James Cameron
2022
Filme
8 em 10


Eu nunca tinha visto um filme em 3D daqueles a sério, mesmo a sério. Isto é, nunca tinha visto o Avatar original. Então quando saiu esta sequela, após tanto investimento e tantos anos de espera, lá fui eu sem qualquer tipo de expectativa.

Avatar remete-nos para o mundo de Pandora, planeta de natureza luxuriante, vida selvagem perigosa e bizarra, e os seus habitantes azuis, estranhamente conectados emocionalmente a toda a vida natural do seu planeta.

Uma das principais queixas sobre o filme é o facto de que a história é muito simples e uma vaga imitação da lenda real da Pocahontas. No entanto, penso que neste caso a narrativa é pura e simplesmente acessória, porque o que interessa é habitar Pandora, ter um vislumbre desse planeta maravilhoso, tão real que quase podemos tocar.

No fundo, a grande moral deste filme é que o planeta deve ser protegido dos seus assaltantes, que tencionam aproveitar-se dele para obter grandes riquezas. Mas se Pandora só existe na imaginação de James Cameron, o que podemos fazer para o salvar? Aí é que está o que me pareceu maravilhoso: Pandora é - simplesmente - o nosso próprio planeta Terra. Não podemos viajar para um lugar encantado sem ser através dos filmes. Por isso, temos obrigação moral e real de amar, de nos conectar e - assim - de manter protegido o lugar onde vivemos e de onde só sairemos com muita dificuldade.

Por isso recomendo muito este filme, que para mim foi a grande surpresa de 2022. Toquem nessa natureza digital, que também tem muito que se lhe diga, mas sobretudo aproveitem o ponto de foco moral, enquanto fonte de aprendizagem.

Anne no Nikki

 

Anne no Nikki
Nagaoka Akinori - Madhouse
Anime - Filme
1995
6 em 10


Este é o anime do Diário de Anne Frank, que eu nunca li e ainda bem: é absolutamente pavoroso. Anne escreve sobre a sua vida diária enquanto clandestina numa casa de amigos, por isso é quase como um slice of life. Mas um slice of life em que todos vão para campos de concentração no fim, e isso foi horroroso. Também foi horroroso ver que as pessoas tinham gatos, e que os gatos ficaram para trás.

Portanto, o que dizer sobre este filme? A animação não é extraordinária, mas também não é necessário para o contexto. Os designs estão adequados à realidade da época, e existem alguns cenários muito bonitos, pintados à mão.

Acaba por ser um anime importante para recordar o horror do holocausto, tal como o livro o é, mas sinceramente acho que preferia não o ter visto.

Bubble

 

Bubble
Araki Tetsurou - Wit Studio
Anime - Filme
2022
7 em 10


Tóquio está dentro de uma bolha. Quando as bolhas começaram a cair, montes de gente ficou falecida, e os órfãos da queda das bolhas agora vivem numa Tóquio com gravidade alterada e fazem... Parkour. Um dos melhores parkouristas (é assim que se diz?) encontra uma rapariga misteriosa que canta e que se movimenta como um gato.

Este filme é quase como uma reinterpretação da Pequena Sereia (mencionada ao longo da narrativa várias vezes), mas com parkour e uma animação absolutamente fabulosa. Quando eles saltam de pedra voadora em pedra voadora, ou de bolha em bolha, sentimos realmente que estamos neste mundo de bolhas e que tudo é possível. São imagens altamente libertadoras.

De resto, nunca ficamos a saber de onde vieram as bolhas, nem para que servem, o que é um pouco desapontante. Mas é um filme que vive sobretudo da sua animação, e por isso lhe dou boa classificação.

Hinos ao Amor

 

Hinos ao Amor
Anne Wiazemsky
1996
Autobiografia


O meu pai encontrou este livro no seu arquivo e trouxe-mo para que o libertasse no BookCrossing. Antes disso li-o, obviamente.

É um livro estranho, que classifiquei como autobiografia porque fala da vida da própria autora, tendo por base o contexto de um testamento encontrado após a morte da sua mãe. Nele, o seu pai (falecido anos antes) pede que sejam entregues alguns items à sua amante, incluindo o disco homónimo de Edith Piaf.

O livro está dividido em duas partes: numa primeira a autora fala da sua infância e da relação familiar que tinha com seus pais e irmão, e a relação que os pais tinham um com o outro e diversos amantes. Na segunda, relata-nos a vida de uma empregada que cuidou dela e do irmão numa casa afastada, e como foi marcada pela sua presença. Finalmente, fala-nos do encontro com a amante perdida do seu pai.

É uma leitura rápida, mas um pouco dolorosa, devido à presença sempre constante da morte, da velhice e da doença. Não conhecia a autora, e por isso pouco me interessa a sua vida passada, mas o livro está bem escrito e por isso gostei de o ler.

Wednesday

 

Wednesday
Miles Millar & Alfred Gough
2022
Série


Lembram-se da menina toda de preto, a Wednesday Addams? Pois ela agora é adolescente e acabou de ser expulsa da escola. Outra vez. Por isso, os seus pais decidem inscrevê-la numa escola para pessoas estranhas: Nevermore. Nessa escola há vampiros, lobisomens, górgonas, tudo quanto é bicho estranho. E há um mistério, de um monstro assassino que anda à solta.

No fundo, esta série é como um policial gótico, um pouco infantilizado mas divertido na mesma. Os primeiros episódios são realizados por Tim Burton, mas nem assim se nota o seu toque. Os designs são muito interessantes, quer de figurinos quer dos sets, e os efeitos especiais bastante aceitáveis (sobretudo o Thing)

O que mais gostei realmente foi a identificação que tive com esta Wednesday na adolescência. Lembrou-me muito eu própria circa 2003, toda anti-amigos e toda anti-pop, toda pseudo gótica mas - no fundo - uma criança na mesma. O facto de a personagem conseguir desenvolver relações com os outros fica a saber a vitória.

Talvez não seja a estética que apaixonou nos primeiros cartoons, mas gostei muito desta versão modernizada dos Addams.

The White Lotus Season 2

 

The White Lotus Season 2
Mike White
2022
Série


Sabiam que os The White Lotus são uma cadeia de hóteis? Pois agora vamos visitar o White Lotus da Sicília, e viver novas aventuras.

Esta season não coloca, como a anterior, uma oposição tão forte entre pobres e ricos, mas fala mais sobre a obsessão sexual de certas personagens e como esta pode ser aproveitada para os mais diversos fins. Continua a ser uma espécie de policial, pois queremos saber quem é a vítima e quem é o assassino, e nesse caso a trama está melhor construída: apesar de as pistas estarem à nossa frente, só o percebemos mesmo no final, que continua a ser inacreditável.

Com paisagens lindíssimas e um cenário interior repleto de simbolismos bizarros, esta season coloca-nos frente a frente com o desespero amoroso e sexual, através de um conjunto de personagens inesquecíveis, que são trazidos à vida por actores cheios de talento.

Também uma nota para a banda sonora: a original é de génio, e a pontuação com pop italiana um mimo.

Recomendo vivamente.

Diamond no Ace

 

Diamond no Ace
Masuhara Mitsuyuki - Production I.G.
Anime - 75 Episódios + 3 + 2 Episódios
2013
4 em 10


Depois de um longo anime de baseball, o que é que as pessoas normais fazem? Ver outro longo anime de baseball, claro.

Mas este Ace wo Nerae foi dos piores animes de desporto que tive o desprazer de visionar ao longo da minha vida. Eles jogam baseball, é certo, e a única parte de valor que vi aqui foi o facto de mudarem de jogadores ao longo dos jogos. De resto, os personagens não têm um mínimo desenvolvimento pessoal, a caracterização é básica e estereotipada, e os jogos são aborrecidíssimos: a nível profissional eles tentam jogar, e o nível profissional caracteriza-se por pesquisas chatas.

A animação é terrível a maior parte das vezes, e a equipa nem sequer tem competência de chegar à Koshien após 75 episódios, perdem no antepenúltimo. Assim, estivemos estas horas todas a tentar ver este bando de inúteis a chegar ao estrelato, para apenas falharem redondamente e irem à repescagem.

Mas isso será já outra season e já não me interessa nada, por mim que morram todos com um taco enfiado no rabo.

Muppets from Space

 

Muppets from Space
Tim Hill
1999
Filme
5 em 10


Estava a dar na televisão e eu obriguei a ver porque gosto muito dos marretas. No entanto, este filme foi o pior marreta que vi até hoje, e fiquei triste.

Gonzo não sabe quem é, portanto conclui que vem do espaço. Nessa altura é raptado, juntamente com o rato, pelo governo. Vão fazer-lhe experiências e, por isso, o Cocas, a Miss Piggy, o Fozzy e o Animal vão salvá-lo, utilizando para isso armas dignas de um James Bond.

Mas este filme desaponta porque quase não tem momentos musicais. Um filme Muppets como deve ser deveria ter momentos musicais com fartura, não? Também a ideia que fica do final do filme (o que interessa não é o fim mas o caminho, o que interessa são os amigos que fizemos, etc) acaba por parecer incompleta e despropositada.

Assim, este filme de marretas pareceu-me inconsequente e pouco atractivo.

The Terminator

 

The Terminator
James Cameron
1984
Filme
6 em 10


Acreditam que eu nunca tinha visto o Terminator? Já estava na altura de corrigir esse grande problema.

A história todos sabemos: Skynet, uma máquina com consciência própria, tem o mundo dominado lá por 2029. Os humanos defendem-se como podem, e o seu líder é John Connor. Por isso, a máquina envia para o passado o Terminator, um cyborg implacável que destrói tudo até conseguir o seu objectivo. O objectivo é eliminar Sarah Connor, a futura mãe do rebelde.

Existem algumas coisas curiosas neste filme. A primeira é o baixo orçamento, o que torna o uso dos efeitos práticos surpreendente e fabuloso. O realismo apresentado na maquinaria e nas armas torna o Terminator ainda mais assustador do que ele já é. Outro assunto que me prendeu é o conceito do tempo, da viagem do tempo, e da alteração do futuro com base nas variações temporais. O Terminator muda o futuro quando vem ao passado e podemos defender-nos dele alterando o futuro.... Aparentemente confuso, acho que este é um dos elementos mais interessantes do filme.

Não fiquei totalmente convencida com a Sarah Connor.

Este filme foi visto em preparação para a suposta obra prima que é o segundo volume. Veremos de seguida.

E do Meio do Mundo Prostituto só amores guardei ao meu charuto...

 


E do Meio do Mundo Prostituto só amores guardei ao meu charuto...
Rúbem Fonseca
1997
Policial

Um título compridíssimo para um livro que se lê numa assentada.

O segundo da caixa de dois que o meu pai me ofereceu, este livro aparentemente recupera uma personagem antiga do autor, detective que desta vez irá investigar o estranho caso de mulheres mortas que têm todas em comum o facto de serem amantes de um escritor famoso.

Entre fabulações no meio de charutos, o tema recorrente desta novela, o detective vai descortinando o mistério e descobrindo que, efectivamente, o tal escritor tem o pito aos saltos. Queremos a toda a força saber quem será o assassino, mas o final é duvidoso e aberto - embora neste caso o efeito final seja delicioso.

Apesar de completamente diferente do volume anterior (não fazem pandã), também foi uma leitura muito interessante.

I Am Nora

 

I Am Nora
Megan Fitts
2016
Banda Desenhada


Este curtíssimo volume de banda desenhada foi criado num Kickstarter, e eu recebi através do BookCrossing uma cópia autograda.

Num hospital em que todas as enfermeiras são clones umas das outras, Noras, uma Nora começa a ganhar individualidade. Nessa individualidade ela encontra injustiças hospitalares, e esforça-se por fugir por forma a encontrar uma vida para si própria.

Esta BD quase não tem diálogo, e a paleta de cores pode tornar a leitura confusa. É um pouco difícil descobrir qual das Noras é a Nora principal, e a narrativa é tão curta que ficamos à espera de mais sumo, de mais desenvolvimento, de saber o que é que esta Nora vai fazer agora que fugiu do hospital.

Foi uma leitura rápida, que acabei por oferecer numa prenda num jantar de Natal.

Histórias de Amor

 

Histórias de Amor
Rúbem Fonseca
1997
Contos


Livro duplo que o meu pai me ofereceu. Este primeiro volume que li contém contos muito curtos e uma novela também curta.

Amei este livro: logo a abrir começa logo com uma história traumática. Chorei muito a lê-la na paragem do autocarro. De resto, uma escrita cristalina, com histórias originais e nem sempre felizes. O tema comum de todos os contos é o amor, mas o amor não é sempre alegre e apaixonado. Por vezes é violento, arrebatado e feio. Por vezes o amor é um anti-amor, e Rúbem Fonseca fala-nos aqui dessa destruição, desse rasto negro que por vezes fica quando se ama e quando se deixa de amar.

É um livro lindíssimo que recomendo vivamente.

Hot Fuzz

 

Hot Fuzz
Edgar Wright
2007
Filme
6 em 10


Um filme da dupla Wright & Pegg, portanto sabemos desde já que vai ser cómico.

Um polícia altamente dedicado a prender todos os criminosos é deslocado da grande cidade para um vilarejo perdido no nada. A primeira coisa que faz é prender todos os bêbados e vândalos, o que é tido como um grande exagero. Torna-se parceiro de um polícia parolo que quer ser detective e juntos irão investigar uma misteriosa onda de assassinatos, e o caso de um cisne perdido.

Este filme não tem tanta violência gratuita como o outro que vi do par (Shaun of the Dead), nem tantos momentos absurdos. Na verdade, é até estranho o filme ter uma lógica tão certa, sendo que as piadas nem sequer calham muito bem: a história é chocante e triste, aparentemente, e parece que a graça está deslocada.

No entanto, quando nos habituamos ao ritmo do filme, não podemos deixar de querer acompanhar as aventuras hilariantes desta dupla inusitada, até descobrir o cerne do crime que é - sem dúvida - original e muito engraçado.

Agora só me falta um filme desta trilogia.

The Gentlemen

 

The Gentlemen
Guy Ritchie
2020
Filme
4 em 10


Também apanhámos este filme na televisão.

Um filme completamente incompreensível, que mistura alguns factores de comédia com uma forte carga de violência no mundo da droga. Pelo que entendi um barão das ervas aromáticas (daquelas) vinga-se de alguém que lhe queria vender o bizz a uma malta das seringas.

Isto tem perseguições de bicicleta, tem metralhadoras, tem acção até dizer chega... Mas e contexto? A miríade de personagens que se sucedem não tem qualquer tipo de caracterização e apenas com um grande exercício imaginativo chegamos a perceber quem é quem.

Por isso, não gostei nada deste filme e dou-lhe uma nota infeliz.

Marte Ataca!

 

Marte Ataca!
Tim Burton
1996
Filme
5 em 10


Apanhámos este filme na televisão e ficámos a ver.

Quando a Terra é finalmente visitada pelos alienígenas de Marte, uma grande festa acontece, é um grande acontecimento. No entanto, de forma imprevisível, estes marcianos começam a atacar tudo e todos, a fanar pessoas para experiências e a destruir toda a civilização humana. O que os poderá destruir?

O filme é hilariante do início ao fim, não tanto pela sua escrita de diálogos mas pela improbabilidade dos acontecimentos que se sucedem, cada um mais bizarro que o outro. Com uma aura campy e um humor infalível, queremos acompanhar o que mais farão estes marcianos, e sobretudo como é que a humanidade se irá safar disto.

Apesar de ser um dos filmes mais mal-amados deste realizador, achei-o mesmo muito giro, e só não lhe atribuo melhor nota porque os efeitos especiais - a maior parte das vezes - metem medo ao susto.

A Clockwork Orange

 

A Clockwork Orange
Anthony Burgess
1962
Novela


Como gosto muito do filme homónimo, agarrei logo a oportunidade que o BookCrossing me deu para ler este livro. É surpreendentemente minúsculo, mas nem por isso é uma leitura fácil ou rápida.

Não me fez confusão a linguagem, passado o primeiro terço do livro já estamos habituados. Mas a verdade é que esta leitura não me despertou interesse nenhum. As descrições caóticas de ultraviolência fizeram-me muito mais impressão no livro do que no filme, e as consequências dessa ultraviolência parecem minimizadas porque Alex não passa de uma criancinha com apenas 17 anos.

As descrições são pouco ricas e os personagens caricaturais. No fundo, foi um livro extremamente aborrecido que me levou a adormecer várias vezes durante a sua leitura, e não recomendo.

Comic Con Portugal 2022

 

Comic Con Portugal 2022
Evento


Para começar este comentário sobre a Comic Con nacional tenho de informar que o meu objectivo era, e sempre foi, participar no concurso de skits. Aguardei até dois dias antes para me inscrever (para não ser a primeira no palco) e.... Já não fui a tempo. Por isso fui ao concurso de Makers fazer o meu skit.

Para este concurso era pedido que estivessemos lá às 7:30. Ora, para estar lá a essa hora teria de fazer directa ou algo do género, porque é conhecido e sabido que aos fins de semana uma pessoa não se pode deitar cedo. Felizmente havia a oportunidade de chegar lá mais tarde, então marquei para estar lá às 10:00. Era necessário ficar na fila para entrar, e ser revistado por polícias, e isso foi altamente stressante. Um segurança simpático, após várias tentativas, lá nos passou à frente da lenta fila que avançava como uma lagarta doente, e um polícia ainda mais simpático perguntou apenas se eu tinha tesouras quando me revistou a mala (eu disse "claro que tenho tesouras, venho para o concurso de cosplay, mas ok, não tenho tesouras).

Este ano a zona do cosplay teve um upgrade fabuloso, com vestiários e largas casas de banho com espelhos, uma secção de SOS Cosplay, mini estúdio fotográfico e um belo lounge para podermos descansar os pézinhos. Com alguma dificuldade montei as minhas asas nas costas, pus o meu fatinho e a peruca pesadíssima que estava sempre a saltar e fui para o pre-judging. Segundo consta o jurado estrangeiro estava mal-disposto e com tonturas (supusemos que fosse uma grande ressaca) e não estava presente. Assim, eu que me tinha preparado para dizer tudo em inglês, tive de me reinventar para explicar tudo em português. Desta feita levei o meu build book no tablet, e funcionou muito bem.

Apressando-nos para o concurso, passando por cima de poças de água com o meu delicado sapatim, encontrámos o palco, com uma plateia reduzida e cheia de gente. Deixaram-nos num local escondido, que parecia uma mistura de filme de terror com o E.T do Spielberg, onde nos entretemos a ordenar-nos numericamente, cantando, dançando e dizendo abobrinhas variadas. Gostei sobretudo de uma menina que, confrontada com o facto de outra concorrente ter um bebé, ter gritado muito espantada "mas tu não pareces ser velha!" Com a minha provecta idade acho estas manifestações divertidas.

Quanto ao meu skit, a recepção foi fabulosa. Era para ser um skit muito parvo sobre o Thor e o Loki, mas o meu Loki de vinil e cartão foi um sucesso, sendo que até foi raptado pelo apresentador para voltar a dançar em palco. Toda a gente riu muito, e quando vi o vídeo em casa até fiquei emocionada pelo amor todo que o skit recebeu. Obrigada! (breve brevemente irei colocar o vídeo oficial, que está belíssimo, online)

Apesar de haver alguns comentários sobre os vencedores que poderia fazer, vou coibir-me para evitar a dramatologia inerente. Gostaria apenas de felicitar a Mayushii, que mais uma vez estava ao meu lado na entrega dos prémios, e que não acreditava muito bem quando lhe atribuíram a Melhor Costura. Fiquei muito feliz por ela <3

Depois regressámos, troquei de roupa, fiz xixi, fiz cocó e fui pesquisar o resto da con. 

Essencialmente havia... Nada. Umas estátuas em escala 1:1 de personagens da Marvel. Uma exposição curiosa de réplicas de arte com temática Spongebob. Vários passatempos que ao domingo ao fim do dia já nem prémios tinham. Uma iluminação absolutamente decrépita que fez todas as fotografias parecerem estar localizadas em 1996.






Nós e as Turtles contratadas para tirar fotos. Nem tinham fila nem nada







Passando à Artist Alley, cujo caminho foi bem difícil de descobrir, encontrámos uma variedade muito fraca, com artistas afastados uns dos outros por metros sem fim, ninguém a visitar as suas bancas e os artistas com um ar muito infeliz. Aos artistas, que são bons artistas, comprei uma série de presentes para o Natal. Consegui até uma linda taça de mica para a minha avó: quem diria que na Comic Con se encontraria um presente para uma senhora de 97 anos.

Num pavilhão exterior estavam as lojas, plenas de falsificações e objectos com interesse relativo, todos caríssimos. Bem que procurei um hoodie geek para me aquecer nessa noite fria e insensível, mas a 45€ é preferível passar frio e insensibilidade. A única loja que realmente tinha coisas interessantes era a Heimdall Geek Store, mas o facto de não ter falsificações também se reflecte no preço das coisas, e eu tenho estado a tentar (a tentar muito) fazer poupanças.

Ficou em falta a parte dos jogos, mas já estávamos muito cansados.

Chegando a casa dormi profundamente, com um sentimento de dever cumprido. Deixo-vos por agora até ao próximo evento com... FOTOS DE COSPLAYERS LINDES E MARAVILHOSES



Fantásticos vencedores da categoria "Grupo"



O cosplay do cosplay

Nós. Eu = Medo










Muito obrigada a todos, até breve!