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27.11.11

As Férias

As Férias
Condessa de Ségur
Algures no Século XIX
Livro Infantil

Antes de mais, devo informar que a minha capa é diferente e imensamente mais divertida, pois tem um desenha realista do pequeno Paulo a ser examinado por pretinhos em África todos desnudos com penas na cabeça. Depois, devo informar que não sei exactamente porque é que li este livro. Depois de ter terminado de ler todos os livros que tinha no meu quarto, tomei como próximo projecto literário a leitura de todos os livros do quarto da minha irmã. Ora, ela tem livros da Condessa de Ségur. E eu lembro-me de gostar dos Desastres de Sofia quando era pequena. Por isso porque não?

Sem dúvida que este livro tem um valor histórico incalculável, tal como todos os livros da Condessa de Ségur. Para os parâmetros do século XIX é um livro extremamente educativo e com aventuras fascinantes. Para os parâmetros do século XXI isto é mais um watafack. As crianças falam todas como se fossem adultos (se calhar era mesmo assim que se comunicavam lá nesses tempos do antigamente?) e os seus valores são um bocado estranhos. As pessoas más são todas muito más sem nenhuma parte boa e as pessoas boazinhas são todas muito boazinhas sem nenhuma parte má. Além disso, é uma coisa um bocado religiosa de mais para o meu gosto.

Ainda assim, se as crianças que lerem este livro adquirirem os valores das crianças que estão dentro do livro não me parece mal. Fora a parte de rezar a toda a hora, mas isso é o menos.

E soube-me bem recordar a frase "grandessíssimo poltrão". Só recentemente fui ver ao dicionário o que é um poltrão. Eu pensava que era um cavalo...

O Sonho do Celta

O Sonho do Celta
Mario Vargas Llosa
2010
Romance/Biografia

O terceiro livro do Vargalhosa que leio. E é completamente diferente dos outros dois. Adorei.

Para começar, é diferente porque é uma biografia romanceada da Roger Casement, um cônsul britânico no Congo, um humanista e um lutador pela independência da Irlanda, que veio a ser condenado por traição e morto no patíbulo. Como é uma biografia, está escrito de maneira "normal". Mais uma vez vemos que Llosa tem uma tendência para organizar as suas obras ao longo dos capítulos. Aqui temos capítulos sobre as aventuras de Casement no Congo e na Amazónia Peruana intercalados com capítulos em que o homem faz uma contemplação sobre as suas acções enquanto aguarda a decisão do tribunal sobre a sua morte, isolado numa cela na prisão.

Está muitíssimo bem escrito, com uma riqueza de imagens dificilmente ultrapassável. As descrições das acções passadas contra congoleses e índios amazónicos são de uma vivacidade incrível e são impressionantes. As cenas sexuais, reais ou imaginadas, do homossexual Roger Casement, têm uma sensualidade imensa, mas não amorosa. Selvagem e furiosa, inadmissível mas, ainda assim, bela.

E o personagem, que existiu, passa a existir de novo, renovado e muito completo. Absolutamente real. É impossível que metade destas coisas não tenham sido inventadas, porque é impossível haver documentação que relate os mais ínfimos detalhes desta vida. Vargalhosa atinge um detalhe no personagem incomparável. Creio que se Roger Casement lesse este livro ficaria espantado e envergonhado ao mesmo tempo por terem descoberto os seus segredos mais íntimos (ou inventado-os, quem sabe...)

Uma linda homenagem a um  homem que poderia ter sido esquecido com facilidade, e que quase o foi pela ignorância que sofreu pelas gerações posteriores, que custaram a admitir que um homoxílio badalhoco tivesse feito tanto pelos direitos humanos e pela independência da Irlanda. Muito recomendado.

Hidamari Sketch

Hidamari Sketch
Shinbou Akiyuki - Aniplex
Anime - 12 Episódios + 2 Specials
2007
5 em 10

Mais um anime de meninas fofas a fazer coisas fofas. Excepto que este está tão mal feito que acaba por ser contraproducente.

História não existe, são só quatro miúdas atrasadas mentais que estão numa escola "especializada em arte". Só que esta especialização não é demonstrada ao longo da série, pois as atitudes artísticas das raparigas não são originais nem interessantes. Estas têm uma personalidade recortada da caixa do chocapic e não existe qualquer tipo de desenvolvimento, como em outras séries sobre o mesmo assunto como Honey and Clover (e eu não gostei de H&C, por isso vejam bem o terrível que isto é)

O design de personagens é horroroso e não há qualquer tipo de detalhe. Existe a utilização de algumas técnicas mais avant-garde para ilustrar as acções das personagnes, mas não calham bem e não têm qualquer tipo de beleza ou graça.

As vozes são irritantes e tentam demasiado ser fofuchas. A música vai pelo mesmo caminho e não é nada memorável.

Só vale a pena pelas tais animações diferentes, mas ainda assim parece-me aquele tipo de anime que tenta demasiado ser o que não é, que tenta tornar bela uma coisa que é inútil e estúpida e que falha porque a cabeça dos criadores não está boa.

24.11.11

A Viagem do Elefante




A Viagem do Elefante
José Saramago
Romance
2008

Mais uma vez, Saramago surpreende pela sua simplicidade. Não pode haver nada mais simples do que esta história: Salomão, um elefante que já tinha vindo da Índia, vai de Portugal à Áustria acompanhado pelo seu condutor Subhro. E é só isto. Neste livro vemos as aventuras deste elefante enquanto caminha de Portugal a Espanha, de Espanha à Itália, da Itália aos Alpes e dos Alpes a Viena. Só que as aventuras do elefante não são nada de especial. São apenas caminhar, comer, dormir, fazer um milagre e lembrar-se da Índia. Mas descritas com tanta graça e mestria que se torna um prazer ler este livro.

Como habitual, temos personagens que podiam ser qualquer indivíduo. Mas sendo qualquer um, são - efectivamente - indivíduos, excelentemente caracterizados e com personalidades fortes e bem definidas. Nem uma personagem é esquecida, até os figurantes são únicos e possuem uma vida só deles. Isto contribui para a riqueza da história e para o detalhe do ambiente em que estamos. Este ambiente, a Europa do século XIV, é descrito com graciosidade, usando de comparações com a actualidade a que o narrador pertence.

Uma beleza extraordinária, derramando sensibilidade a cada palavra. Saramago é, sem dúvida, um dos Escritores da nossa era.

20.11.11

Usagi Drop

Comentário original em inglês aqui: http://myanimelist.net/forum/?topicid=364233#msg12326461

Usagi Drop
Kamei Kanta - Production I.G.
Anime - 11 Episódios
2011
7 em 10

Antes de mais, temos de admitir que Usagi Drop é um conceito original com uma execução original. Não é comparável a outros animes simplesmente porque não há outro anime com a intenção de Usagi Drop. Neste anime queremos caracterizar o assunto de "ser pai". O melhor que temos noutros animes é "babysitting". Nunca antes vi um anime que tem a posilção clara de que quer falar dos problemas de ser um pai  e a consequente felicidade dessa vida. Por esta originalidade tinha grandes expectativas para isto. Elas não foram destruídas, mas sinto que algo faltou durante toda a série. Vamos tentar ver o que é!

Comecemos pela história. Não há nada mais simples que esta história: um tipo descobre que o seu avô tem uma filha. Como ninguém quer tomar conta da criança, ele leva a pequena e começa a partilhar a vida com ela. Funciona, definitivamente funciona. A fórmula slice-of-life é perfeita para este tema, porque se foca nos problemas diários desta família recém-nascida. Não tem uma conclusão. Eu gostaria (pessoalmente) de ver a Rin-chan a crescer e a ter uma vida feliz depois da infância, mas temos um final agridoce apesar de tudo. No entanto, ter a série incompleta não é algo mau, porque deixa espaço à nossa imaginação (e para o resto do manga que, aparentemente, é também a pior parte da série)

Os personagens são muito humanos e reais. Eles são caracterizados numa extensão que nos permite identificar-nos com eles (por exemplo, as más manhãs do Daikichi, eu achei esse detalhe absolutamente essencial) As crianças também são muito reais, excepto a estrela do show: Rin. Tão amorosa quanto uma criança pode ser, Rin é uma impossibilidade da natureza. Ela é madura, tá ok, ela é boazinha, tá ok, ela é simpática, tá ok. Mas ela é tanto tudo isto, num esforço tão grande de agradar a todos, que ela não passa por criança. Crianças fazem birras, crianças são chatas, crianças são sujas, e Rin-chan não é nada disto. Eu lido muito com crianças e, tanto quanto são boas e fofas, elas também são criaturinhas horrorosas às vezes. Rin é sempre amorosa! A minha mãe diz que eu era uma criança maravilhosa, que eu me portava como uma senhora pequena (hoho), mas até eu fazia birras de vez em quando. Como aquela vez em que eu queria as minhas unhas cortadas em forma de meia-lua. Este tipo de caracterização, ilustrada por todas as situações em que participam, é uma falha séria. Todas as outras crianças, especialmente Reina-chan, estão bastante bem, mas aparentemente existem para enfatizar o quão Rin é especial e maravilhosa. Aposto que se ela fosse horrívei Daikichi pensaria duas vezes em tê-la como "filha". E ele nunca pensa duas vezes, nunca hesita, e isso não é culpa dele, é culpa da caracterização da Rin.

A arte é muito bonita e o design de personagens apropriado. A falta de pessoas bonitas é um alívio. Teria gostado de fundos mais ricos, mesmo com o design de aguarela presente durante toda a séria, mas assim também está bem.

A música é bonita e apropriada. A OP e ED são agradáveis e vou ouvi-las de novo.

Num todo, uma série que eu recomendo por ser tão única, mas ainda assim com muitas falhas.

Kimikiss Pure Rouge




Kimikiss Pure Rouge
Kenichi Kasai - Bandai
Anime - 24 Episódios + 1 Special
2007
6 em 10

Em relação a esta série, há uma imensa questão que se coloca: porquê? Porque é que é má? Porque é que os personagens são todos idiotas? Porque é que as miúdas são todas atrasadas mentais? Porque é que eu vi isto? Aliás, porque é que eu tive vontade de ver isto?

Mas enfim, a resposta a todas estas dúvidas é misteriosa, e o que interessa mesmo é a razão pela qual eu faço estas perguntas. Kimikiss é um estranho híbrido entre um shoujo e um harem, com uma série de personagens principais que se relacionam umas com as outras da maneira mais infantil possível. A história começa com uma rapariga que vem de França para acabar os estudos no Japão (como se alguém fizesse isto, lol) e vai para casa do seu amigo de infância. Entretanto, todos arranjam namorados e namoradas e todos têm dúvidas em relação a esses amores. Mas a maneira como tentam encontrar soluções e a sua tomada de decisões é absolutamente idiota e insuportável para mim, que penso sempre na forma mais prática de resolver as coisas.

Um conjunto de personagens que roça o irritante e o inútil, em especial as miúdas mais novas taradas por sapos e soba, com estereótipos mal definidos para cada um e um desenvolvimento muito fraco e conclusões injustificadas.

Arte normal, graças a deus sem fanservice, com bastantes erros facilmente evitáveis mesmo com uma fraca produção.

Música desapropriada, sem grande intensidade, que não adiciona nenhum efeito positivo às cenas que ilustra.

Em resumo, um anime sobre pessoas anormalóides que fazem coisas anormalóides e que me irritam.

6.11.11

Mobile Suit Gundam Seed C.E.73: Stargazer

Mobile Suit Gundam Seed C.E.73: Stargazer
Hajime Yatate (História original de Tomino Yoshiyuki) - Sunrise
Anime - 3 Episódios
2006
5 em 10

O OVA definitivo: definitivamente, odeio Seed.

Completamente desnecessário, sem adicionar nada à história além de que os maus são os maus e os bons são os bons. Ora, em Gundam nunca houve maus nem bons (ou pelo menos não havia). Havia era pessoas com perspectivas diferentes. Eu nem sequer percebi grande coisa do que se estava a passar, excepto que aquela gente foi vítima de lavagens cerebrais, que havia um gajo giro, que se perderam no espaço e pensam que vão morrer mas que vai alguém buscá-los.

Não compreendo para que é que fizeram isto. Os personagens são mais do mesmo, a história é mais do mesmo. A arte é satisfatória e existem boas cenas com animação bem feita e sem grande recurso de CG, o que vem sendo cada vez mais habitual nos meus Gandamus. A música nem me lembro dela.

Claramente um 5 e dos piores Gandamus alguma vez criados.

Rain Town

Rain Town
Ishida Hiroyasu - Independente
Anime - 1 Episódio
2011
6 em 10

Como é uma coisinha muito pequena, vou deixá-lo aqui:

Rain Town é um trabalho de final de curso, né? Eu adoro-os, porque normalmente são muito originais tanto no conceito como na execução.

Mas este foi um desapontamento. A arte era interessante, mas a caracterização da cidade foi pouca. Era vazia, era chuvosa, mas onde estava a emoção por trás dela? Foi insossa.

A história é muito simples e muito vulgar. A simplicidade não foi contraposta com uma grande intensidade. O que aconteceu à menina e ao seu robot não é amoroso, trágico ou qualquer outro sentimento. Acredito que esta era a intenção por trás do trabalho, mas não se traduziu bem no ecrã.

No final, espero que este tipo tenha tido uma boa nota, porque as suas intenções são puras. Mas não recomendo.