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20.9.11

O Cemitério de Praga

O Cemitério de Praga
Umberto Eco
Livro
2010

 Mais uma vez Umberto Eco mostra o seu génio. O meu pai quis muito que eu lê-se este livro e lá fui eu à aventura. Ainda bem que fui, porque aventura como esta não há!

 Este é o diário, intercalado pelo trabalho de um narrador quando está confuso ou ilegível, de Simone Simonini e do seu alter-ego, o Abade Dalla Picolla. Simonini é inventado, mas influenciou muitas guerras, revoluções e alterações históricas na sua interacção com todos os outros personagens que, por mais fantástico que seja, são reais. Claro que isto teria mais graça se eu soubesse alguma coisa da história italiana e francesa do pós-revolução e era Napoleónica, mas como não sei... Aprendi!

 Escrito com um humor implacável, de uma ironia delicada, este livro é um retrato perfeito da época. Das vestes aos hábitos e, sobretudo, a comida, tudo está caracterizado com detalhes suculentos e apetitosos. Ao ler este livro, senti-me quase a saborear as receitas do século XIX que ilustram o dia-a-dia de Simonini!

 A história fala-nos da história, mas sobretudo de histórias inventadas. Histórias contra a maçonaria, contra os judeus, contra os comunistas, contra tudo o que é necessário para ganhar mais dinheiro à custa da credulidade de outrém. Por isso não há uma, mas várias histórias, todas elas hilariantes no sentido em que são inventadas (porém com consequências reais), mas todas elas escritas com o máximo de seriedade.

 Um livro delicioso, muito recomendável.

Colectânea Yamamura Koji

Colectânea Yamamura Koji
Yamamura Koji
Anime - Pequenas Sequências
1987 - 2005
5-8 em 10

 Isto foi uma torrent cheia de pequenos trabalhos do realizador Yamamura Koji, composto de vários trabalhos. São todos pequenas sequências, por vezes apenas demonstrações de técnicas de animação, outra vezes com uma história simples mas completa. Depois de ter visto esta colecção, fiquei a admirar Koji. É um autor brilhante e deve ser tido em consideração quando falamos de anime.

Speed Grapher

Speed Grapher
Justin Cook (Produção)
Anime - 24 Episódios
2005
5 em 10

 Mais um daqueles animes que eu não sei porque é que vi.

 Speed Grapher começa bem. Começa com uma OP dos Duran Duran. Brilhante. Adorei. Combina perfeitamente com a história. Girls on Film lalala. Mas é a única coisa boa. O resto da banda sonora é indistinguível de qualquer outro anime de meados dos 00s.

 Comecemos pela arte: escabrosa. Há muito tempo que não via uma animação tão má. Designs pouco detalhados, por vezes até mal desenhados. Erros a torto e a direito. Aceito que seja este o design pretendido para a série, mas acontece que... Não fica nada bem. Um estilo mais realista seria o ideal e um melhor uso de sombras é necessário.

 A história: lolwut. Temos super-poderes causados por um vírus activado por uma miúda, e temos prostitutas e travecas, e temos toda a gente atrás da miúda que activa o vírus, e depois temos um mau que afinal é bom e que tem super-poderes, e depois, e depois, e depois. Mas que raio estive eu a ver?

 Os personagens: por favor... Todos vulgares, todos lugares comuns. Até o mais profundo dos dilemas neste anime já foi usado, reciclado e mastigado centenas de vezes. Os designs até nem estão maus, fosse a arte melhorzinha, mas são a única coisa que caracteriza estes personagens.

 Pobres Duran Duran, cuja representação no anime é esta coisa...

 

Jin-Roh: The Wolf Brigade

Jin-Roh: The Wolf Brigade
Mamoru Oshii
Anime - Filme
1998
6 em 10

 E aqui está mais uma história de Mamoru Oshii, director de Ghost in the Shell e outras coisas mais. Gosto deste realizador, excepto que ele não realizou Jin-Roh e apenas fez o Storyboard. Mas ainda assim vamos considerar que este é um dos seus trabalhos.

 Infelizmente, não se distingue como um dos melhores. A história de base é iverosímil. Tudo o resto poderia muito bem acontecer a qualquer soldado. O seu dilema está bastante bem explorado, se bem que a história do Capuchinho Vermelho nunca é uma boa analogia (devido, talvez, à sua simplicidade).

 Jin-Roh, o personagem principal, é bastante consistente e - poderia mesmo arriscar dizê-lo - está bem construído. No entanto falta-lhe suporte de história e de outros personagens, que são todos (bem, são poucos...) muito fracos quer em termos de personalidade como em termos de desenvolvimento. O design está apropriado e realista.

 Música pouco memorável, arte boa mas nada fora do vulgar.

 Um bom filme para quem gosta destas coisas de soldados.

9.9.11

Mobile Suit Gundam MS IGLOO 2: Gravity of the Battlefront

Mobile Suit Gundam MS IGLOO 2: Gravity of the Battlefront
Yatate Hajime - História original de Yoshiyuki Tomino
Anime - 3 episódios
2008
6 em 10

 ORA MAIS UM GANDAMU PARA A MINHA COLECÇÃO, HOHOHO.

 Dentro do universo Gundam, a série de MS Igloo distingue-se por duas coisas: pelo toque de realismo conferido à guerra e pelo CG. O primeiro, atrevo-me a dizer, é brilhante. O segundo nem por isso.

 Em MS Igloo 2 temos 3 histórias paralelas sobre soldados da Federação que são perseguidos pela morte (um shinigami com design bastante ridículo, diga-se de passagem. E completamente desnecessário) durante a One Year War em que são confrontados, pela primeira vez, com essas máquinas de guerra que são os Zaku Mobile Suits. Cada história individual é bastante intensa, mas também está pejada de clichés inúteis e facilmente evitáveis.

 A arte é triste. Os stills de CG são muito bons, mas os movimentos dos objectos são pouco realistas. Isto torna momentos de grande tensão em ocasiões ridículas.

 Os personagens são interessantes, mas o seu desenvolvimento é muito fraco. Todos eles têm uma linha comum, que é serem bons soldados cujo desespero os invade. E é só isso.

 O som não é memorável, apesar de haver uma canção por episódio.

 Um 6 em 10 pela tentativa. E porque os stills são mesmo bons.

Hourou Musuko

Hourou Musuko
Aoki Ei
Anime  - 11 Episódios + 2 Specials
2011
7 em 10

Agora também em: http://www.clubotaku.org/niji/anime/hourou-musuko/


 Hourou Musuko ou "O Filho que Procura o Caminho" (haha) é um anime muito recente de produção Aniplex, que passou durante o tempo reservado a noitaminA na televisão. Isto significa que é um slice-of-life com um bom nível de produção. Fala sobre o caminho de um pré-adolescente, Shuuichi Minori, que gosta de se vestir de menina, e dos seus amigos.

 Isto à primeira vista parece bastante interessante, mas a realidade é que o anime avança sem um rumo definido e não nos trás um princípio, um meio e um fim sólidos. Não há uma conclusão literal ou moral a tirar deste anime e isso é desapontante.

 A arte é bastante boa, com traços delicados e cores pastel muito bonitas. Não há necessidade de animação muito complexa, mas a que existe está fluída e bem concebida.

 Os personagens não têm rumo, como a história. Antes de mais, parecem ser demasiado novos para haver estas dúvidas pertinentes sobre a sexualidade. Não me parece muito normal que crianças de 10-11 anos estejam preocupadas em ter namorados em vez de estarem preocupadas em jogar à bola ou ao elástico. Há um passado e um futuro para elas, mas não há evolução. O personagem principal não descobre a sua identidade e os personagens secundários também não descobrem a deles. É uma história estagnada.

 A música é muito bonita, adicionando muita intensidade aos momentos necessários. A OP e a ED são memoráveis.

 Um anime bom, que recomendo a quem quiser uma experiência interessante, mas ainda assim com demasiados defeitos para ser uma obra recomendável para todos.

Luto Pela Felicidade dos Portugueses - Crónicas Benditas

Luto Pela Felicidade dos Portugueses - Crónicas Benditas
Rui Zink
Crónicas
Livro
2007

 Antes de começar, um detalhe engraçado: o livro que o meu pai me emprestou veio de uma biblioteca e encontra-se um pouquito adulterado. Na capa pintaram o boneco de forma a parecer o Hitler, com baton. E eu pensava que a capa era assim antes de ter procurado a imagem na net!

 Adiante!

 Esta é uma colecção de crónicas sobre a vida e sobre a felicidade publicadas na revista Saber Viver e aqui todas juntas numa edição.

 Agora a grande questão é... Quem deu autoridade a Rui Zink para opinar sobre estes assuntos? Porque é que a opinião dele é especial e, digamos, a opinião  do Manel dos Carapaus não é? Isto revoltou-me. Ainda por cima, Zink não é dotado de grande humor, apesar de se afirmar como pessoa muito engraçada. Posso nomear a vez que me ri alto com este livro, que foi numa visualização do Príncipe Carlos de Inglaterra a dizer "Ama-me".

 Está bem escrito, isso admito. Há uma utilização interessante das palavras e revela uma grande cultura nestas crónicas. No entanto, isso não é suficiente para as tornar relevantes.

 Poderia citar o meu pai, quando ele diz "um chorrilho de banalidades". Excepto que ele disse isto do Saramago. Eu diria isto do Rui Zink.

A Rapariga de Pequim

A Rapariga de Pequim
Chun Shu
Biografia/Romance
Livro
2003

 Este foi o segundo livro que ganhei no passatempo da Editorial Presença e Facebook. Decidi-me por ele porque a capa parecia interessante, com uma miúda toda alternativa. Pensei que fosse falar sobre esse assunto que me interessa profundamente, que é a moda alternativa e o mundo da música underground. E fala mais ou menos disso, mas não de uma forma que me agradasse.

 A Rapariga de Pequim é uma biografia romanceada de uma certa jovem de 16 anos que se sente incompreendida no mundo da China actual. É uma rapariga que acha que se distingue de todas as outreas, que acha que tem um grande talento para a escrita... Coisas que todos os adolescentes acham em alguma parte do seu caminho.

 Infelizmente, o livro não está especialmente bem escrito. É vernáculo e simples, mas há tantos nomes e acontecimentos que uma pessoa se perde facilmente. É difícil de acompanhar e de visualizart as situações. De vez em quando há grandes momentos de pseudo-literatura e poesia, mas estão mal escritos, infantis, pouco polidos. Não admira que tantas editoras tenham recusado este romance à primeira vista e é uma surpresa para mim como foi traduzido em tantas línguas. Aproveito a deixa para dar os parabéns à tradutora, que fez um excelente trabalho ao passar isto do Chinês para o Português.

 Outra coisa que me confunde intensamente neste relato é a "infelicidade" da criatura em causa. Ela não gosta da escola, mas também não se esforça por se adaptar, tal como todos nós fizemos. Ela não se sente amada, mas não aproveita o facto das pessoas gostarem dela. Sente-se incompreendida pelos pais, mas não há uma única tentativa de diálogo. Assim sendo, a imagem que passa é a da uma adolescente mimada e estúpida, favorável a uma prostituição materialista. Seria ela mais feliz se em vez de ter encontrado o guitarrista de uma banda "fixe" tivesse encontrado um sugar-daddy bem parecido.

 Senti-me quase tentada a escrever-lhe, agora que ela já está na casa dos 20, e explicar-lhe isto, mas não vale a pena. Ela já conseguiu o que queria, que era editar o seu romance e ter dinheiro para comprar muitas roupinhas da moda. É triste a forma como este livro apenas caracteriza a decadência da adolescência na China. Se todos os adolescentes Chineses forem assim, não há grande esperança para esta emergente potência mundial, pois irá colapsar pelo materialismo tal qual os Estados Unidos.

 Um bom aspecto é que o livro me deixou curiosa sobre a música alternativa, rock e punk da China. Ainda não encontrei nada, mas se alguém souber de bandas interessantes por favor que me diga, porque quero mesmo ouvi-las.