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31.8.18

Little Witch Academia

Little Witch Academia
Yoshinari You - Trigger
Anime - 25 Episódios
2017
7 em 10

Little Witch Academia foi um filme experimental que teve grande sucesso. Assim, o estúdio que o produziu teve a sensata decisão de fazer uma série! Uma série que me encantou e me fez muito feliz! :)

Akko é uma menina que tem uma grande fascinação por Chariot, uma famosa bruxa que fazia espectáculos para crianças. Por forma a conseguir conhecê-la, consegue ser admitida na escola Luna Nova, uma escola para bruxinhas. Mas Akko não vem de uma família de bruxas e por isso não tem grandes poderes. Como é que vai conseguir ser uma bruxa de verdade e cumprir o seu sonho de conhecer Chariot?

Temos uma história que, ao início, aparenta ser muito episódica. Mas à medida que tudo se vai desenvolvendo e vamos descobrindo mais coisas sobre este maravilhoso mundo de magia, começamos a perceber que há realmente uma narrativa linear, discreta mas muito sólida, que irá culminar num final que - sendo um pouco previsível - é também muito romantizado.

As personagens são simpáticas, com um desenvolvimento simples mas muito consistente, sem nunca perderem os seus traços de personalidade originais. Estes podem parecer um pouco estereotipados, mas dentro do contexto acabam por trazer uma excelente dimensão e textura a cada uma destas bruxitas. Gostei tanto das personagens, em termos de design e de personalidade, que não consigo resistir em acrescentar a Professor Ursula aos meus planos de cosplay! Verifiquem no Cosplay Portfolio! =D

A animação é exemplar, muito criativa e plena de cores e texturas simples. O grafismo da série é todo extremamente colorido e divertido, trazendo uma aura de infantilidade que apenas funciona como agradável.

Em termos musicais, temos OPs e EDs fantasiosas, que fazem sonhar, e uma banda sonora instrumental que se liga bem às cenas respectivas.

Gostei muito!

Final Destination 3

Final Destination 3
James Wong
2006
Filme
4 em 10

Eu tenho terror de filmes de terror. Não consigo vê-los, que fico com pesadelos e sentimentos horríveis. Mas Final Destination não é um filme de terror. É uma comédia em que todos sabem o que se passa excepto os actores, que estão a fazer tudo muito a sério. Portanto, quando o apanhei ontem na televisão, fiquei a ver e a rir-me às gargalhadas!

Antes de entrar numa montanha russa, uma rapariga tem uma premonição de que todos vão morrer. Acabam por se safar algumas pessoas, mas a morte vem atrás delas para as destruir por acasos misturados com acasos que causarão as mortes mais inusitadas e hilariantes de que nos poderíamos lembrar!

Apesar do conceito do filme ser bastante interessante, a forma como está executado é nula. Portanto, não existe propriamente uma qualidade narrativa, nem uma qualidade de produção, nem uma qualidade de actores, nem nenhuma qualidade excepto a improbabilidade destas situações acontecerem.

Com alguma violência, é um filme divertido para toda a família e de que sempre me lembrarei com grande carinho.

Fábulas

Fábulas
La Fontaine
1668
Fábulas

Este é um clássico a que me apetece voltar de quando em quando. Desta feita peguei numa antologia brasileira, com traduções excelentes das fábulas para o português (e muito antigas também).

Deixo a nota para um certo Barão de Paranapiacaba, cujas traduções achei maravilhosas!

Enfim, o que dizer de novo sobre as Fábulas de La Fontaine? Esta foi a primeira vez qe as li como foram criadas: em verso. Tornam-se muito engraçadas, quase lenga-lengas, permitindo a interpretação simples da moralidade de cada história.

La Fontaine não se limita a falar de coisas boas e acertadas. Por vezes, permite-se a fazer algumas graças sobre eventos sociais e algumas pessoas da sociedade do século XVII francês, o que nos dá a oportunidade de espreitar para como seria a vida nessa época.

Ainda muito actuais, estas fábulas serão uma referência tanto para crianças como crescidos.

Invitation to a Beheading

Invitation to a Beheading
Vladimir Nabokov
1935
Romance

Conforme vamos descobrindo, Nabokov é maluco. Este é mais um livro doido de um autor doido, desta feita sobre um homem que vai ser decapitado, mas não sabe quando.

Este homem está preso por um crime misterioso e está condenado à morte. Todos os dias o seu captor lhe leva novidades, jornais, pessoas e visitas. E Cincinnatus, esse homem, quer apenas saber quando será a sua execução, pois os vários Cincinnatus dentro dele estão aterrorizados em maior ou menor escala.

O livro é divertido na sua estranheza, com uma escrita leve e altamente irónica. Pretende-sem,, tyalvez, como uma análise do medo, uma elegia ao terror. O final é revelador e um profundo alívio perante todo o stress porque passámos, nós e Cincinnatus, até lá chegar.

é uma leitura bastante simples, mas com muito mais dentro dela do que nos possa parecer à primeira vista. Talvez um dia o releia, para apreciar melhor estas diferenças.

Disenchantment

Disenchantment
Matt Groening
10 Episódios
2018
 

Do criador de Simpsons e Futurama, vem esta nova série: uma animação, uma comédia, uma sitcom, mas num mundo de fantasia e magia.

Com inspirações evidentes nos universos de Tolkien e RRMartin (o que, nos tempos que correm, parece ser sempre inevitável), temos 10 episódios que se revelarão como uma história coesa e inesperada. Cada um é escrito e realizado por pessoas diferentes, mas o essencial lá está.

Acompanhamos as aventuras de um trio inusitado. A princesa Bean, do reino de Dreamland, Luci que é o seu demónio pessoal e Elfo que, tal como o nome indica, é um elfo que está ali mais ou menos por acaso. Juntos, irão beber até ao amanhecer, consumir estranhas substâncias e viver aventuras fantásticas, imaginárias ou reais, que em muito correspondem à experiência de sair à noite em Almada Velha.

Apesar da simplicidade dos personagens e de alguma repetição nos gags cómicos, é uma série viciante e hilariante, pontuada por uma animação muito competente.

Agora, ansiosa pela segunda season! Espero que não falte um ano! D:

29.8.18

A Carteira

A Carteira
Machado de Assis
1884
Conto

Um conto curtíssimo que encontrei perdido no Kobo e que me deu imenso gosto ler. Está disponível para download em diversos lugares que uma pesquisa revelarão e, por isso, escreve este pequeno comentário apenas para deixar um pouco de água na boca.

Machado de Assis foi uma espécie de observador dos maus costumes da sociedade brasileira do século XIX. "A Carteira" condensa todo esse sorriso sardónico perante as massas, através de uma história que tem tanto de simples como emocionante.

Questões sobre o estatuto social e económico de cada um dos intervenientes se colocam. Para o final, o autor dá uma estocada fatal no nosso preconceito. O resultado, no meu caso, foi uma cheia gargalhada.

Recomendo vivamente e lê-se em cinco minutos!

Ice

Ice
Anna Kavan
1967
Romance

Livro sugerido no (agora adormecido) clube de leitura Eden. Uma autora que não conhecia e que tem uma curiosa história de doença mental e heroína. Se no prefácio isto não me parecia importante, penso que depois de se ler o livro podemos encontrar aqui algumas ligações.

Um homem procura uma rapariga, toda branca, toda pálida, de lugar em lugar, de país em país, encontrando-a por vezes, perdendo-a nas outras. Mas a sua busca é atormentada por uma imensa parede gelada, uma nevasca cada vez mais sólida a que é impossível resistir.

Penso que cada capítulo deste livro é, uma e outra vez, a mesma história. Os lugares são os mesmos, as pessoas são as mesmas. Um sonho recorrente, digamos. Um pesadelo recorrente. Assim, este livro deve ser encarado como um desafio simbólico, em contraste com o poder da narrativa pura do romance típico.

No entanto, creio que a interpretação evidente poderá ser muito redutora. "Representar a droga pela neve" parece-me altamente limitador, sendo que perdemos outras nuances que podem ter simplesmente a ver com as experiências da autora e uma manifestação das suas memórias de final de vida.

No ano seguinte, Anna Kavan morre.

Tropa de Elite 2

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
José Padilha
2010
Filme
7 em 10

Antes de irmos de férias, apanhámos este filme na televisão. Já agora, informo que nunca vi o primeiro Tropa de Elite e sei apenas muito vagamente sobre o que é. Mas esta aventura policial estava a ser tão divertida que me deixei ficar a ver.

De uma forma irónica, violenta e tragicamente actual, o filme conta-nos as novas aventuras do chefe da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que agora comanda as operações a partir dos bastidores. Enquanto tenta endireitar a sua relação com o filho e a ex-mulher, acaba por descobrir muito mais do que deveria. E agora, o que fazer com isso? Afinal de contas, este personagem está numa posição de poder privilegiada.
 
Talvez seja este factor que torna a aventura policial realmente cativante e original. Desta vez, quem sabe os segredos é aquele que está no topo da cadeia alimentar. A forma como o personagem junta os vários pontos através das inofensivas informações que vão chegando e nos vai explicando, a nós espectadores, a consequência e o encadeamento das acções, tudo isso está muito bem construído e acabamos por ter uma forma narrativa exemplar.
 
O filme é muito violento, mostrando apenas o suficiente e deixando as nossas cabeças com a função de imaginar o resto. Isto é exacerbado pelo realismo cru dos actores, que trazem uma textura emocional para o seu acto.
 
De certa forma, quase nem tenho vontade de ver o filme original, considerando a aventura que este foi. Mas não posso deixar de sentir curiosidade!



25.8.18

Pachinko

Pachinko
Min Jin Lee
2017
Romance

Livro que recebi através do BookCrossing e que, como símbolo, termina essa minha lista de leitura, que há tanto se prolongava. Escolhi recebê-lo na altura porque me parecia interessante a perspectiva proposta: a vida dos emigrantes coreanos em solo japonês.

A autora propõe-se a escrever uma saga de família, em imitação a grandes épicos norte e latino americanos, mas tem a capacidade de falhar se forma muito redonda àquilo que se propõe. Para começar, os acontecimentos iniciais, que irão estar presentes ao longo de quase quinhentas páginas são pouco verosímeis e, por coincidência, muito convenientes. Que agradável para uma família de pobres coreanos ser protegida pelo mais poderoso coreano do Japão.

Entretanto, a autora foca-se no desenvolvimento dos seus personagens partindo de  ideias pré-concebidas daquilo que deveria ser o "sofrimento coreano" mas, sobretudo, do "sofrimento da mulher (coreana)". Sofre também de um problema que tenho reparado em livros de autoras americanas asiáticas: a insistência num cristianismo forçado, pouco realista e extremamente moralizador. Isso é coisa que, como sabem, me causa um certa aversão física.

É uma saga familiar sobre uma família sem importância no seu contexto social e no quadro geral imagético da(s) sociedade(s) vigentes nesse Japão inventado. Não me impressionou e não recomendaria.

15.8.18

Bande À Part

Bande À Part
Jean Luc Godard
Filme
1964
8 em 10
Filme representativo da Nouvelle Vague do cinema francês, foi também a minha estreia neste género. E é fantástico!

Com uma visão simples e bem disposta, vemos a aventura policial de três jovens que planeiam roubar uma grande soma de dinheiro numa casa. A forma como eles se interrelacionam e o seu diálogo, tanto o falado como o físico, tudo isso é como se estivessem num outro filme e que o que estamos a ver tivesse sido apanhado apenas por acaso.

Mas como apanhar uma sucessão de cenas e entender os sentimentos dos personagens apenas por acaso? É o fingimento da casualidade do olhar do autor o que fascina neste filme. A ausência de cor, mas a manipulação da sombra, o trabalho do actor em conjugação com a visão discreta.

Um filme excelente, engraçado, talvez um pouco simples mas completamente fascinante!

Fiquei cheia de vontade de ver mais do género!

Mudbound

Mudbound
Dee Rees
2017
Filme
5 em 10

Um filme sobre aquela parte da história americana que tentamos esquecer: aquele lugar estranho entre a emancipação dos direitos civis e o final da escravatura.

Uma família muda-se para o campo, onde tem alguns terrenos alugados a famílias de negros. A relação entre duas famílias torna-se mais tensa aquando a chegada de seus filhos pródigos, que tinham ido para a Europa lutar na segunda guerra mundial. Porque, entre eles, não existe o racismo.

Pessoalmente, senti-me desapontada com o filme desde o início. A forma narrativa é aborrecida e datada, com diversos narradores que, no fundo, acabam por não ter nada que dizer que seja realmente importante para a história. Esta, é confusamente trágica, com um recurso à violência pouco claro e talvez precipitado.

Os actores apagam-se uns aos outros, pois as suas personagens têm pouco conte´do onde se agar5rar.

Mais uma produção Netflix: uma coisa boa, pois vemos que o cinema começa finalmente a chegar à produção do pequeno ecrã. Mas ainda terá de ser melhor trabalhado.

O Arquipélago da Insónia

O Arquipélago da Insónia
António Lobo Antunes
2008
Romance

Mais um livro de António Lobo Antunes, desta feita o último da minha corrente lista. Parabéns eu, terminei a corrente lista de leitura! =D Agora começarei uma nova, com ajuda do Kobo.

Conforme havíamos discutido anteriormente, eu sinto que - ao longo do tempo - Lobo Antunes tem estado a escrever sempre a mesma história. Este livro não é excepção. O mesmo tipo narrativo, a mesma estrutura, os mesmos temas. Mas há uma diferença: desta feita o ambiente é rural.

O autor, que possivelmente nunca viu o ambiente rural, faz uma caracterização deste meio como uma fonte de ignorância, maus tratos e desprezo pelas coisas vivas, como o próprio autor despreza. Digo isto porque cada vez que planta ou animal aparece nos seus livros é para se fazer uma comparação bacoca aos cuidados de saúde humanos, utilizando o mau trato do animal enquanto elemento narrativo para provar um ponto que não tem qualquer relação com isso.

Temos uma infância e uma velhice misturadas, com uso de personagens que - vejo agora - têm sempre os mesmos nomes. Ou serão as mesmas pessoas?

Este é o vigésimo livro do autor e, volvidos dez anos, já deve ter escrito outros tantos. Mas penso que é o último que vou ler durante um longo, longo tempo.

City of Illusions

City of Illusions
Ursula K. LeGuin
1967
Ficção Científica

Comprei este livro na Lourinhã, em jeito de homenagem ao recente falecimento da autora. Dela, só tinha lido as fantásticas histórias de Terramar, que muito me comoveram na altura, pelo que estava bastante ansiosa por saber o que viria desta "Cidade de Ilusões".

Esta história passa-se num planeta Terra longínquo, num futuro em que a humanidade já perdeu a sua capacidade de viajar pelo espaço e conhecer novos indivíduos e, agora, se reúne em pequennas tribos na floresta, atemorizados pela presença de umas estranhas entidades, os Shing Um homem misterioso é encontrado pelos habitantes da Terra e educado como um deles: havia perdido a memória e a sua própria identidade. Agora, irá viajar até à cidade dominada pelos Shing para poder recuperar o seu próprio eu.

Escrito de uma forma muito calma e ponderada, a autora demora o seu tempo a contar-nos a história de Falk e dos seus companheiros. Aproveita o caminho do personagem para nos mostrar esta versão da Terra, tão futurista que voltou às suas raízes orgânicas. Ficamos a conhecer os vários povos humanos que habitam estes locais e é explorado em detalhe algum folclore de cada uma das estruturas sociais.

Já o personagem em si recebe uma boa dose de desenvolvimento ao longo do livro, especialmente na parte final e que finalmente recupera a memória. Neste momento existe um confronto dentro do próprio eu que se torna muito interessante, sendo a resolução da história tanto lógica como emiocionante.

Fiquei muito contente com este livro e espero ter oportunidade de ler mais oras da autora.

11.8.18

Nanatsu no Taizai

Nanatsu no Taizai
Okamura Tensai - A-1 Pictures
Anime - 24 Episódios
2014 
5 em 10

Este é o anime de todos os cosplays. Finalmente fico a saber quem são essas personagens que vejo pululando por toda a parte.

Uma rapariga procura os "Sete Pecados Mortais", um grupo de guerreiros temido pelos Holy Knights, organização que serve para procurar este grupo e o destruir. Ficamos a saber que essas pessoas são um grupo de criancinhas com quarenta anos de idade e um porco. Ficamos também a saber que - SURPRESA DAS SURPRESAS - eles é que são os bons.

Depois os bons lutam contra os maus, os maus afinal também são bons mas há um mau mais mau que os maus que são bons, então depois há cenas de acção.

Fora esta história previsível e perfeitamente enquadrada no cubículo do seu género, temos também uma animação pouco detalhada, um universo aborrecido feito de cadeias montanhosas relvadas e deesigns pouco enquadrados no universo. Também a paleta de cores e o próprio estilo tornam este anime numa espécie de farsa cómica, em que subitamente o monstro vem aí pelos ares e torna tudo sanguinolento.

É caso para dizer... Desapontada, mas não surpresa.

Toni Erdmann

Toni Erdmann
Maren Ade
2016
Filme
8 em 10

Este foi um nomeado para os Óscares de filme estrangeiro e que, talvez, terá perdido por uma mera razão política. Este foi o filme mais comovente e meio esquisito que vi nos últimos tempos.

Winfried é um velho professor de música que gosta de fazer piadas. A sua filha, Ines, trabalha numa empresa altamente competitiva e está cada vez mais afastada da sua vida familiar.A propósito de uma visita à Roménia, onde Ines está instalada, o pai fará todos os possíveis para lhe traze de volta um sorriso.

Uma narrativa plena de espaço para o desenvolvimento pessoal das personagens, elaborada com calma e solidez, permitindo aos actores a expansão do seu trabalho. Assim, temos uma caracterização decorada com belos relevos e detalhes, como uma peça fina de doçaria tradicional que se saboreia tão rápido como imediatamente se desfaz, ficando apenas a memória do açúcar e, talvez, de uma lágrima de rir.

Cinematografia simples mas altamente eficiente, este filme também pode funcionar como uma crítica ao mundo da alta roda empresarial, já que vemos muitos momentos desse universo. Contribuem também eles para o próprio desenvolvimento das situações e para empurrar a narrativa nos seus carris.

Um filme maravilhoso e sorridente.

7.8.18

Magi

Magi
Ochikoshi Tomonori -  A-1 Pictures
Anime - 25 + 25 + 13 Episódios
2012
6 em 10
Neste post falarei da minha experiência enquanto vi as três séries de Magi: Labirynth of Magic, Kingdom of Magic e Sinbad no Bouken. Já sabia algumas coisas sobre esta série, pois é bastante famosa e vários amigos são grandes fãs. Por um lado, gostei imenso de algumas partes. Por outro, fiquei bastante desapontada. 
O primeiro aspecto que me fascinou neste anime foi todo o universo de magia em que nos encontramos. Pegando numa inspiração médio-oriente, misturando a mitologia persa com os contos das Mil e Uma Noites, o autor mostra-nos um mundo cheio de mistérios mágicos e criaturas surpreendentes, que poderão trazer ou retirar poderes aos nossos protagonistas que, na maior parte do tempo, ainda estão a aprender como utilizar tudo o que o ambiente circundante tem para lhes oferecer.

Estes personagens são bastante cativantes na sua maioria, com problemas e questões pessoais que vão sendo resolvidas ao longo do tempo. Cada um deles vem de uma situação de diferente precariedade e terão de ultrapassar as suas limitações fazendo uso da magia e, também, do poder que os une uns aos outros. Temos designs interessantes na sua maior parte, embora muitas vezes sejam um pouco exagerados, sobretudo quando há a manifestação dos objectos mágicos. Também é nesse aspecto que a animação peca, na generalidade, já que temos cenas de acção muito efusivas contrabalançadas por momentos de pouca riqueza visual.

Mas aquilo que me deixou chateada foi, precisamente, a falha de quase todos os animes shounen de acção que estão disponíveis por aí. Chateia-me MUITO quando começam a explicar a maiga e a categorizá-la em caixinhas. Uma razão pela qual a magia é mágica é, precisamente, a dificuldade na nomenclatura e categorização, a dificuldade de ensinar e aprender através de elementos teóricos. E nisso o anime desaponta muito.

Temos OPs e EDs interessantes, embora um pouco perdidas na sua era (penso que seriam músicas melhor localizadas há uma década).

Foi uma experiência satisfatória mas, por causa dessa situação que me chateia, acho que não vou querer saber mais desta série. Não existirá um cosplay.

3.8.18

Último a Sair

Último a Sair
Bruno Nogueira, Frederico Pombares, João Quadros e Ricardo Freitas 
2011
Série

A pouco e pouco fomos vendo esta série, tão popular no ano da sua estreia, mas que eu tinha falhado (porque é raríssimo eu ver televisão, ainda para mais se for para acompanhar alguma coisa).

Um show dentro de um show, reúne uma série de pessoas conhecidas do nosso querido povo portuguÊs num reality show. Num reality show muito realista. Porque, com estas pessoas envolvidas, o resultado não podia ser menos do que absurdo.

Pleno de conversas existencialistas que não fazem sentido nenhum, diálogos surrealistas cheios de dicas filosóficas que ficam para a vida e cenas altamente sensuais entre vários membros do cast (os masculinos, os femininos e os coisos), é uma série chocante. Porque perante tamanha bizarria, não se pode fazer nada sem ser ficar PERPLECTOS em frente ao nosso ecrã.

Ficamos a aprender sobre galinhas, ameijoas e carecas, ficamos a aprender sobre o próprio sentido da vida.

Aos jovens que não acompanharam esta série no ido ano de 2011... Vão ao youtube. Admirem-se. Procedam. Vivam.

Willow

Willow
Ron Howard
1988
Filme
6 em 10

Apanhámos este filme na televisão e ficámos a ver. Porque se há filmes que eu realmente adoro (me culpa, mea culpa) são filmes de fantasia dos anos 80 <3 Encantam-me!

Willow é um anão que é encarregado de levar um bebé até uma feiticeira, para a salvar dos terríveis rituais de Mogmorda, a rainha má que quer trazer caos ao universo. Acomapnahdos por outras figuras cheias de candura, lutam contra diversos inimigos e aprendem muitas coisas sobre a perseverança e a coragem.

Fazendo excelente uso dos seus recursos, este filme consegue mostrar-nos um mundo fantástico altamente detalhado, cheio de magia e de encanto. As personagens são muito simples, é certo, mas a sua simplicidade fá-los mover pessoalmente, de forma a que estão sempre a aprender, a evoluir e a mostrar-nos como nós próprios o poderemos fazer.

Apesar da narrativa básica ser bastante infantil, esse é um aspecto que me dá gosto ver. Penso que é algo que se perdeu um pouco nos filmes juvenis da actualidade, a simplicidade de podermos ser apenas uma criança que não precisa de muitas coisas para estimular a sua imaginação e, com base em apenas um filme, criar todo um novo mundo de actividades.

Foi uma experiência giríssima!

Sôbolos Rios Que Vão

Sôbolos Rios Que Vão
António Lobo Antunes
2010
Romance

Mais um romance do António Lobo Antunes, o penúltimo da minha lista de leitura que, a pouco e pouco, se aproxima do seu derradeiro (e forçado!) final.

Neste livro, parece-me que chego a uma conclusão. Vejam o que vos parece: eu acho que o António Lobo Antunes está, desde sempre, a escrever o mesmo livro.

Isto porque nestes Sôbolos, temos de novo a mesma estrutura, os mesmos temas, os mesmos lugares. Arriscaria a dizer as mesmas pessoas? Mas com outras identidades, com outras formas de ser. Mas com os mesmos dramas, as mesmas dificuldades. As mesmas situações.

Seguimos uma pessoa que está doente, no hospital, alucinando com as pessoas do seu prsente e do seu passado, sem saber se é adulto ou criança, no desespero da doença e da morte. Uma não.aceitação do natural, uma análise da dificuldade em aceitar as consequências do conhecimento do próprio.

Vejo também que, à medida que Lobo Antunes envelhece, os seus livros ficam mais extremos, mais fechados sobre si mesmos, como se o autor se embrulhasse numa concha de papel: como se a sua voz não se quisesse calar mas o seu corpo não o deixasse fazer.

Falta-me um livro para finalizar as minhas conclusões. Devo dizer que estou ansiosa por o ler!

Good Time

Good Time
Benny Safdie e Josh Safdie
2017
Filme
6 em 10

Um filme curioso e estranhamente divertido. E a prova de que o actor pode ser um bom actor mesmo que o seu primeiro papel tenha sido terrível. Sim, estou a falar de Robert Pattinson (que é feio neste filme, vejam)

Então, um jovem delinquente tem um irmão. E esse jovem delinquente tem uma limitação emocional e não sabe muito bem o que faz. O irmão dele leva-o a assaltar um banco, boa actividade em família, e ele é apanhado. Agora, o irmão terá de cometer crime atrás de crime para enconrar dinheiro suficiente para lhe pagar a fiança.

Quando decide ir buscá-lo ao hospital, onde pensa que ele se encontra, salva uma pessoa que é exactamente igual ao irmão mas que... É outra pessoa. Juntos, irão numa aventura em busca de uma garrafinha de sumol cheia de ácido lisérgico e uma caixa com imenso dinheiro.

E são problemas seguidos de problemas que se resolvem sempre da pior maneira possível! E isto é, de certa forma, hilariante. Os acontecimentos são violentos, trágicos, encaixados num realismo de raiva. Mas a sequência destes é tão bizarra e tão mal jogada, em que os personagens se vão safando à custa de grandes golpes de anca, que o efeito só pode fazer rir.

Feito com recursos simples, é um filme que funciona muito bem e é um excelente exemplo do que pode ser o cinema de puro entretenimento.

Awakenings

Awakenings
Penny Marshall
1997
Filme
7 em 10

Um sensível filme, baseado numa história real, sobre a relação entre um médico e os seus pacientes.

Robin Williams é Dr. Sayer, um médico neurologista a quem lhe é atribuída uma ala hospitalar em que residem doentes catatónicos. Através da observação, Sayer descobre que estas pessoas ainda possuem algum tipo de sensibilidade e experimenta novas drogas para os fazer "despertar". O paciente escolhido para os testes é Leonard Lowe, aqui Robert DeNiro. O seu despertar e o dos outros doentes é revolucionário. Agora querem recuperar todo o tempo perdido.

Um filme que nos mostra um pouco sobre a descoberta da humanidade nos pacientes mais complexos e da humildade no médico, o detentor do saber que terá de explorar todas as possibilidades para os manter. E, neste caso, não tanto salvá-los, mas sim o mantê-los o mais confortáveis possível na sua situação. Esta perspectiva é tocante e palpável, fazendo a narrativa ir mais além do que a sua interpretação.

Fazendo uso de imagens simples mas muito belas, tanto trágicas como familiares, e um trabalho de actor pleno de sensibilidade e cuidado, é um filme que se eleva no seu contexto e traz mesmo uma certa paz a quem o vê.
 
Um filme que me ficará por algum tempo na memória.

Tully

Tully
Jason Reitman
2018
Filme
6 em 10

Aclamado pela sua visão da maternidade, este é um filme preparado para uma personagem que nos mostra uma perspectiva absolutamente pavorosa dessa maravilhosa visão.

Marlo está grávida de nove meses e tem dois filhos e um marido. Sempre em correria por causa das duas crianças e daquela que entretanto nasce, decide-se a telefonar a uma ama nocturna, que a irá ajudar a tomar conta da situação, mas apenas durante a noite.

Surge-lhe Tully, uma rapariga toda gira e toda jovem, que faz montes de coisas na sua vida e a ensina que também ela se pode divertir enquanto mão. E a conclusão que esta personagem tira (e aquilo que me atemoriza neste filme) é que não faz mal não ter sonhos, fazer sempre as mesmas coisas, estar lá para todos e ser sempre exactamente igual.

Esta aprendizagem da personagem principal, de boa forma interpretada por Charlize Teron, é terrivelmente triste. Isto é ainda mais exacerbado pela conclusão final que, mesmo sendo previsível, tira todo o tempero do filme.

Estava com muita vontade de o ver e, no final, desapontou-me.

Pacific Rim: Uprising

Pacific Rim: Uprising
Steven S. DeKnight
2018
Filme
4 em 10

Então a gente viu este filme. Tinha cenas de acção.

Tinha cenas de acção horríveis.

Tudo o que o Pacific Rim original tinha sido, pleno originalidade, aventura e robots gigantes, é o que Upirising não é nem, aparentemente, alguma vez teve pretensão de vir a ser. Este é um filme que, saindo no cinema, tem uma direcção e produção digna de um qualquer Piranha 3DDD do Sci-fy.
 
Actores terríveis, nada localizados na realidade do filme e muito menos dentro das suas personagens, animações em CGI primitivo, designs robóticos pouco práticos e verosímeis. Uma história de amor entalada por ali e temos um filme de robots gigantes a lutar contra monstros gigantes.
 
E é isso.
 
Portanto, a minha recomendação é que não vejam este filme quando estiver no Netflix.



Good Morning, Vietnam

Good Morning, Vietnam
Barry Levinson
1987
Filme
6 em 10

Talvez um pouco influenciados pelo facto de, bem, termos acabado de ver um documentário sobre Robin Williams, arranjámos alguns filmes do actor que eu ainda não tinha visto. Sim, para minha grande vergonha nunca tinha visto o GOOOD MOOORNING VIETNAAAM!!!!

Talvez tenha ido para este filme com expectativas demasiadamente elevadas. É divertido mas, quanto obra única, perde um pouco o seu valor. Robin Williams é um DJ em Saigão no ano de 1962. Faz o seu programa de música e variedades para ser ouvido por todos os soldados americanos que têm a infelicidade de estar no Vietname àquela hora.

Por acaso, também ensina inglês a aldeãos vietnamitas no seu tempo livre.

Com muita inocência e uma grande dose de improviso, assistimos ao programa de rádio mais divertido e, ao mesmo tempo, mais deprimente de sempre. Robin Williams tem um papel feito para ele: basta vestido o fato da sua personagem para explodir num diálogo de vivacidade e paródia. E é esse o valor do filme.

Porque de resto, temos uma história bastante infantil, sem qualquer tipo de consequência, que em nada caracteriza o terror da guerra e em que todos os seus personagens são estereótipos baseados numa perspectiva pessoal do realizador.

Assim, o filme é engraçado para ver à tarde em família, mas ficou um pouco para trás.

Robin Williams: Come Inside My Mind

Robin Williams: Come Inside My Mind
Marina Zenovitch
2018
Filme
6 em 10

Surgiu um documentário sobre Robin Williams, o artista que nos deixou de forma perturbadora há alguns anos, retirando-se da vida e deixando todo o mundo a perguntar-se... "Como uma pessoa tão feliz pode cometer suicídio".

Este documentário vem mostrar-nos um pouco da vida do comediante e revelar-nos que nem tudo é o que parece.

Abordando as várias fases da vida do autor, com especial enfoque no seu trabalho enquanto comediante televisivo no início de carreira e, também, na sua actividade sempre presente em stand-up comedy, o documentário procura imagens de arquivo, velhas fotografias e relatos das pessoas que com ele privaram. De forma talvez demasiado célere, vemos os diversos momentos tristes e felizes (a maior parte felizes) sempre filtrados pela própria visão de Williams: o texto ómico, o movimento incessante, a força de trabalho.

Infelizmente, o filme peca por se focar demasiado em assuntos que, sendo importantes para a vida do actor, acabam por não encontrar paralelo na visão do espectador: parece que tudo o que foi mostrado foi algo que pouco influenciou a actividade e a arte da pessoa. Também depende um pouco demasiado do filtro do stand up para fazer passar o seu ponto: coloca o actor a falar sobre o seu próprio momento.

Ainda assim, foi um alívio e uma alegria descobrir algumas coisas, nomeadamente a suposta causa da sua morte.

Assim, sugiro que o vejam, se forem fãs ou apenas curiosos.

A Mulher da Areia

A Mulher da Areia
Kobo Abe
1962
Romance

Recebi este livro como um simpático bónus numa actividade do BookCrossing. Apesar de estar um pouco reticente em ler algo que não estava nos meus infinitos planbos, o facto de ser de um autor japonês intrigou-me.

E é, realmente, um livro muito intrigante.

Um homem, professor, entomologista, vai em busca de uma nova espécie de insectos a uma zona mais ou menos remota do Japão. Encontra-se numa aldeia feita de areia, em que tudo é areia. Os habitantes desta aldeia obrigam-no a ficar por tempo indeterminado, para que ajude a aldeia a preparar-se para o inverno, protegendo-se da infinita areia.

Com um traço largo surrealista, o livro mostra-nos a miséria da forma de viver das aldeias menos favorecidas do Japão, com um toque de imaginação e um toque hiperbólico que nos deixam a pensar sobre quanto deste retrato será verdade, tornando a experiência do homem uma leitura ansiosa, assustadora e sinistra.

A evolução do homem en1uanto personagem é tanto desesperada quanto discreta. Acompanhando as suas tentativas de fuga e adaptação, observamos como o homem - talvez enquanto figura política e social - se mistura no mundo de areia, tornando-se ele próprio apenas mais um grão, sem função, numa multidão destruidora.

Escrito de forma muito simples, tem o charme narrativo que os autores do pós-guerra japonês a sempre nos habituaram.

Uma óptima leitura!