Parece que está aqui a aparecer um tema recorrente nas minhas leituras, que são as "almas". Tenho lido muita coisa com "alma" no título, hahaha
Este é um romance que mistura história com fantasia para nos dar uma perspectiva um pouco diferente dentro da ficção para senhoras na actualidade. Conta a história de um médico que foge com a sua paciente, que se revela ser imortal, e da história desta rapariga ao longo dos tempos, sempre agarrada ao seu grande, grande amor. A história está bem contada, é cativante e, sobretudo, é muito simples de ler. Pois que fiz 600 páginas em dois dias, lol
Felizmente, este livro não abusa das descrições de momentos eróticos, embora fique por explicar qual a razão exacta para que um imortal, que tem todo o tempo do mundo, gaste a maior parte dele em actividades de índole sexual, quando poderia utilizá-lo a fazer coisas úteis, como encontrar a cura para o cancro, aprender a tocar clarinete, entre outros.
~Também não são muito boas as descrições de lugares e eventos, sendo que tudo é bastante vago e os personagens, sobretudo o séquito do mau, se começam a assemelhar todos uns aos outros. Também a heroína não tem grande caracterização, para além do seu grande, grande amor, sendo que não revela qualquer capacidade de decisão até ao momento final, sendo praticamente a toda a hora motivada pelo medo e pelos sentimentos de culpa.
Só depois de pesquisar dados sobre o livro para por aqui, descobri que se trata do primeiro de uma trilogoa. Como sempre -____- Não creio que vá ler o resto.
Este anime (que vi no dia de Natal propriamente dito) é apenas um spot publicitário para um manga imensamente mais longo e, provavelmente, imensamente mais interessante. Ainda assim, está um bom exercício de animação e uma espécie de homenagem aos antigos animes de luta dos anos 80.
Um jovem muda para uma nova escola, onde é imediatamente confrontado com outros estudantes que terá de vencer numa série de desportos, pelo que apresenta a opening. Nestes dois episódios, é-nos mostrado um combate de boxe. Não há tempo para que os personagens se desenvolvam, mas ainda assim está uma boa apresentação. A animação está bastante coerente, com algumas cenas memoráveis, embora haja alguns stills que cortam ligeiramente o efeito. Os designs também são curiosos, sendo que este OVA dá realmente vontade de ir ver o resto do manga para saber o que vem daí.
Um anime que terá seu interesse para um estudioso, já que parece tomar influências de instâncias mais antigas (como Hokuto no Ken ou Ashita no Joe) assim como ele próprio parece ter influenciado animes mais modernos (como Kill la Kill, que me veio logo à ideia). Para o visionante comum, talvez não desperte assim tanto interesse.
Este foi o meu anime de Natal. Isto é, comecei a vê-lo na véspera do dito e acabei no dia. E foi horroroso.
Um rapaz, que não se percebe muito bem se é rapaz se é uma lombriga, muda-se para a cidade e, na nova escola, todas as raparigas se apaixonam por ele. Por alguma razão todas elas são espíritos de animais e têm orelhas e cauda, embora isso não apareça muito frequentemente. Todas lutam pela atenção da nossa lombriga que, sendo um nemátode, precisava de um bocado forte de praziquantel para ver se arrebitava. De resto, há umas com grandes seios e outras com pequenos seios: assim se distinguem umas das outras. Seios... É o que há mais neste anime.
Mas, não havendo ponta por onde se lhe pegue na narrativa e com um personagem principal simplesmente detestável, o efeito erótico destes seios variados perde-se rapidamente no ridículo que é a sua frequente exposição, sempre feita pelos mais inanos motivos.
A arte não existe, essencialmente, porque é tudo deslavado, não há cenários e as mamocas sofrem de erros anatómicos frequentes que impossibilitam a sua existência. A música também é altamente limitada.
Acho que este anime nem sequer serve para quem aprecie o género ecchi. Muito menos para passar o Natal.
Este foi o nosso filme de noite de Natal. :) é das poucas vezes que vejo filmes em família e é sempre fixe! =D
Inspirado vagamente na história de Florence Foster Jenkins, uma senhora de alta sociedade que cantava muito mal, conta a história de - precisamente - uma senhora de alta sociedade que canta em festas privadas e que, efectivamente, canta muito mal. Mas, infelizmente, ela não faz ideia disso. Ela acha que ainda poderá ser uma diva da ópera e dos palcos. E todos os seus amigos lhe escondem isso, porque o trauma seria demasiado grande... Para além disso, tem um criado ligeiramente sociopata que lhe tira fotografias.
O filme é muito engraçado. Desde a primeira nota desafinada até à apoteose final, esta pobre senhora, belíssimamente interpretada, faz-nos rir, bater palmas e tentar adivinhar quando é que as coisas vão finalmente correr mal, quando é que ela poderá finalmente descobrir que não é de todo uma grande cantora.
Com um conjunto de personagens ainda mais bizarros que ela, passa por diversas provações para se preparar para espectáculos cada vez mais produzidos, até que no final a sua voz acaba por ceder, já que ela nunca a teve muito boa.
Os cenários também são muito interessantes, assim como o guarda roupa que, muito ajustado à época, nos remete a um tempo de óperas clássicas e espectaculares.
Um filme muito agradável de ver com toda a gente. :)
Zutto Mae kara Suki deshita.: Kokuhaku Jikkou Iinkai
Yanagisawa Tetsuwa - Qualia Animation
Anime - Filme
2016
5 em 10
"Gosto de ti há muito tempo: Comité de Confissões".
É este o título do filme que me pus a ver porque estava com um tempinho antes do Natal. E, bem, foi um redondo falhanço.
Este é um filme com tendências shoujo, em que uma rapariga e um rapaz não se confessam um ao outro por razões que transcendem o espectador e os próprios personagens. Não existe um fio condutor para a história, um princípio-meio-fim, uma linha que sirva de guia. Trata-se apenas de um suceder de situações, nenhuma delas com grande importância, que culminam no óbvio, e nem assim muito bem. Os personagens são em demasia e são todos iguais, quer na personalidade quer no design. Fizeram a heroína ligeiramente diferente, o que foi uma boa tentativa, dando-lhe um design um pouco distinto, mas mesmo assim ela se confunde com todas as suas amigas (quantas seriam?)
Não existe animação que mereça esse nome, sendo quase todas as cenas diálogos com imagens paradas, sem que sequer se mexa a boca dos personagens: estão sempre a pensar, muito pensa esta gente dos animes... Musicalmente, temos uma variedade grande de músicas pop, mas aparecem sempre nos momentos mais inadequados.
Um filme que se pode perfeitamente passar à frente.
Este é um anime tão difícil de categorizar como de classificar. Na verdade, estava dividida entre o 7 e o 5: tudo o que eu não queria era dar mais um 6. Acabei por me decidir por uma nota mais baixa, pelas razões que veremos de seguida.
As tags para Brigadoon incluem mecha e comédia, mas este é um anime que sai fora da caixa: não é propriamente um mecha, apesar de ter robots, não é propriamente uma comédia. Não é propriamente ficção científica. Não é nada exactamente, mas com isso consegue ser muitas coisas ao mesmo tempo.
Passado nos anos 60, o que já de si é coisa rara, conta a história de uma menina - Marin - que conhece um robot - Melan - e se torna amiga dele. Mal sabe ela que terá de lutar contra uma série de monstros fantásticos que ameaçam a realidade do espaço-tempo actual, enquanto tenta equilibrar a sua estranha vida familiar e suas amizades. A história pode parecer um pouco confusa, mas acaba por estar bem estruturada de uma maneira que lhe é muito própria. Desde o início que existe uma violência presente, muito subtil, mas que vai crescendo em tom à medida que nos aproximamos dos episódios finais. Nessa medida, é um anime um pouco surreal, pois violenta as suas personagens de formas inimagináveis, de forma a chegarmos ao objectivo final que... Não passa de uma história de amor.
O que me fez dar a nota mais baixa foi, sobretudo, a arte. Temos de admitir que nas cenas de acção está muito interessante, com sequências originais e uma fluidez muito agradável, sobretudo considerando a data de lançamento. No entanto, todas as outras cenas são descuidadas, quase rascunhos, em que não há o mínimo cuidado no detalhe ou sequer na anatomia (os personagens nem sequer têm mãos!). Fiquei sem perceber exactamente se isto é um efeito propositado ou se simplesmente guardaram o orçamento todo para as cenas de luta.
Musicalmente também não existe muito a apontar, embora a OP e ED sejam muito, muito irónicas. Fique a nota para os actores de voz, que conseguem imprimir tanto um ar de comédia (que não existe) como um ar mais sério (que também não existe) nos momentos adequados.
Um anime que não deixa ninguém indiferente. Apesar da nota baixa, sugiro solenemente que o vejam com urgência.
Todos sabemos que Nuno Markl tem jeito para fazer rir as pessoas. Por pior que digam dele, sempre o acompanhei (ainda antes dos famosíssimos programas, ainda ele era meu vizinho ali nas vivendinhas) e sempre o achei uma pessoa muito simpática. Assim, estava um pouco ansiosa quando comecei a ler este seu conto do conjunto dos Contos Digitais DN, porque não sabia muito bem o que esperar dele.
É um conto com a sua graça, sobre um escritor que precisa de escrever sobre criaturas sugadoras de sangue e sexo com ditas criaturas. O ambiente formado é original e engraçado, sendo que o personagem tem caracterização bastante para que nos possamos identificar com ele.
Não é um conto com as piadas típicas e que faça gargalhadas descompensadas, sendo que o final é também bastante previsível. Ainda assim, pode dizer-se que é bem amigo. :)
Parece-me que - tal como muitas coisas - teria beneficiado bastante de mais desenvolvimento, de uma continuação, de mais páginas. No entanto, a conclusão não permite de todo uma sequela. Penso é que o mundo retratado (em que é toda a gente monstro) poderia ter sido muito melhor aproveitado.
Há quantos anos não lia eu, por puro gosto, uma peça de teatro? Acabei com a minha pausa e, devo dizer, adorei sumamente este pecinha brasileira!
Este texto é muito importante em termos sociais e literários, pois mistura elementos clássicos do teatro Vicentino com mitos e histórias típicas do Recife brasileiro. Tudo isto com uma inteligência e graça que surpreenderão até os mais cépticos! :)
Tudo começa com uma aldrabice, em que um homem muito malandro cria - para seu próprio proveito - o testamento de um cão falecido. A partir daí só acontecem desgraças, que irão depois ser julgadas por deus e diabo, tendo a Compadecida como advogada.
O desenvolvimento das trapaças é subtil mas, ainda assim, muito bem pensado. Assim, cada um dos momentos da peça iria dar origem a uma série de gargalhadas descontroladas.
Se fosse eu a encenar esta peça (confesso que tive vontade), usaria um cenário minimalista com ciaxas e estruturas quadradas, alteraria um pouco o texto para dar mais uns momentos de piada e, sobretudo, faria o Encouraçado altamente efeminado, porque acho que isso seria hilariante. :)
Uma pena que esta peça seja praticamente desconhecida dos portugueses, porque é mesmo muito cómica!
Escolhi colocar este livro no Kobo porque adoro esta música da Rita Lee. Descobri agora que foi baseada numa das crónicas deste jornalista brasileiro e que este livro, assim, reúne um vasto conjunto destas, versando sobre uma série de assuntos, desde o amor, o consumismo, a política e, no geral, a actualidade.
Claro que o que era actual em 2004, data desta edição, poderá ser muito diferente do que se passa agora.
Existem diversos temas a ser tratados e senti uma certa estranheza nestes crónicas, pois o autor parece não ter uma opinião muito firme sobre qualquer um dos assuntos que trata. Quero dizer com isto que por vezes ele aparece como altamente machista e racista, sendo que em outras vezes aparece plenamente disponível à aceitação do que está fora da normalidade.
As crónicas estabelecem uma série de estereótipos, sobretudo relativos à figura feminina e às suas bundas, que hoje em dia não seriam - de todo! - aceites em qualquer tipo de revista, a menos que o sistem aeditorial do Brasil seja completamente distinto do nosso. Assim, pode-se dizer que o autor teve muta sorte na sua época.
Mas há algo em que concordo: Arnaldo Jabor cita muitas vezes o consumismo capitalista desenfreado que ocorre hoje em dia (dez anos depois ainda é actual), numa busca constante pela perfeição do corpo, pela obtenção de popularidade, na venda da personalidade própria como um objecto. Caminhamos cada vez mais para aí, devido à recente "cultura de likes" que temos, o que é verdadeiramente assustador.
Este volume não reúne nada de novo ou revolucionário, mas pode ser que algumas pessoas lhe achem graça.
Este livro parece absolutamente uma autobiografia da infância do autor. Mas não é: é uma história verídica que acabou de se inventar ;)
Alma é uma cidade fictícia no distrito de Aveiro, perto do Caramulo, onde um garoto vive a sua infância durante a segunda guerra mundial, em que Portugal se manteve neutro, assistindo como mero espectador ao desenvolver de uma ditadura e às actividade "republicanas" da sua família mais próxima.
Cada capítulo descreve um momento que, na perspectiva de um miúdo desta época, seria perfeitamente vulgar. As conversas no café, o futebol, a caça, as brincadeiras, a iniciação sexual. Tudo isto é relatado na perspectiva do adulto em que a criança se tornou, com um filtro de maturidade sobre os acontecimentos.
É um bom relato de época, embora não creia que Manuel Alegre estivesse vivo por essa altura. O ambiente, apesar de fantasiado, é extremamente realista e chegamos mesmo a acreditar que todos estes acontecimentos ocorreram num tempo real. Para além do mais está muito bem escrito.
Apenas me pareceu que, dentro do contexto da literatura portuguesa da actualidade, o tema se torna - mais uma vez - um pouco repetitivo. Parece que todos os livros de agora têm de falar de uma infância durante uma guerra qualquer.
Fomos ver este filme ao cinema, na biblioteca, conforme estava no guia da cidade para Dezembro. :)
Este filme fala da amizade improvável entre três gerações de pessoas, todos unidos pelo delicioso sabor dos dorayakis (um bolo típico, de que o Doraemon gostava). É também uma fábula sobre a discriminação de pessoas com patologias incuráveis e também uma avaliação dos costumes desta época corrente, num país tão longínquo como o Japão.
O filme tem belas paisagens e momentos, sobretudo no exterior, sendo que todos os elementos filmados dentro de casa pecam por uma monotonia brutal. Os personagens estão bem caracterizados, mas há algo na narrativa que não se percebe: é que faz sentido que uma pessoa com lepra seja discriminada e impedida de trabalhar com alimentos. Porque a lepra transmite-se por contacto directo...
Quanto aos actores, sinto-me bastante dividida. Sobretudo em relação à senhora. Ela faz um excelente trabalho de gesto, sobretudo pelas mãos atrofiadas e feridas, mas o resto de trabalho de corpo transmite-me uma idosa muito mais velha e muito mais incapaz.
Acho que não gostei tanto deste filme como deveria, mas ainda assim foi uma boa experiência.
Para saberem mais sobre os volumes anteriores, vejam aqui. :)
Estamos cada vez mais perto de Yosui, o destino da nossa viagem, terra natal da nossa amiga Holo. E vivemos mais aventuras económicas, agora numa cidade cuja troca principal é a indústria de peles. Holo e Lawrence estão prestes a separar-se e, mais uma vez, se coloca em causa este elemento. Afinal, gostam tanto de conversar um com o outro que, pelo menos na perspectiva de Lawrence, o ideal é ficarem juntos para sempre.
Este volume pouco ou nada adiciona à história principal. Há mais um ligeiríssimo desenvolvimento na relação entre os dois personagens, sendo que aparece uma nova personagem que poderá enganar toda a gente. Esta, tem um certo desenvolvimento e caracterização, mas, no respeitante à negociata, tem uma presença absolutamente inconsequente.
Para além disso, o livro cada vez mais se esforça por ser um anime. Temos frases desnecessárias que poderiam ter sido suprimidas numa melhor revisão, como por exemplo: "ela fechou os olhos; depois abriu-os" e outras que tais.
A caracterização do ambiente também é muito limitada.
Espero que este volume seja apenas uma fase de transição e que o próximo se revele um pouco melhor.
Este filme é baseado num conjunto de contos do século XVIII sobre as fantásticas aventuras do Barão de Munchausen que, curiosamente, tem o mesmo nome de uma doença psiquiátrica que consiste em fazer mal a si próprio, simulando uma doença, para ter atenção.
Passado numa cidade europeia aleatória, que está cercada por um exército "turco", começa com uma peça de teatro sobre as tais aventuras de Munchausen. Isto quando aparece o próprio Munchausen dizendo que está tudo errado e iniciando, na companhia de uma menina do circo, as verdadeiras aventuras, qvão liderar o caminho até ao fim da guerra e do cerco dos invasores.
Assim, visitamos muitos lugares interessantes, onde o Barão sempre se apaixona por uma linda senhora. Vamos à lua, onde quem lá está é lunático, vamos às minhas de Hefesto, vamos à própria Turquia, no oriente profundo (supostamente). No caminho, encontramos os antigos companheiros do Barão, que têm fabulosos poderes (velocidade, força, visão e grandes pulmões) e todos se juntam para o objectivo comum.
No meio disto tudo há uma série de piadas e graças, certamente propulsionadas pelo excelente trabalho dos actores, que nos fazem rir tanto que quase se escapa um xixi!
Os efeitos especiais também estão muito bem conseguidos, com processos antigos de stop motion e marionetes que ainda funcionam melhor que todo esse digital do agora.
Um filme muito engraçado, porque é realmente muito parvo, mas ainda assim com uma aura de fábula que irá entreter grandes e pequenos.
Prevendo que existirá uma sequela deste filme brevemente, faria todo o sentido que eu visse (pois, na minha ignorância, ainda não o havia feito). Revelou-se uma verdadeira viagem pelo pior dos piores, o mundo do consumo de drogas pesadas em Edimburgo. Mas, como dizem, eu não gosto das drogas mas as drogas gostam de mim... É um filme, apesar de terrível, absolutamente hilariante!
Este grupo de pessoas é viciado em cavalo, o que seria óptimo se a probabilidade de morte não fosse muito elevada. A forma como estas pessoas se tripam com tudo e fazem uma série de coisas aparentemente divertidas, quase torna o filme numa glorificação do consumo de heroína. Isto é: quase que parece uma óptima ideia consumi-la.
Mas, à medida que o filme progride, vamos vendo um pouco da decadência envolvida com todas estas aventuras e começamos a perceber que, afinal, estas coisas fascinantes são todas bastante horríveis. A alucinação do filme demonstra que tudo o que pode correr mal... Corre sempre mal!
Os diálogos são hilariantes, os actores fazem excelentes interpretações, mas o mais fascinante é toda a recriação do ambiente circundante. Também temos uma banda sonora que, feita de peças por todos conhecidas, trazem uma fortíssima carga irónica a cada cena, tornando tudo ainda mais engraçado.
Temos aqui um rapaz que tem um avida ligeiramente inadaptada e está constantemente a mudar de escola. Desta feita, apesar de todos os seus nervos, acaba por fazer amizade com um estranho jovem que diz ser alienígena. Também se torna amigo do rei da pesca da localidade e, juntos, envolvem-se em grandes pescarias. Para além disso há um dragão.
Se ao início os personagens estão plenos de potencial, à medida que se vão desenvolvendo este acaba por se perder em detalhes desnecessários, indicados por uma narrativa um pouco mal estruturada e que tem demasiados conceitos a ser explorados para que o possam efectivamente ser em tão pouco tempo. No fundo, este anime precisava de se dividir pelos seus temas e procurar em si mesmo o que desejaria realmente ser: um anime sobre pesca, um anime sobre aliens, um anime sobre dragões, um anime sobre quê? Assim como está, não passa de uma amálgama de ideias que ficam muito aquém das expectativas.
Em compensação, temos uma arte muito colorida e brilhante, com algumas sequências um puco mais experimentais. No entanto, as sequências de acção perdem muito devido ao uso abusivo de CG. Para além disso, a mistura toda de cores e a animação um pouco saltitante tornam todo o anime num aexercício de histeria constante, o que pode irritar o visionante.
O mesmo acontece com as vozes, que pecam por exagero e se tornam muito incomodativas, sobretudo à medida que vamos conhecendo melhor os personagens. Musicalmente temos alguns temas basate interessantes, mas nada que fique na memória.
Aparentemente, este anime pode parecer brilhante, mas uma análise mais cuidada enquadra-o dentro da normalidade.
O que dizer de um romance que, logo pelo título, se vê que vai ser uma tragédia de faca e alguidar? Curiosamente, ainda não tinha experimentado este clássico da literatura portuguesa, pelo que acabaou por ser uma boa experiência de qualquer forma. :)
Esta é uma história de amor, de triângulos e quadrados amorosos, em que tudo corre pior do que o esperado pela própria imaturidade dos personagens envolvidos. A progressão da história procura sempre comover o leitor (ou a leitora, na visão do autor), sendo que o final tem um exagero tal que quase se torna um pouco cómico.
Ainda assim, o livro tem um certo sentido de humor, uma ligeira ironia presente em todo o lado, o que torna a leitura ligeiramente mais leve. Está tudo escrito de forma antiquada, o que é adequado à época, sendo que há aqui um bom relato dos hábitos e costumes do Portugal do século XIX.
Por vezes a leitura foi um pouco densa, mas à medida que os personagens se vão desenvolvendo e a história se aproxima de uma tragédia inevitável tudo se torna mais interessante.
A título de curiosidade, diga-se que esta história foi baseada em factos reais, ocorridos com o tio do próprio autor. :)
São doze episódios de dois minutos cada um e que fazem deste anime uma viagem curta mas muito divertida!
Wakako é uma rapariga que, depois do trabalho, gosta de ir a restaurantes e comer coisas. Neste anime acompanhamos todas as coisas que ela come, que aparentam ser, precisamente, deliciosas! Com este anime ficamos a conhecer uma série de pratos típicos japoneses, a maior parte deles um pouco diferente do que nos é dado a ver na maioria dos animes. Aparenta ser uma espécie de spot publicitário para o turismo gastronómico no Japão.
A arte é muito suave e os pratos têm um excelente aspecto. O design dos personagens é muito simples mas, para o efeito, não se pede muito mais.
Musicalmente, a OP é simplesmente viciante.
Um anime que recomendo a quem desejar ficar cheio de fome ;)
Do que se sabe de Almada Negreiros, o principal é que ele odeia toda a gente. Assim, faz todo o sentido que escreva um manifesto como "A Cena do Ódio", de que falamos aqui.
Almada Negreiros enumera todas as coisas que odeia e todas as coisas que o fazem odiar aquilo que odeia e todas as coisas odiosas de entre estas. Agora, a quem realmente é dirigido este texto? Pesquisei um pouco e... Não consegui descobrir.
O máximo que depreendi é que este texto surge um pouco em imitação de outros que haveriam sido publicados na revista Orpheu, nomeadamente a "Ode Triunfal". Assim, Negreirros procura equilibrar-se com os seus pares.
A questão primária é: como é que vim aqui parar? Não faço ideia, era um livro que estava no kobo e achei por bem começar a lê-lo não sei bem porque razão... Mas a verdade é que foi uma óptima experiência pois, apesar do assunto ser um pouco estranho, o livro está muito bem escrito e a tradução é excelente. :)
Antes de mais, temos de estabelecer que há quem verdadeiramente acredite que o mundo é todo feito de espíritos e que estes trazem mensagens do além para nos ajudar (ou não). Assim, respeitemos isso e vejamos este livro mais como uma curiosa manifestação e explicação da fé de outrem em vez de algo que se esforça por nos converter.
Segundo este livro, o ser humano está no planeta Terra por um único desígnio de deus: sofrer. Sofrer muoto. Apenas dessa forma o seu espírito inferior poderá ser purificado de forma a que passe a ser um espírito superior e não sofra mais. O livro dá indicações, então, de como sofrer menos e nos purificarmos mais, segundo as leis cristãs. O livro analisa uma série de trechos e parábolas da bíblia, examinando-os csob a perspectiva do espiritismo. Isto é, JC era um espírito supremo que veio aqui dar umas dicas aos outros e agora espera que nos unamos a ele.
Depois, passa-nos conselhos de espíritos elevados que são nossos amigos. Aqui, parece-me, é que está a falácia. Ora, o autor refere que nem todos os espíritos são quem dizem ser ou dizem a verdade. Assim, como garantimos que estes espíritos de José, Lázaro e Santo Agostinho são quem dizem realmente ser? Diz o autor que podemos garantir que são verdadeiros se não disserem nada que vá contra o senso comum. Mas ora, a religião cristã não é a única no planeta. Assim, teria de haver uma religião certa e todas as outras erradas. E é a partir daí que a construção do mito começa a vacilar.
De qualquer forma, foi uma leitura muito, muito interessante. Recomendo vivamente.
Este é um anime que peca por ser demasiado curto para a história que nos está a tentar contar.
Num mundo mágico, um artefacto poderoso foi roubado. Tiara, uma guardião, tem de o recuperar. Mas outra pessoa, que costumava ser sua amiga, também está à procura do dito cujo. A partir daí desenvolve-se uma narrativa ligeiramente quebrada, bastante confusa, que necessitava de mais tempo e caracterização de personagens para que pudesse funcionar. Muitos assuntos são abordados, mas todos eles muito ao de elve, pelo que toda a experiência se torna numa amálgama de conceitos que ficam para trás a toda a hora.
Em compensação, temos uma animação brilhante nas cenas de acção que nos mostra o que de melhor há nesta década. Os designs são curiosos e funcionam muito bem dentro do contexto, sendo que há uma fluidez nas coreografias que ainda hoje se pode considerar virtuosa.
Musicalmente, há muito pouca coisa a apontar, com excepção para uma ED invulgar nos primeiros cinco episódios.
Não recomendaria este OVA, a menos que o visionante tenha especial interesse no estudo da história da animação.
Já faz estes anos todos que a Comic Con Portugal (doravante conhecida por CCPT) existe... E eu nunca tinha ido! Isto porque, infelizmente, nos anos anteriores calhou-me sempre em dias que estava a trabalhar. Desta feita também calhava! Mas eu tenho colegas encantadoras e pude ir na mesma :)
A expectativa, apesar de tudo, não era muito alta. Garanti aos meus acompanhantes, o vosso já conhecido Qui e o menos conhecido Zé Gato, que numa tarde dava para ver o evento inteiro e que não haveria grande coisa para fazer ao longo do dia. Assim, fomos apenas no Sábado, dia 10 de Dezembro. Estaria eu enganada? Mantenham-se sintonizados...! :o Para além do mais, as notícias negativas sobre o evento choviam sobre nós: cancelamentos atrás de cancelamentos e convidados cada vez mais, na nossa perspectiva de idosos, absurdos. No entanto, posso dizer que este evento me surpreendeu muito (muito!) e pela positiva :)
Mas não fomos à terra da francesinha para passar um dia inteiro fechados num pavilhão. Oh, senhores, não! Aproveitámos o fim de semana grande para umas belas férias nessa terra, o Tripanário, a Capital do Norte, o Ninho do Dragão... O Porto! =D
Que, como saberão, é uma cidade que eu adoro, embora o Inverno não seja a minha estação preferida para passear por lá. Assim, nenhum dos epítetos acima enumerados tem alguma componente irónica ou depreciativa, sendo antes pequenos nomes carinhosos que me dá gosto dar à cidade que, digamos cá entre nós, é uma jóia toda cinzentinha e giríssima. :)
Portanto, neste espaço bloguístico, sugiro que acompanhem a nossa pequena viagem ao paraíso alimentício que é a Cidade do Porto!
Onde, por sinal, há montes de coisas sumamente bizarras, que vos passarei a apresentar! =D
Era uma vez uma mala que ninguém conseguia levantar
Não havia dormido quase nada na noite anterior, por razões diversas. Estava tudo preparado para a viagem de comboio que iríamos fazer, logo pelas nove e meia da manhã, excepto alguns bens essenciais, como produtos de higiene, um planeta azul enorme e um computador portátil. Levava eu comigo a mala de mão que corresponde ao prop da personagem que iria levar para o evento. E quando a fecho definitivamente para a partida... Descobrimos que... Estava tão pesada que ninguém a conseguia levantar!
E assim começa a nossa aventura.
Carregados com esta mala monstruosa às costas, tivemos de apanhar um táxi até Santa Apolónia, onde por pouco não perdíamos o comboio. Mas lá encontrámos os nossos lugares, apesar de eu me ter enganado à primeira, e pude passar o resto da viagem - até Aveiro - a dormir o profundo sonho das criaturas inocentes, como o musgo ou as nuvens.
O metro do Porto é de muito fácil orientação, assim como o GPS do Zé Gato, que se revelou uma ajuda preciosa durante toda a viagem. Por isso, chegámos num instante à zona do Marquês, onde estava o apartamento que havia alugado por um preço mais ou menos ridículo no AirBNB. Fomos recebidos pelo senhor Jorge, que se fartou de gozar connosco por sermos pessoas novas de uma terra longínqua e rapidamente se descobriu que o apartamento era ligeiramente menor do que tinha sido anunciado. A mala gigante não cabia em lado algum! Para além disso tinha uma varanda perigosíssima, só tinha três talheres, três copos e três pratos, a televisão não funcionava e a internet era uma internet móvel kanguru (coisa que já nem existe!) limitada... Mas conseguimos orientar-nos na mesma e, talvez, até vos possa recomendar este apartamento no futuro, porque mais barato é difícil de achar.
Portanto, seguimos com os planos do primeiro dia, que seria tirar uma photoshoot de cosplay nos Jardins do Palácio de Cristal. Troquei para o meu fato de Bela (da Bela e o Monstro), pus uns sapatos mais confortáveis, tudo o resto na mochila, um casaco, tudo pronto! Ainda passámos numa feirinha na praça do Marquês, porque me havia esquecido do livro que serve à Bela de prop. Apanhámos o metro e começámos por ver o centro, a zona ribeirinha e tudo o mais, sendo que depois fomos até à Alfândega e seguimos a pé por umas escadinhas infinitas e infernais até ao topo da cidade.
Ia morrendo.
Repito: Ia morrendo.
Mas não morri.
E após o cabo dos trabalhos chegámos ao jardim que eu queria! Infelizmente, estamos no Inverno, pelo que a bela luz do dia, que no Porto é especialmente linda, se foi embora, progressivamente, lentamente, até ser noite total, escura como o breu, aterrorizante e muito complicada para tirar fotografias. Ainda assim, conseguimos algumas, que em breve estarão disponíveis no meu Cosplay Portfolio, no Facebook. :)Deixo-vos aqui uma pequena preview!
Depois, voltámos para o apartamento, onde tomei um belo e quente banho, para depois irmos a um bar que conhecíamos já de outras viagens e que serve francesinhas vegetarianas. Eu sei que este conceito é ligeiramente criminoso, mas eu não como todos os tipos de carne, pelo que era a única forma de experimentar esta maravilhosa iguaria!
Estava com tantas dores a nível de todo o corpo, especialmente pernas, que me deitei na chegada e, imediatamente, adormeci. Tudo isto para estar mais ou menos preparada para o que ainda aí viria... :o
Gaia ou O Pesadelo de Um Lugar para Almoçar
Acordámos moderadamente cedo. Excepto o Zé Gato, que acordou realmente muito cedo. Desta feita, decidimos descer a rua a pé e ir ter ao centro, o que seria fazível segundo o GPS. Passámos pela Rua do Almada, que tem uma série de lojas giríssimas, com coisas catitas e caríssimas. Passámos pela Torre dos Clérigos, onde entrei pela primeira vez, e onde vendiam peluches daquele gajo boa onda, o JC. Passámos pela Livraria Lello, onde agora se pagam 3 euros para entrar e onde continua sem se poder tirar fotos.
Depois, atravessámos a ponte em direcção a Gaia, com o objectivo de ver as caves onde se faz o vinho do Porto e, eventualmente, beber um copo, ou dois, ou três, ou quatro, ou mil, de vinho do Porto. Parámos num jardim que, sendo simpático, estava populado por uma pequena mitra e depois vimos o teleférico por dentro, concluindo que seria muito fácil ultrapassar as barreiras e entrar (sob o risco de estarem os cops à nossa espera do outro lado).
As caves mencionadas exigiam um bilhete de entrada. Tudo exigia um bilhete de entrada! Na verdade o objectivo do segundo dia seria ir a Serralves, ver os Mirós (gosto de Mirós), mas o preço tornou a visita proibitiva. De todos os modos, decidimos que íamos aguardar pela próxima visita guiada com prova de mil vinhos do Porto e fomos à procura de um lugar para almoçar.
Devo dizer que percorremos toda a zona ribeirinha de Gaia em busca de um lugar onde um menu custasse menos de 8 euros. Não foi possível encontrá-lo. A certo momento, comecei a alucinar com fome e, quando isso acontece, embirro com toda a gente e tenho vontade de comer todos os objectos que me rodeiam, começando pelo Qui, que temeu pela sua vida nesse momento. Portanto, acabámos por parar no primeiro restaurante que nos apareceu à frente, onde enchi o bandulho com uma poderosíssima salada de bacalhau e feijão frade que, convenhamos, tinha mais bacalhau do que feijão frade. Depois da refeição, senti-me cheia que nem um balão de ar quente e soube, nesse momento, que se bebesse uma pinga de vinho do Porto entraria num coma profundo e irreversível. Assim, voltámos tudo para trás.
Na volta, o Zé Gato encontrou um dos actores que ia estar presente na CCPT no dia seguinte. Tirou uma foto com ele!
Comprámos pizzas num minipreço dentro de um centro comercial enorme e depois vimos anime (Kill la Kill, para ser mais exacta) Mais uma vez, as minhas extremidades encontravam-se tão exauridas pelo esforço de andar para cima e para baixo em todo o lado que me deitei e faleci para o universo, apenas despertando, cedíssimo, para...
CCPT 2016 A Propriamente Dita
Havia recebido um e-mail, poucos dias antes, informando que iria decorrer um ensaio entre as 9:30 e as 10:30 de Sábado, para o concurso Heróis do Cosplay, em que estava ansiosa por participar. Assim, decidi que chegar lá entre as 9:30 e as 10:30 seria uma boa opção. Fomos até à Casa Da Música apanhar um shuttle, que consistia num simples autocarro a dizer "shuttle" e estávamos a caminho quando recebo uma misteriosa mensagem no telemóvel dizendo: "quem vai participar nos ensaios tem de estar aqui AGORA". Bem, não dizia com estas palavras, mas era mais ou menos este o conteúdo. Ignorei: afinal o e-mail dizia entre as 9:30 e as 10:30. Eram 9:30, portanto ainda tinha uma hora para chegar lá.
Mas afinal não era assim que as coisas se processavam. Fique a nota para a organização de que tem de conceber os seus e-mails acessíveis para pessoas acéfalas, como eu. Porque eu percebi tudo mal! Parece-me que não fui a única, mas quem sabe? ;p Ora, cheguei lá e a szenhora que está à porta diz-me que não posso entrar porque os ensaios já começaram. Começo a implicar com a senhora, que chama um membro da organização para me orientar. Chega o membro da organização, que se revela desconhecedor de tudo. Portanto, começo a implicar com ele. E ele comigo. E já estávamos quase a chegar a vias de facto quando me aparece a Leonor Grácias, anjo vindo do terceiro círculo do paraíso de Dante, que me diz que, realmente, os ensaios já começaram. Mas, pelo menos podemos entrar. Uff. Deixo aqui as minhas desculpas ao membro da organização que falou comigo, porque fui agressiva para ele e depois já não houve tempo de meter água na fervura. Mas nesse aspecto, diga-se que tudo deveria estar melhor organizado. Afinal, porque é que só os membros da organização do concurso tinham a lista com os nomes dos concorrentes? Porque não estar também uma lista com as pessoas da recepção, no caso de algum acéfalo igual a mim chegar mais tarde? Ou de alguém chegar mais cedo?
Demos a volta por fora dos pavilhões e fomos ter à banca dos Heróis do Cosplay, onde havia um vestiário para trocar de roupa. Infelizmente o vestiário não tinha espelho, pelo que fiquei com a peruca toda à banda. Felizmente, a Leo Couture, que estava com o cosplay de Andromeda, mãe da Maetel, ajudou-me a organizar mais ou menos a peruca, para eu poder fazer o caminho até ao espelho sem parecer um espantalho. Falando nela, tirámos fotos bem catitas! =D
Seguidamente, procedemos a explorar o espaço e a tirar fotografias a toda a gente. É um lugar fantástico para este tipo de evento: espaçoso, bem organizado, bem dividido, com casas de banho aceitáveis (embora com um odor fecal) e espaços de alimentação (que só descobrimos mais tarde). Havia também um espaço exterior que nos foi muito útil. Relativamente ao local, o único defeito que tenho realmente a apontar é a falta de acessos directos, mesmo a partir da cidade do Porto. Talvez a ideia seja ficar encerrado num hotel ali à volta, mas para quem vem do centro torna-se um pouco complicado, pois sem o shuttle são autocarros sem fim e uma confusão destes, o que - para quem é um mouro - pode ser difícil de manejar. Anda por aí a grande discussão de que a CCPT estaria melhor em Lisboa, ou que estaria melhor no Porto, ou que estaria melhor no Picaró, uma pequena vila do Ribatejo. Por mim, pode estar em qualquer lugar. Se é caro para uns, fica barato para outros, onde quer que seja o evento. A única maneira de se ser verdadeiramente socialista nesta questão era se o evento ficasse afastado para TODA A GENTE, isto é, que fosse - por exemplo - nos Açores. Portanto, parece-me que é uma discussão absolutamente estéril. Segundo o que me disseram, a CCPT tem contrato com a Exponor por 8 anos (não falei com organização nenhuma, foi só o que ouvi dizer), portanto nem vale a pena estar a bater na mesma tecla. Paz para todos! =D
O espaço estava dividido em três pavilhões. No primeiro, estavam as lojas e os artistas (que são bons artistas). Pareceu-me que a organização deste espaço poderia ser um pouco melhorada. Por exemplo, poderiam dar espaços menores às lojas e ter mais lojas (à semelhança da MCM de Londres, na qual me inspiro). Os artistas poderiam estar um pouco mais visíveis, embora o local onde estivessem seja bom, para que estejam um pouco resguardados da multidão. Relativamente às lojas, havia uma certa variedade, mas pareceu-me que os preços de feira, na maior parte delas, estavam um pouco abusivos. Havia, certamente, bons negócios por todo o lado, mas a maior parte das coisas pareceu-me ter valores excessivos relativamente ao que vejo online. Sendo a CCPT uma "feira", um "festival", seria natural que fosse tudo ligeiramente mais barato, embora reconheça que isso é coisa que nunca acontece, em convenção nenhuma, em nenhuma parte do mundo. Trata-se apenas de uma observação. Ainda assim, comprei umas coisinhas giras!
Uma mala super loka que já está cheia de coisas, porque passou a ser a minha mala de uso corrente
Dois livros do David Soares, que estavam em mega-promoção
Um caderno lindíssimo de uma artista que tenho vindo a admirar
Um Gandamu pequenino e amoroso
Um jornal JanKenPon
Marcadores, cartões e cenas diversas
Um saco de oferta
O segundo pavilhão era dedicado a filmes e séries, certamente certame dos patrocinadores do evento. Pessoalmente, para mim é uma área que não me fascina minimamente, pois não acompanho qualquer uma das séries retratadas e pouco sei sobre cada uma. Também nesta zona havia uma área de autógrafos, onde pudemos observar os preços praticados por estes artistas. Muitas pessoas ser revoltam também contra o facto de ter de se pagar por uma foto, um autógrafo, o que quer que seja... Mas não acho mal. Afinal, é assim que estes actores fazem a vida quando não há séries para eles fazerem. Já lá vai o tempo em que um actor que aparecia na televisão ganhava rios de dinheiro. Cada um tem de fazer pela vida!
O único detalhe desta secção que desagradou à maioria, penso eu, foi - como referido anteriormente - o cancelamento da vinda de alguns dos artistas mais esperados pelo público. Assim como o anúncio de alguns "artistas" um pouco inesperados, nomeadamente youtubers com olhos mortos. Mas talvez o problema aqui seja eu, que sou uma velha horrível, cansada e acabada. De toda a forma, foram coisas que não me afectaram por demais, sendo que o único convidado que eu queria ver era o Nuno Galopim com a apresentação do seu livro sobre marcianos. Coisa que perdi, porque nos esquecemos completamente e, para mais, só descobrimos onde estava o local destas apresentações literárias no momento da saída.
No entremeio dos três pavilhões estava uma zona infantil, com algumas coisas muito engraçadas com o vínculo da Nickelodeon.
Finalmente, chegávamos à secção gamer que não explorei de todo (porque também é um assunto que me transcende). Aí estava também a banca dos Heróis do Cosplay, com os vestiários e uma photobooth onde me tiraram uma fotografia lindíssima. Fique a nota para o excelente trabalho da organização cosplaica deste evento. Adorei o voucher informativo sobre o assunto do cosplay, que tinha informação muito acessível para todos os curiosos e, sobretudo, para as mães e avós aterrorizadas que traziam seus rebentos para o meio desta multidão de gente estranha e semi-nua, com armas falsas e dentes afiados, entre outros.
Mais para o lado, coisa que só descobrimos ao fim do dia, encontrámos uma zona de alimentos, com bancas muito interessantes e variadas, o que não é de todo comum neste tipo de evento. Nesse campo, os parabéns à organização por se dedicarem a alimentar convenientemente esta multidão!
Falando em comida, ao almoço comi um hambúrguer de cartão prensado e ao jantar comi um maravilhoso prego vegetariano que em vez de bife tinha uma belíssima fatia de tofu. :)
Entretanto, no nosso passeio, fui tirando montes de fotografias e, surpreendentemente, vi que a minha personagem foi reconhecida por TRÊS pessoas! Três! :o :o :o Fiquei tão, mas tão, mas tão universalmente contente que nem vos cabe na ideia! Mais pessoas conhecem o Galaxy Express! Que fixe! ;___;
Os cosplayers eram muitos e variados. Encontrei uma série de gente amiga e conhecida, foi muito bom vê-los e trocar uma palma da mão cheia de conversa. :) Ao contrário de outros eventos, vi muitas famílias, em que todos estavam interessados no universo geek, para além de muitas famílias em que estava toda a gente à nora menos um dos elementos. Ainda assim, pareceu-me ser um evento muito acessível a todos, o que é cada vez mais raro: o epíteto "ah, este evento é para famílias" nunca deveria ser um defeito. O facto de o local ser seguro para crianças e podermos ir todos juntos viver a nossa nerdice deveria ser uma coisa boa! Pensoeudeque.
Finalmente, chegou a hora para o concurso. Desta vez fiz questão de estar lá meia hora mais cedo, para garantir que não me perdia, nem me afastava, nem ficava para trás, nem nada. Fomos até ao auditório, que é enorme, completo e tem um excelente backstage e camarins. E, fantástico, éramos imensos! Imensamente imensos! Umas 30-40 pessoas :o Isto é muito raro! Para além disso, todos os concorrentes eram diferentes, havendo fatos do mais alto nível até fatos que, feitos com carinho, eram um pouco mais amadores. Assim é que eu gosto: um concurso grande, diversificado, sem tabus. :)
A organização do concurso foi mais que perfeita. Ágil, bem oleada, todos os voluntários e organizadores permitiram que as entradas e saídas corressem na perfeição e que tudo começasse e terminasse dentro do tempo previsto. Aliás, aconteceu algo que nunca tinha visto: o concurso começou ANTES da hora prevista! :o
Quanto aos sukitos, confesso que só vi o do rapaz que estava antes de mim (que fez um óptimo trabalho, tanto no fato como nos efeitos especiais, que estavam muito misteriosos). Depois soube que os outros concorrentes ficaram a ver o concurso a partir das bandolinas, mas eu estava tão exausta e com os pés tão transformados em carne picada que tive de ficar com eles descalços, pousados no chão frio do camarim, a ver se conseguia recuperar a minha capacidade de me movimentar. É que os sapatos da Maetel são o número abaixo. D:
No entanto, o Qui é o ser mais fixe do planeta e gravou os três skits antes de mim para todos poderem ver! Não gravou mais por problemas na maquineta fotografeta.
Este é o meu sukito. A ideia era: "dentro da mala de um viajante cabe todo o universo". Achei que a música e o conceito tinham tudo a ver com o Galaxy Express, sendo que usei também um vídeo do filme para complementar. Gostei muito da reacção do público e o Qui disse-me que ouviu pessoas a dizer que era "bonito", o que me deixa realmente muito feliz, porque era esse o objectivo! =D Pra saberem mais, visitem o local habitual: Cosplay Portfolio by ladyxzeus, no Facebook. :)
Só houve uma coisa, que soube mais tarde, que me deixou muito triste e que, por isso, acho por bem relatar. Só sei o que me disseram, que foi que a família de espanhóis que ia participar no concurso (um cota e uma menininha pequenina) não puderam participar porque se perdeu o audiovisual deles. A espanholita estava tão infinitamente contente lá atrás no backstage, haviam de a ver. Fiquei mesmo com muita dó por ter acontecido uma coisa tão chata. É certo que isto acontece sempre a alguém, mas preferia que tivesse sido comigo... Certamente que os senhores espanhóis não sabiam do truque de levar o backup para o caso de haver uma falha, pelo que seria interessante dar essa informação no momento da inscrição para que tal situação não volte a ocorrer. Um grande abracinho a esta família: prometo que para a próxima vai correr tudo bem :) :)
Os vencedores do concurso foram muito merecedores, sendo que considerei todos os prémiop muito bem atribuídos. Estes eram um conjunto de cenas fabulosas e quase que dá vontade de ganhar o concurso para ganhar a tralha toda. Mas, depois, como a levaria para casa? :p
O ambiente no backstage foi fantástico, sendo que estava toda a gente muito acessível e acabei por conhecer muitas pessoas ultra-fixes, com as quais pude conversar bastante sobre cosplay e até mesmo sobre a experiência do Eurocosplay (há muita gente que quer participar, bora todos! =D) Tive pena de ter deixado os meus cartões junto da máquina fotográfica, com o Qui, porque queria ter mantido o contacto com todo esse pessoal bacanóide e, agora, vai ser muito difícil de os encontrar ;__; Se me encontrarem adiconem-me, quero ser vosse amigue! :o
Portanto, parece-me que chegou a altura ideal para revelar o que todos esperavam... Dun, dun dun...
Apesar de, depois de ter lido tanta coisa acerca, as minhas expectativas para a CCPT serem bastante baixas, fiquei muito surpreendida e devo dizer que foi dos melhores eventos onde estive este ano. O ambiente é excelente, o espaço é grandioso e, apesar de ainda ter muito por onde melhorar, parece-me que este evento estabelece um novo tipo de modelo profissional que se pode tomar como exemplo.
Adorei participar no concurso, foi um ambiente óptimo, pude partilhar informações, espero ter ajudado alguém um pouco mais nervoso (põe na bolha! ^__^) e, para quem ensaiou o sukito umas parcas dez vezes, correu-me excelentemente!
A viagem à terra das tripas também foi excelente e mais uma vez digo e afirmo: o Porto é uma cidade maravilhosa! No último dia arrumámos tudo e ficámos num café à espera do comboio, no qual adormeci profundamente até à última estação. :p
Estou ansiosa por voltar: à cidade, às pessoas, ao evento... Para o ano, vou tentar mesmo estar presente! Portanto... Até lá! =D