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15.2.16

As Cidades Invisíveis

As Cidades Invisíveis
Italo Calvino
1972
Romance (?)

Tinha muita curiosidade em ler este livro e, por um golpe de sorte, apareceu disponível para um RABCK no BookCrossing. Ainda demorei um pouco a chegar até ele (maldita lista de leitura!) mas agora já o li. Foi um instante, bastaram duas viagens de autocarro!

Marco Polo e Kublai Khan estão nos jardins suspensos deste e falam sobre a vida. Ao início não se percebem muito bem, mas depois começam a saber a língua um do outro. E de que falam? Das cidades do reino que Marco Polo visitou nas suas viagens. E são muitas cidades, todas diferentes, com curtas descrições.

São simplesmente fascinantes. Cada cidade contém em si uma crítica para a sociedade actual, cada cidade é única e cada cidade são todas as cidades que existem no nosso mundo. Nelas, as pessoas vivem com mais ou menos felicidade, mas revela-se que é tudo um mito e que muitas delas têm gémeas, espelhos, onde as pessoas têm outra visão da vida, oposta, irreal. Nesse aspecto, talvez o autor se tenha prolongado um pouco demais nesta divisão indivisível, nas cidades do fim.

Algumas são muito belas, outras são muito feias. Mas nenhuma parece um sítio muito bom para se viver. A minha preferida foi a cidade onde só há canalizações e banheiras, sem edifícios, onde mulheres tomam banho a toda a hora.

Pelo meio das descrições destas cidades que também são nossas, existem momentos filosóficos nas conversas de Marco Polo com o seu patrão. Estes momentos são densos, mas ajudam muito a explicar a visão do autor sobre a vida e sobre a polis em si.

Por outro lado, o Qui reparou que todos os nomes das cidades são de mulheres e que, por isso, talvez estas cidades sejam uma visão do autor sobre as mulheres que ele algum dia conheceu. Se assim for, torna o livro muito mais romântico do que se poderia esperar.

Foi uma leitura muito interessante e fiquei fascinada. Só não roubo o livro para mim porque o meu pai já o tem, portanto é como se o tivesse também. :p

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