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21.7.12

Animal Farm

Animal Farm: A Fairy Story
George Orwell
A Fairy Story (evidentemente)
1945

Comprei este livro numa mega promoção do Bookdepository e vou fazer BookCrossing com ele. Só naquela.

Este livro é estranho. É frio. Numa alegoria à Revolução Russa, os animais desta quinta revoltam-se, depois das palavras sábias de um velho porco. No início está tudo muito bem, com o bom porco Snowball a dar boas ideias e todos obedecendo aos sete mandamentos:
  1. Whatever goes upon two legs is an enemy.
  2. Whatever goes upon four legs, or has wings, is a friend.
  3. No animal shall wear clothes.
  4. No animal shall sleep in a bed.
  5. No animal shall drink alcohol.
  6. No animal shall kill any other animal.
  7. All animals are equal.
 Mas Napoleon, um outro porco, arranja maneira de se tornar o líder da quinta e o que era o verdadeiro ideal do comunismo torna-se numa opressão estalinista que se conclui na humanização dos porcos e no único mandamento:

TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS SÃO MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS

E ninguém pode fazer nada. Os outros animais não são muito inteligentes, têm medo, não têm força. É isto o horrível deste livro. A impotência que sentimos por estes pobres.

Está escrito precisamente como um conto infantil. Sem floreados, sem muitos detalhes, a história é assim e assim fica. Isto transmite uma frieza e um tom quase irónico a toda a história, de dar arrepios. Ainda assim, há momentos muito intensos (quase chorei com o Boxer), momentos de uma tristeza assustadora na sua simplicidade.

Um excelente livro que se lê numa tarde. Um essencial.

Kurozuka

Kurozuka
Tetsurou Araki - Madhouse Studios
Anime - 12 Episódios
2008
7 em 10 

Para abordar este anime vou começar por vos apresentar a sinopse, traduzida do que está no MyAnimeList:

Um homem do século XII chamado Minamoto no Yoshitsune (Kurou) foge para as montanhas depois de perder o seu irmão Minamoto no Yoritomo, o primeiro Shogun a controlar todo o Japão. A história diz que ele cometeu suicídio mas, em vez disso, Kurou encontra uma estranha e linda mulher na sua casa na montanha.
Ora portanto, a sinopse diz isto. Mas o anime não. Vemos dois gajos a fugir e a encontrar a mulher, depois um deles tenta matar o Kurou e continuamos sem saber de onde vieram, quem são e para onde vão. Começa aqui o problema principal deste anime: a falta de clareza e foco. Kurou e Kuromitsu são vampiros que vão vivendo pelo milénio afora até chegarem a um universo pós-apocalíptico e meio cyberpunk em que (por razão pouco válida e inexplicável) são perseguidos por toda a gente. Ao início a abordagem é bastante interessante. Cada episódio começa com uma recapitulação acompanhada de um poema Japonês, que vale a pena não passar à frente, e depois intercalam as memórias e os sonhos de Kurou com a sua busca por Kuromitsu na realidade. E depois há uma luta de guerrilheiros, cientistas psicopatas e muitas muitas lutas. À medida que o anime progride vamos vendo cada vez mais lutas, quase um "monstro da semana", com objectivos um pouco obscuros e, por vezes, parecendo quase desnecessários. O final pouco claro não abona nada em favor desta misturada de história.

Outro enorme problema é que quiseram à força toda misturar vampiros e ciência futurista. Aqui se prova uma vez mais que quando queremos falar de um assunto é conveniente conhecer bastante bem o assunto. Não perdoo um personagem de anime que não saiba fazer uma aplicação intravenosa (tipo, convém a agulha tocar na veia, não é só espetá-la aleatoriamente no braço da vítima)

A arte é excepcional e melhora progressivamente. Ao início os designs eram um pouco fluídos demais, mas depois fica tudo bem. Temos sequências de lutas extraordinárias e  originais, com uma animação exacta e bons valores de produção. Típico da Madhouse, mas sempre um gosto de ver.

Achei que a música poderia ter-se limitado mais aos instrumentos tipicamente Japoneses, o que daria um ambiente mais puro ao cenário.

 Em resumo, um bom anime para quem tenha experiência e goste de sangue.

Entretanto colocou-se uma questão muito importante sob o ponto de vista científico: será que a utilização de um anti-coagulante sanguíneo perturbaria as condições mágicas e vampíricas do sangue? Será que a precipitação dos elementos figurados perturbaria o vampirismo? O factor imunológico do vampiro está, na realidade, no soro sanguíneo? Deixo aqui a cópia de um pequeno debate acerca desta importante lacuna no universo da medicina:

[14:11] <ladyxzeus> ok, first mistake of this series: it'simpossible to keep blood without using an anti-coagulant, which would probably reduce any magical effect of said blood
[14:12] <santetjan> of course you can keep blood without one.
[14:14] <ladyxzeus> it precipitates
[14:14] <ladyxzeus> and the serum comes up
[14:14] <ladyxzeus> unless the magical abilities are located in serum
[14:14] <santetjan> but it's still blood.
[14:14] <santetjan> not very useful blood, but still.
[14:15] <santetjan> and i expect it's the magic, yeh.
[14:15] <ladyxzeus> it's an important scientific question
[14:15] <ladyxzeus> wether or not the anti-coagulant disturbs magical or vampiric powers
[14:16] <santetjan> well, if the vampiric power itself is, in part,an anti-coagulant, you're going places.
[14:16] <ladyxzeus> it's said that vampires have ananticoagulant poison, so they can suck
[14:16] <ladyxzeus> at least mosquitoes and fleas and othervampiric animals have
[14:17] <ladyxzeus> but that does not turn the rest of theblood in the body anti-coagulative
[14:17] <[\> i doubt vampiric bats have anticoagulant.
[14:17] <NavyCherub> right.
[14:7] <ladyxzeus> i'm not sure, i don't know a lot ofmammals that produce "poisons" or other substances
[14:18] <ladyxzeus> i only know platypus
[14:18] <ladyxzeus> so this leaves to the consideration: is the vampire a mammal?
[14:18] <santetjan> vampiric platypus?
[14:18] <ladyxzeus> that would be cute
[14:18] <FOE-tan> Do vampires lay eggs?
[14:18] <ladyxzeus> i think they can't reproduce?
[14:18] <santetjan> that would lead to a 'what came first? vampire or the egg?' question.
[14:19] <ladyxzeus> i think vampires can't reproduce through a biological way
[14:19] <ladyxzeus> it's like a disease
[14:19] <ladyxzeus> they are prior humans, right?
[14:19] <FOE-tan> Unless it's Twilight?
[14:19] <FOE-tan> You mentioned something about a babyvampire there.
[14:20] <santetjan> 'he's not undead, he's just ill'
[14:20] <ladyxzeus> so it's a disease?
[14:20] <ladyxzeus> then they are mammals, sick mammals
[14:20] <FOE-tan> That's Zombies.

19.7.12

A Tia Julia e o Escrevedor

A Tia Julia e o Escrevedor
Mario Vargas Llosa
Romance
1977

De todos os Vargalhosa que li até agora (e ainda não são muitos, mas estão todos neste blog por isso parecem uma multidão) este foi o mais engraçado, o mais cativante e, sem nenhuma sombra de incerteza, o mais absolutamente delicioso gelado de Verão que me podia calhar em sorte.

Isto tem o seu quê de autobiográfico. Marito Varguitas (ou, para os amigos, Mario Vargas - tão a ver o connect, tão?) é um jovem com pretensões a escritor que trabalha a recortar notícias para a Radio Pan-Americana. Entretanto aparece-lhe na família uma tia vinda da Bolívia, Julia, com a qual se desenvolve uma tragicomédia de amor. Intercaladamente aparecem histórias dos folhetins de Pedro Camacho, que os escreve para a mesma rádio. Assim, temos duas histórias dentro da mesma história, a da ascensão do amor e a da ascensão dos folhetins, seguidos pela sua queda e pelo futuro dos seus intervenientes.

A história de amor é rocambolesca. A tia Julia é mais velha e divorciada, Varguitas é um estudante sem um chavo, como poderemos solucionar isto? Mas solucionam-no da maneira mais exasperantemente improvável e divertida (para o leitor, para eles não deve ter sido muito)

Mas para mim o maior encanto reside nos folhetins. Cada capítulo é um folhetim diferente, escritos com um vocabulário absolutamente floreado, requintado e desapropriado, contando histórias que, sendo do quotidiano, se distinguem por terem uma certa aura surrealista. Os personagens dos folhetins são desenvolvidos a uma profundidade sem limites, mas nunca sabemos o que lhes vai acontecer, fica sempre para o próximo capítulo e só à medida que o livro vai avançando é que percebemos que o seu fim vai ser extremamente bizarro. Posso avançar desde já que sim, é. Porque parte da história consiste na loucura de artista de Pedro Camacho e como isso se reflecte nas suas histórias que, no fundo, são a sua vida.

São livros como estes que me dão mais vontade de escrever. São livros como estes que provam que um excelente autor também tem de ser dotado de sentido de humor. São livros como estes que provam que um excelente autor, antes de mais, adora escrever.

Gostaria de o recomendar a toda a gente, mas devido à intensidade do vocabulário pode ser um pouco difícil para quem não esteja habituado a ler literatura "da pesada". Ainda assim experimentem lê-lo. Vão ver-se envolvidos num mundo de fantasia que ultrapassa os limites da própria fantasia e que, melhor de tudo, é absolutamente real.

18.7.12

Karigurashi no Arietty

Karigurashi no Arietty
Hayao Miyazaki - Studio Ghibli
Anime - Filme
2010
7 em 10

Todos gostamos da Ghibli e vamos sempre dizer que os filmes são geniais, mas permitam-me discordar. Arietty é um bom filme. Arietty é um filme divertido. Mas Arietty não é um filme genial.

Esta filme conta-nos o improvável encontro de um miúdo a morrer de insuficiência da mitral com Arietty. Acontece que Arietty é, bem, pequenina. É uma rapariga à escala de polegar. Vive por baixo de uma casa com o seu pai e a sua mãe e, para sobreviver, "tomam emprestadas" coisas que as pessoas da casa já não utilizam. Sho vê-a e, atraído pela sua existência, tenta comunicar com ela da melhor maneira que consegue, que não é de todo a ideal. A história é fofa e tenta dar-nos a moral de "nunca desistas de viver", mas pareceu-me que esse aspecto não foi desenvolvido com, bem, desenvoltura! Em termos de personagens temos a habitual mulher forte dos filmes Ghibli, mas pouco mais. Achei graça a Haru-san, cuja "maldade" tinha uma origem absolutamente inocente e infantil.

A arte é o ponto forte. É maravilhosa. Conseguem tornar um jardim numa floresta, cheia de detalhes e de pequenas coisas. A casa das pessoas pequenas também é absolutamente deliciosa. Vale a pena ver o filme só pela arte.

A música está muito adequada e transmite beleza.

Reparei em dois erros crassos de planeamento: a porta que estava trancada abriu sem ser destrancada e a cortina corrida numa cena aparece toda aberta na cena seguinte. Estas pequenas coisas são, de facto, pequenas, mas para mim fazem todo um filme.

Talvez compre o DVD para ver com a minha macaca de estimação.

Boys Be...

Boys Be...
Kawase Kouhei - Hal Film Maker
Anime - 13 Episódios
2000
7 em 10

A imagem que escolhi para este anime é enganadora, mas não há muito mais que seja diferente. Boys Be não é um harém. Não é um H-rated. Não é uma poça de fanservice. Boys Be é como um shoujo. Mas um shoujo invertido. É difícil de classificar o seu género porque é algo completamente diferente. E é isso o que lhe dá tanta graça.

Boys Be é um conjunto de histórias de amor, de pequenas relações juvenis que passam da hesitação à acção e à relação propriamente dita (ou a desfechos mais infelizes) ao longo de 12 episódios mais 1. Mas, e aqui reside a diferença essencial, é tudo contado da perspectiva dos rapazes, os Boys. Temos três rapazes imberbes a experimentar-se no universo das relações amorosas, e o anime mostra a sua atracção, as suas tentativas, os seus sucessos, os seus falhanços e, acima de tudo, a sua maneira de lidar com as situações que vão aparecendo. Por vezes isto tem muita piada, mas no geral há um tom de simplicidade e de melancolia presente ao longo de toda a série.

Os personagens vão evoluindo, mais uma vantagem destes rapazes. A sua inocência inicial vem sendo substituida por uma maturidade crescente e por uma melhor capacidade de resolver os problemas.

A arte é daquele tipo com que eu implico. Mesmo assim não está mal, tem alguns momentos de beleza. As cores são fortes e sólidas, não há grande foco em cenas de animação mas também não há aquela coisa irritante de transformar mãos em bolinhas que andam para cima e para baixo.

A música é ambiental, com uma OP e ED pouco distintas mas apropriadas que trazem algum sentimento aos acontecimentos que estão para vir.

Uma nota interessante é o fanservice. Porque o fanservice não é verdadeiro fanservice. As mamas, os rabos, as camisas molhadas, os fatos de banho, são coisas que os rapazes vêm. Não são coisas inúteis. São elementos importantes para percebermos o estado de espírito dos personagens naquele preciso momento. Posso mesmo arriscar dizer que até ajudam no desenvolvimento da história.



Numa nota diferente, uma amiga minha tem o seguinte ser para adopção:

Eu quando vejo estas coisas costumo ignorar bué porque são demais, mas como é da minha amiga estou a publicitar. Fiquem com o bicharoco, que é muito boa pessoa. Fiquem com o neko-chan e chamem-lhe Chi. Dêem uma Sweet Home à Chi!

17.7.12

Yebisu Celebrities

Yebisu Celebrities
Fuwa Shinri
Anime OVA - 1 Episódio
2010
4 em 10

Não será difícil de notar que BoysLove é o meu género preferido (a seguir josei, a seguir shoujo, a seguir desporto, a seguir seinen e assim por diante etc. em vez de assim por diante etc.) Por isso esperava com ansiedade a oportunidade de ver Yebisu Celebreties, um dos últimos BL a sair (e pensar que já foi há dois anos!)

Mas cada vez o género me desaponta mais. Cada vez mais. Que bela bosta.

Eu não entendo, não entendo, porque é que ganharam esta mania de fazer animações para Drama CDs qua consistem em slideshows e sucessões de imagens em que a única coisa que mexe é a boca. Ok, é barato. Mas os fãs de BL são pessoas adultas, são pessoas com dinheiro, especialmente no Japão onde gajas com obsessões estranhas normalmente estão casadas com gajos muito ricos. Os designs são bonitos, da moda (mãos grandes, bocas grandes, a situação institucionalizada por Junjou Romantica) mas animação é nenhuma. Bem, acho que antes nenhuma do que muito má. Ao menos a incapacidade é discreta.

A história é mais do mesmo, mas desta vez envolve fatos e gravatas (que excitante!) Jovem inexperiente cai nas mãos de um patrão exigente tanto profissionalmente como sexualmente. Revela-se entretanto que o patrão afinal é gente boa.

Música muitíssimo discreta e ambiental, o próprio de um Drama CD (havia de experimentar ouvir, um dia destes, mesmo não percebendo ficaria a saber como é a experiência)

Um mau exemplo de BL. Nem serve para a fã adolescente hiperssexualizada porque, spoiler, não tem pilinhas a entrar dentro de rabinhos.

Itazura na Kiss

Itazura na Kiss
Yamasaki Osamu - Bandai Visual
Anime - 25 Episódios
2008
5 em 10

Não sei o que se passa com a minha sina, mas isto anda a ser uma injecção de fatia-de-vida que já me cansa um bocadinho. E, garanto-vos eu, eu vejo o anime da minha pasta de maneira aleatória, não escolho o que vou ver a seguir.

Bem, Itazura no Kiss (ou "o beijo badalhoco") é só mais uma história de amor. Simples, fofa, eficiente. Kotoko Aihara é uma pequena entidade cavalar que, sem razão aparente, se apaixona por mais elevada entidade, Naoki Irie. Este não lhe passa cartão, até que passados diversos anos e diversas investidas (fomentadas pelo facto de - POR PURA COINCIDÊNCIA - começarem a viver na mesma casa) finalmente há enrolação. Aliás, corrijo, beijam-se e (spoiler) casam-se.

E aí vem o bom deste anime! É que neste anime a vida continua para além da escola secundária. E continua para além do casamento. Vemos a sua passagem pela universidade, Kotoko (spoiler) torna-se enfermeira para seguir os passos do seu novo marido que se torna médico, vemos o amor a acontecer (felizmente de maneira pouco gráfica), vemos novos amigos cujas histórias de amor se vão desenvolvendo paralelamente, vemos uma (spoiler) criança a nascer. O que é bom. No entanto, apesar de terem tempo (sim, porque de repente, 4 ANOS DEPOIS! ou SEIS MESES DEPOIS?) os personagens em si continuam sempre iguais a si próprios. Irie(-kun) é um crápula abusador (e, realmente, o que se passa na cabeça destes Japoneses para resolverem todos os problemas conjugais à chapada?) e Kotoko é uma inútil que tem ciúmes até da sua própria filha. Enquanto isto é uma boa fuga para a comédia não funciona bem em termos qualitativos de caracterização.

Arte bastante má para uma coisa com tão poucos anos de idade, OP e ED apropriadas mas pouco salgadas.

Um bom entretenimento, mas não o recomendo nem para os maiores fãs de shoujo. Porque só me apetecia entrar ali e dar pontapés na boca a toda gente (menos aos cães)

16.7.12

Muramasa

Muramasa
Osamu Tezuka - Tezuka Productions
Anime - Filme
1987
8 em 10

Este é um filme de 8 minutos dirigido por Osamu Tezuka, o rei do anime e pioneiro da animação japonesa.


Aí está para vocês verem, que vale muitíssimo a pena e não custa nada a ninguém.

Um pouco de história só para ter a noção: era uma vez um tipo chamado Sendo Muramasa que fazia espadas. O gajo era um bocado passado da caixa dos pirulitos, por isso formou-se à volta dele uma lenda que dizia que quem pegasse numa espada dele ficava doidão. Mas mesmo sem esta noção, o anime desenvolve uma situação muito mais complexa que uma espada assombrada.

"Aquele que segurar uma espada para destruir espantalhos também se tornará num espantalho"

Seguimos portanto o caminho de um homem que começa por destruir espantalhos e a sua sede de sangue, ilógica e injustificada (como todas o são), se desenvolve até à sua própria morte. É um pequeno elogio à loucura, com uma moral discreta: também tu podes morrer sob o mesmo objecto que mata os outros. Quase se pode dizer que é um manifesto anti-guerra, anti-morte, anti-tortura, anti-sadismo, anti-sofrimento.

Temos uma animação muito simples, duas frames de cada vez, mas muito eficiente em conjunto com a música. É uma curta que, como todas deveriam, prima pela simplicidade. Os desenhos são muito bonitos e os poucos momentos de animação estão muito bem feitos.

Um perfeito exemplo do que uma pessoa verdadeiramente talentosa pode fazer. Muito recomendado.

Optimus Alive





Eu era para não ir ao Alive. Queria muito ir, ao dia 14, queria muito ir ver The Cure e queria um bocadinho ver a Florença e as Máquinas, mas não tinha ninguém para vir comigo. Mas depois a Sandra disse que ia! E outros amigos ganharam bilhetes num passatempo! Viva! Fui!

Mas, ao contrário de outros Alives que estiveram cheios de aventuras, este não foi uma experiência muito agradável psicologicamente.

O espaço é o de sempre, três palcos mas bandas a tocar à entrada. Muitos espaços com presentes e muitas actividades. E achei esse o maior defeito. Tantas actividades que parecia que as pessoas não estavam lá nem pelos concertos nem pela música. Passei três concertos na fila para uma t-shirt (mas eram concertos que não me interessavam muito. Mas também não fiquei a conhecer as bandas, que era o meu objectivo), que saiu bastante gira e estou a usar neste momento.

Depois houve ali um momento na casa de banho que envolveu umas filas de proporções gargantuescas.  Que me pôs completamente psicótica. Completamente passada da marmita. Desculpas a todos. Ao menos não fui expulsa.

Depois não podia beber sob o risco de ter de ir à casa de banho durante o concerto.

E depois não vi Morcheeba.

Mas ainda assim valeu a pena. Valeu a pena porque vi The Cure. E, sem contar com toda a existência do Gackt, The Cure é a minha banda preferida e Robert Smith era o tio que eu queria ter (porque ninguém substitui o meu pai)

Estávamos um bocado mal localizados, por isso só podíamos ver os ecrãs. Fomos avançando ao longo do concerto, mas mal os conseguimos ver. Mas estavam lá. Via-se no ecrã. O Robert está um bocado mais envelhecido do que da última vez que o vi, mas ainda assim esteve ali a dar-lhe com a fé toda. E continua a pintar os lábios com coelhinhos de amora. <3

Para mim foi um concerto maravilhoso. Apesar de terem tocado algumas músicas que eu não conhecia (o que me deixou em grande suspense, eu pensava que sabia a discografia toda! Terei perdido um álbum recente?) o ambiente geral foi muito bem conseguido, com um ritmo constante, fácil de gostar, fácil de dançar. Muitos solos, o Robert estava todo passado. Mas solos mesmo bonitos. Dizem que era para fazer o concerto durar mais tempo, mas eu acho que estavam lá a acreditar no que queriam fazer. Deram-lhe muito nas músicas lentas, o que deixou o público um bocado atazanado, mas eu gostei. O Robert quis tocar uma música e não o deixaram e isso reflectiu-se no resto do concerto. Como público, achei que lhe falhámos.



As pessoas não estavam viradas para ouvir a introspecção do Robert. As pessoas queriam dançar. Mas o Robert queria uma cena calma, era a onda que tinha nesse dia. O que não é ideal para um concerto de festival, mas quando se é o líder dos The Cure pode-se estar na onda que se quer e dizer a toda a gente "ma cagar". E foi o que ele fez. Falhámos quando ele nos pediu, mas ainda assim foi um fofo e continuou lá. Durante três horas e meia. Com três encores. And that's it. Não percebi o que fazia tanta gente a ir-se embora, tanta gente a reclamar e tanta gente a mandar vir. Não gostam não viessem! Senti falta dos verdadeiros fãs, mas se calhar era porque estava muito longe do palco.

Os arranjos eram diferentes do que estamos habituados a ouvir no album, mas tudo aquilo juntamente com as luzes, com a voz sentimental do Robert Smith e com o fabuloso talento que esta banda tem para tocar os seus instrumentos, tornou-se numa viagem lindíssima, um pouco psicadélica mas muito feliz.

Uma bonita trip que envolveu dançar e cantar non-stop durante as horas todas (com pausa para ir embora porque ninguém estava à espera de três encores)

Obrigada Robert, por me fazeres tão feliz. Mesmo com todas as outras coisas. Tu fazes o dia valer a pena.


15.7.12

MEO Outjazz - 5watts

5 watts
Concerto (inserido no Meo Outjazz)
Seguimos pois para o Museu da Água, longo caminho íngreme e pedregoso, para apanhar sol e ouvir música (os grandes chamativos deste pseudo-festival) A banda que ouvimos foi 5 watts, que aparentemente já tinham ido tocar ao Louie's e sido um grande sucesso. Vou-me abster de dar ratings aos concertos, porque são experiências irrepetíveis, mas irei falar um pouco sobre ele.

Chegámos muito cedo, durante os testes de som, por isso apanhámos puffs!

De resto, a música desta banda é interessante. Um baixo poderoso, uma bateria divertida, bons ritmos, sonoridade muito agradável. No entanto a banda parecia desmotivada por estar a tocar no Out Jazz. Não estavam felizes, parecia que estavam ali por obrigação, não estavam a gostar do público - que ainda por cima havia de ser composto por amigos - não comunicaram bem.

O gajo das teclas bem podia ser substituído porque ele não faz ideia do que está a fazer e só perturba o talento dos outros.

E a esquizofrenia do guitarrista, que falava sozinho enquanto tocava, também foi bastante perturbadora. Ainda fui falar com ele mas depois tive vergonha de lhe perguntar porque é que falava sozinho.

Demasiados solos, prolongamento desnecessário de apresentações, houve ali um momento em que pensei que nunca mais ia acabar.

De resto, boa banda, fica aqui para conhecerem:



MUDE

Museu do Design e Moda
 
A propósito de fazer horas e de eu sempre ter sonhado ir ao MUDE, fomos ao MUDE. É um museu gratuito e recomendo-o a toda a gente, pois -  mais que coisas interessantes - tem coisas divertidas.
Começamos pela Exposição Permanente. Aqui apresentam peças de mobília, decoração e vestuário com designs característicos e originais de cada década. Existem objectos que conhecemos bem, mas outros que são muito interessantes pela sua originalidade e por terem influenciado o design como uma arte. Apesar de ser chamada de "permanente" há a troca frequente de algumas peças, por isso vale a pena voltar mesmo que já se tenha visitado.

No segundo andar temos mais duas exposições:

Diz-me do que gostas dir-te-ei quem és é uma interessante colecção de moda que nos permite conhecer um pouco dos designers por trás das peças. Juntamente com vestidos e peças de roupa (das quais eu usaria mais de metade) aparece uma pequena colecção de objectos pessoais que inspiram os autores. Também há uma micro-entrevista a cada um. Uma pequena exposição introspectiva.

Tesouros da Feira da Ladra é uma coisa divertidíssima. É uma exposição de objectos bizarros encontrados na Feira da Ladra, uma homenagem ao anónimo.

Finalmente, no terceiro andar, um andar de paredes cimentadas nuas, está a colecção Onde Nascem as Ideias. Cadernos de Equilibrista. Manuel Estrada. É um conjunto das ilustrações de Manuel Estrada e os seus cadernos pessoais. Foi ilustrador de capas de livros e tem trabalhos muito interessantes (sobretudo para quem conhece os livros em questão)

Recomendo a visita a este museu. É rápido. É grátis. É giro. Porque não?
 




13.7.12

NieA_7

NieA_7 (NieA Under 7)
Yoshitoshi Abe - Shaft
Anime - 13 Episódios
2000
4 em 10

Ah, vê NieA que é do Yoshitoshi Abe! Ah, vê NieA que o gajo fez Lain e Haibane Renmei! E não me recordei que detestei Lain e não achei Haibane nada de especial. NieA é um pedaço fecal.

Comecemos pela arte. Já sabem que no me gusta. Mas mesmo no me gustando sou capaz de fazer uma apreciação coerente da qualidade. Em NieA esta é nenhuma. Os bonecos estão praticamente desenhados em blocos. Então quando estão longe são apenas umas peças às cores. São muito pouco detalhados, tanto em design como em movimentos, e as suas acções são desenhadas à pressa, com recurso a umas linhas nojentas que abanam para trás e para diante. Os fundos são igualmente mal feitos, assim como maquinaria e outros objectos. Está tudo muito mal desenhado, como se tivessem que despachar a série toda em três dias de trabalho e, para ser mais rápido, tivessem pegado nos lápis com o punho cerrado.

Depois passamos para a história. 13 episódios de anime e não compreendi sobre o que era. Temos uma bacana que vive com um alien (de que irei falar de seguida) e vivem as duas esfomeadas. Ela trabalha, o alien não. E é isto? Acho eu? Devo ser muito estúpida, realmente. Ou então é o anime que não tem conteúdo. Dos dois males... Enfim, seguimos as aventurrraaas e desventurrrraaaaas deste peeeeersonaaaagens encaaaantadores! Que é basicamente a gaja a trabalhar e o alien a comer coisas e a dizer que tem fome. Questões que se colocam e que não foram respondidas: de onde vem o estúpido do alien? Porque é que não há dinheiro? Porque é que há racismo contra aliens? Qual é a crise que o mundo está a enfrentar? Eu creio que o anime queria ser um manifesto político-social, mas foi feito de maneira tão incompetente que foi impossível tirar essas conclusões daí.

Agora, personagens. Se há protótipo de personagem que eu detesto e abomino é o da "moça estúpida que está sempre com fome, mas é muito simpática apesar de só fazer merda". NieA é isto e nada mais. Nada Mais. A outra moçoila, a humana que vive com esta criatura aberrante, é outro protótipo. O da "jovem trabalhadora que não consegue admitir a mudança na sua vida e que, por isso, reclama, berra, dá chapadas e cai de bicicleta" Um pouco menos detestável, mas ainda assim muito pouco complexo. Há um certo crescimento ("ah, eu não gosto da NieA mas afinal até tenho saudadinhas") mas algo muito pouco cheiroso.

Em termos de música, estamos reduzidos a efeitos. Efeitos que me causam horror, pois são coisas cartoonísticas, turururururus, coisinhas a cair e outras idiotias do género. Vence a música da OP que é original e muito interessante.

Lain e Haibane podem não ser nada de especial mas são interessantes. NieA nem isso. Dou-lhe um 4 porque sei que muita boa gente acha graça a este tipo de comédia fácil. Li algures que há quem ache isto um retrato belo e sensível, mas eu não vi beleza, sensibilidade ou sequer do que é que é o retrato. Como sempre, culpa mea.

12.7.12

Hanasaku Iroha

Hanasaku Iroha
Ando Masahiru - Bandai
Anime - 26 Episódios
2011
6 em 10

Por uma vez um anime que me manteve atenta do início ao fim! Uma experiência muito agradável, mas que ainda assim possui uma série de defeitos que me impedem de lhe dar um rating mais alto (mas estive bastante dividida entre o 7 e o 6)

Ohana é uma jovenzita de Tóquio sem grandes objectivos de vida que se vê confrontada com a situação de, por uma razão extremamente parva e desadequada, ter de ir viver para uma estância termal e trabalhar lá. Assim o anime decorre em termos de slice-of-life (acho engraçado este termo "fatia de vida") em que acompanhamos as pequenas aventuras diárias desta pequena e dos seus colegas e amigos.

Este género não tem história, apesar de em Hanasaku Iroha fazerem uma tentativa de desenvolvimento narrativo que cai um pouco por terra devido à fragilidade do próprio tema. Assim, tem de - necessariamente - se basear no desenvolvimento de personagens. À primeira vista este é feito de maneira leve e concentrada, dando a cada personagem alguns episódios para ser desafiado e para se desenvolver, mas eu encontro nisto uma falha. Não é um crescimento discreto e saboroso mas mais um "tira a tua senha". Ohana, que aparenta ser quem mais se desenvolve, revela a partir do primeiro momento os seus objectivos. No seu primeiro dia de trabalho é logo demonstrado todo o seu futuro e todos os seus novos sonhos. Depois, além do trio essencial, o resto da equipa termal tem apenas um desenho muito superficial. Fiquei curiosa em relação a eles mas não creio que nem com uma continuação sejam revelados os seus segredos.

A arte é bastante agradável à vista e, como o implica toda a modernidade, as cenas de acção são muito rápidas e fluídas. Não há grandes cenas paisagistas e insistem em mostrar sempre os mesmos lugares, quando poderiam ter feito algo de muito mais belo.

Existem algumas músicas bonitas ao piano, mas não o suficiente para me incentivar a tocá-las (não que eu possa tocar piano com estas novas unhas de gel cor de laranja fluorescente com brilhantes que o meu pai me ofereceu...) A OP e as múltiplas EDs são todas cantadas por uma vozinha de gato que me irrita solenemente e só são apropriadas em momentos pontuais.

Bonito e leve, é como uma barrita energética de chocolate dietético para o lanche. Como o seu equivalente alimentar, digere-se muito rápido e dentro de algumas horas só me irei lembrar que tenho fome.

Dois de Nós

Dois de Nós
Ana Pepine e Paul Cimpoieru
2010
Teatro
7 em 10

A propósito de uns convites ganhos para o Festival de Teatro de Almada (o 29º), fomos ver esta peça. Dois de Nós é um misto de teatro, pantomima e dança, contando uma história sem palavras, própria para públicos de qualquer língua. A história é bastante simples, mas pelos vistos pode ser interpretada de várias maneiras. Por aquilo que eu percebi, fala de um casal que se separa, ambos têm aventuras e depois voltam a ficar juntos. No início pensei que a história estivesse a andar para trás e que nos tivessem a mostrar o seu primeiro encontro. Os meus amigos afirmam que só ela teve aventuras e que ela é que era a personagem principal. Eu continuo a achar que são os dois.

A produção é muitíssimo simples, o que funciona extremamente bem. Deu-me ideias e inspirou-me para fazer coisas semelhantes com os meus cosplays, apesar de eu não ter aqueles movimentos corporais e ser uma desajeitada. A interpretação, se ao início parecia apenas mais uma repetição de uma peça que se vem fazendo desde 2010, foi sentida. Achei especialmente emocionante o reencontro com a representação dos momentos passados. E o meu momento preferido foi os pézinhos a abanar. :3

As músicas dão mais brilho e vivacidade à história.

O grande defeito é que houve alguns momentos de mímica que, simplesmente, não se percebiam. Ok, estão a abrir coisas, mas o quê? Além disso, um erro crasso: ele saiu de casa sem abrir a porta.

Foi uma experiência bonita, que recomendo se tiverem oportunidade.
 
Depois houve BEBERETI, em que pudemos interagir com os actores e comer doses industriais de pão de queijo. Claro que ninguém foi interagir com os actores, tiveram todas vergonha de ir falar com o Paul Cimpoieru (e não saberíamos dizer o nome dele), cuja prestação foi "muito bom"...

O meu scanner está a embirrar, mas quando lhe passar coloco aqui o programa. :)

10.7.12

European Cosplay Gathering

European Cosplay Gathering
Comentários (às performances)

Ora o ECG, European Cosplay Gathering, também conhecido por Electrocardiograma, é um equivalente ao Euro de Futebol. Mas em cosplay. Cada país europeu manda um representante para o Solo e dois ou três para o Grupo, fazem fatos, fazem apresentações e um juri atribui três classificações para cada categoria. Isto passa-se na Japan Expo em França e a viagem é logo um prémio para os representantes de cada país.

Ora, como houve aí umas línguas negras a mandarem vir comigo por eu mandar vir com toda a gente, decidi utilizar este espaço para, evidentemente, mandar vir com toda a gente. Seguem os vídeos das apresentações do ECG e os meus comentários aos skits baseados neles. Note-se que não vou comentar os fatos, porque de costuras percebo perto de nada (só o suficiente para parir umas coisitas mal-enjorcadas). E note-se também que não vi as apresentações ao vivo. Os meus comentários sofrem, assim, deste lapso: no vídeo as coisas são sempre diferentes.

Mas comecemos.

Primeiro vou anunciar os vencedores:

Solo
1º - Alemanha
2º - Suiça
3º - Itália

Grupo
1º - França
2º - Dinamarca
3º - Itália

 Dinamarca - Grupo
Trinity Blood
A actuação é bem intencionada, mas muitos gestos sem objectivo retiram intensidade ao momento. Além disso luta, ok. Conta uma história interessante, a rapariga de vermelho (matem-me, não sei o nome das personagens de Trinity Blood) está muito bem, as outras nem tanto. As vozes não são muito convincentes mas a música faz um bom efeito. Acho que posso dizer que merece o prémio.

Holanda - Grupo
Orochi Warriors
Leques são bonitos é certo, mas qual a relação com o resto? De início parecia que vinha dali algo interessante, mas depois é só uma dança. Nota para a própria: não fazer danças depois de por pessoas a pensar que as coisas que vão sair dali são giras, sobretudo quando são de Prodigy.

Portugal - Solo
Anima Tactics
Olá Leonor! =) A Leonor já me disse que não gosta muito de fazer apresentações e, apesar de se notar o esforço, também se nota este desencanto. Não conheço a série/jogo/isto, mas imagino que a música tenha sido escolhida a pensar nela. No entanto não se percebe bem o porquê do cantar tão "desesperado", o que poderia ser resolvido com um micro-acto introdutório (em mímica, por exemplo). As asas podiam ter um efeito mais interessante do que ser puxadas. A utilização do espaço também não foi muito sábia. No geral, necessita mais paixão

Reino Unido - Grupo
Odin Sphere
Achei a actuação muito fraca e muito vulgar. Gestos desnecessários e pouco seguros, apesar de ser fácil compreender a história (mais ou menos). Nota para a própria: mudar de fato é moda, devo experimentar fazê-lo (por acaso tenho uma ideia parecida para usar em breve, hoho! Não é mudar de fato mas envolve fazer outro fato)

Suiça - Solo
Tron Legacy
 Woohoo, breakdancing! Olha que bem! Original, apropriado, efeitos excelentes com as luzes do fato versus luzes do palco. Um pouco inconclusivo, mas claramente um dos meus preferidos pela originalidade e boa execução. Este merece o prémio.

Bélgica - Grupo
Granado Espada
Antes de mais... O que se está a passar aqui? Estão fracas, estão feridas, bem pelos vistos andaram a fazer alguma coisa que não querem que a gente saiba (as badalhocas, hah!) Achei que a actuação foi bastante boa, em termos de fraqueza e de ferimentos. Tenta contar uma história que, apesar de ser pouco clara para mim, deve ser bastante evidente para os conhecedores da série/jogo/esta coisa. Achei a parte final um pouco confusa e apressada, provavelmente derivado à dificuldade de fazer de pessoa sem saúde. Nota para a própria: quando fizer de pessoa sem saúde ou ferida, obter ferimentos e sofrimentos atempadamente de forma a poder estudar isto. Já fiz de coxa uma vez e andei semanas de bengala. Até hoje me sinto um pouco coxa.

Itália - Grupo
Cloth Road
O modelo de duelo e a música escolhida para o início estão bastante engraçados. Mas EU (eu) (eu...) acho que skits de luta são um aborrecimento para a alma. Sobretudo quando as pessoas em questão não sabem lutar. No entanto foi uma boa maneira de mostrar os fatos a toda a gente, com um desfile disfarçado. Recorrer a panos e fitas para a luta já não é original. Achei este terceiro prémio um desapontamento.

França - Solo
Fate Stay Night UC
Música bonita e original, objectos de palco interessantes e nada mais. Rodopiar com uma espada não equivale a skit de cosplay.

Dinamarca - Solo
Elfquest
Ok, dança do ventre. Original. Mas... Quem não dança melhor que a Ivanete (a mulher do meu pai, que - por pura coincidência - é professora de dança do ventre, de yoga e de danças brasileiras. E taróloga. E tem o record do Guiness de dançar 24 horas com um pandeiro, oh yeah), enfim, quem não dança melhor que a Ivanete devia evitar fazê-lo numa competição internacional. A Ivanete não dança muito bem, btw. Nota para a própria: mudar de roupa, mudar de roupa!

Portugal - Grupo
Clover
Olá Dark! =D Olá Kali! =D A queda parte-me o coração, mas - como já comentei pelo facebokas - a fuga é sempre para a frente. E sendo para a frente, continuemos! Um skit que poderia ter sido o mais belo do conjunto, bem concebido até para quem não faz ideia da história. No entanto o efeito visual, que tinha tanto potencial, está muito, muito, muito confuso. As asas são muito grandes e balançam muito para a frente e para trás, o que tapa o que está a acontecer, tapa as caras, as expressões, tapa os corpos, tapa tudo. No fundo ficou uma amálgama branca. Isto poderia ser resolvido com ensaios com espelho ou público amigo de olho esperto. Em comparação com os outros e esquecendo que eu sou uma desenxabida, creio que se não tivesse sido a queda talvez tivessem ficado com um dos prémios.

Suiça - Grupo
Valkyria Chronicles 2
Muitas palavras para muito pouca coisa. Gosto bastante da expressão facial do gajo (que deus queira que seja mesmo um gajo e não um crossplay marado!), percebe-se muito bem a história, mas sabe a pouco. Nota para a própria: objectos que são para ser desenrolados nunca se desenrolam em palco. Evitar.

Reino Unido - Solo
Final Fantasy VII
Sem dúvida o meu favorito. Simples, hilariante, efectivo. Transição de músicas um pouco hesitante. Mas sem dúvida o que gostei mais. Eu gosto de coisas parvas! :3 Nota para a própria: trabalhar na transição de músicas; fazer mais coisas parvas.


 Alemanha - Grupo
Card Captor Sakura
Dos grupos, o meu preferido. Muito engraçado, muito apropriado e muito eficiente. A coreografia da carta está muito engraçada, apesar da da Sakura não parecer muito segura. Nota para a própria: coisas que não querem ser desatadas não se desatam. Mudar de roupa é muita fixe!

Bélgica - Solo
Summer Wars
Movimentos iniciais promissores, mas andar pelo palco a apanhar coisas não equivale a skit de cosplay. Ponham-me alma nisto porra!

França - Grupo
Xenosaga
Ok. Vamos admitir que temos uma coreografia de luta bem pensada e bem feita. Os movimentos são na sua maior parte seguros e as paragens ao som da música dão oportunidade para boas fotografias e são uma maneira inteligente de prevenir erros. Mas eu não sou capaz de aceitar que um conceito tão cubicamente básico seja vencedor de um primeiro prémio a nível Europeu. Yaddayaddayaddafatosfatosfatos, o ECG é conhecido por dar um bocadinho de valor ao skit. E deixemos os comentários a fatos a quem lá esteve a vê-los ao pé e a quem sabe do que está a falar, que não sou eu. Hmph!

Alemanha - Solo
Fate Stay/Night
A minha primeira impressão foi "tanta coisa no palco". Mas, maravilhoso, todas as coisas são usadas! =D Não houve erro! =D Viva! =D Achei boa a disposição das coisas e o conceito é bastante bom, simples e muito efectivo. No entanto soube a pouco. Creio que está entre os três melhores mas não sei se será O melhor. No entanto, já que foi esse o prémio, merecido é.

Itália - Solo
Final Fantasy VII
Este é outro prémio que eu não entendo. Quando as coisas estão escuras não é difícil mudar de roupa. Ele não fez absolutamente nada em palco! Nota para a própria: Já sabes como é...

Espanha - Grupo
Odin Sphere
Este skit sofreu de uma coisa que PODE e DEVE ser previsível. São os chamados "erros técnicos". A cortina preta era demasiado estreita para esconder os fatos. O monstro estava mal equilibrado pela pressa ao vesti-lo. A história é coerente e as actuações não são más, mas o efeito pretendido perdeu-se totalmente graças a estes erros.

Espanha - Solo
World of Warcraft
Andar pelo palco a bater as asas de um morcego não constitui skit de cosplay.


E PERONTOS.

Foram estes os skits que encontrem até agora. Se me faltar algum e souberem onde anda por favor digam-me para eu o estrafegar também. No geral, gostei desta competição (em termos de skits). Achei a maioria dos prémios muito bem atribuídos e bastante justos, fora um ou outro caso pontual. Mas repare-se que aqui também contam os fatos, e com esses eu não conto (para ser sincera cada vez me convenço mais que desde que a apresentação seja divertida para mim a pessoa até pode estar vestida com um saco do Minipreço). Achei que as nossas meninas Portuguesas fizeram um bom trabalho e foram boas representantes do nosso país. Espero que, se lerem isto, levem as minhas críticas com paz e as usem para fazer coisas cada vez melhores. Já que não posso ir eu por falta de sacos do Minipreço, ao menos que chegue lá a minha acidez. Hihi.

Nota (para alguns): como veem, eu não preciso de me esconder para dizer estas coisas. Escondo-me para dizer outras, mas têm muito pouco a haver com a comunidade de cosplay. Quando têm, são mais desabafos. Porque me vai sempre deixar triste que olhem para mim de lado por beber uma Mini na Anipop.

Nota (para todos): Uma questão importante que se levanta é "qual é a tua competência para mandar estas postas de pescada ó animal?" Confesso que a minha competência não é muita. Apenas cerca de uma década a pisar palcos. Em termos de cosplay, gosto de fazer as coisas de maneira diferente. Para vós cosplay não é teatro. Para mim é. Para mim é uma personagem, é interpretar uma personagem de uma maneira que o anime não mostrou. É isso o que eu tento fazer em todas as minhas apresentações e performances (mesmo que não faça muito sentido, por vezes as coisas que fazem sentido na minha cabeça não fazem sentido na realidade...) Outra questão muito importante que se coloca é "se tens tanta propriedade para criticar os outros porque é que não te criticas a ti também?". A resposta é "bem, eu queria, mas não me deixam". Ando neste momento à caça dos meus vídeos para fazer um post hiper-mega-ri-épico a cortar-me a mim própria às postas. Depois de o escrever vou deixar-me a mim própria a chorar num canto! Faltam-me cerca de cinco vídeos, quem me quiser ajudar a localizá-los por favor avise.

Nota (para ninguém em especial): Tenciono voltar em breve à actividade de cosplay, com fatos novos e apresentações novas para fatos velhos (ainda não foi a última vez que viram a Belldandy!). Na lista de cosplays a terminar por enquanto estão a Meroko, a Manager dos Detroit Metal City, o Kuranosuke e a Maya Kitajima. Talvez arranje um trabalho horrível no entretempo, mas de momento o cosplay é a única maneira que eu tenho de falar com um público e de receber os seus sorrisos. Sou muito egoista, mas aguentem comigo só até amanhã. ^^

Para finalizar, fica aqui - para aprenderem - o que é o verdadeiro ECG:


 

8.7.12

She

She
H. Rider Haggard
Romance
1886

Um livro que comprei com o objectivo de fazer Bookcrossing com ele. Não esperava grande coisa deste livro e, apesar de ser um clássico com 10 adaptações para o cinema, achei que também não era grande coisa.

Antes de mais a linguagem deste livro é uma coisa abominável, de tão anciã e complicada. Tive muita dificuldade em acompanhar a escrita, porque realmente o meu inglês não é assim tão bom, e alguns termos desactualizados (como ""Oh!", he ejaculated.") fizeram-me perder completamente a concentração. Mas lá o consegui terminar.

Conta a história de um homem babuíno e do seu filho adoptivo leão e do seu criado porco que se vão meter no meio de África à procura da solução para umas mensagens deixadas por uns antepassados. São apanhados por uma tribo bárbara e canibal, cujo líder é SHE, uma mulher linda, mágica e encantadora que domina tudo e todos (e que é imortal e que é linda, já disse isso?) Ora, ela diz que quer casar com o gajo giro, leva-os lá para o meio da montanha e depois acontece-lhe uma magia qualquer e safam-se. ORA QUE CONVENIENTE!

É um livro racista e misógino. Os desgraçados dos "selvagens" são caracterizados como sub-humanos, como verdadeiros animais. Apenas os Ingleses são verdadeiros seres humanos e civilizados. O que interessa que aquela gente tenha vivido assim desde há 2000 anos? Somos Ingleses somos claramente superiores! E Ayesha, a She, a Femme-Fatale, por mais fatal e poderosa que seja tem de depender de um homem? Existe para tornar a ver o seu apaixonado? É a pessoa mais poderosa do universo, mas a sua vontade verga-se perante o homem? Acho desapontante que pessoas que se consideravam tão civilizadas nesta época tenham opiniões tão bárbaras.

Além disso o livro é muito pouco convincente. É suposto ser um relato da vida real, mas o facto de o Holly se lembrar perfeitamente de todas as frases que foram ditas naquele período é pouco verossímil.

Enfim, só é bom porque é um clássico com belas imagens do mundo selvagem Africano. De resto, ainda bem que a sociedade evoluiu. Viver com gente como Haggard haveria de ser um sacrifício enorme para mim.

7.7.12

Ie Naki Ko

Ie Naki Ko (Nobody's Boy Remi)
Dezaki Osamu - TMS Entertainment
Anime - 51 Episódios
1977
7 em 10

World Master Series são animes inspirados em histórias de fundo Europeu. Nele se incluem as famosas Heidi e Ana dos Cabelos Ruivos. E a maioria delas foi criada nos 70s. Remi é um desses animes.

Remi é um rapazinho a quem só acontecem desgraças e o anime é, essencialmente, a sua busca pela felicidade. É uma busca muito bonita. A arte é lindíssima. Fundos que são quase pinturas e uma delicadeza do traço que já não se encontra no anime dos dias de hoje. Existem algumas cenas de animação repetidas e recicladas, mas provavelmente só as notei porque vi a série toda de seguida. A música também é maravilhosa, muito diversa, original, bem interpretada e muito apropriada a todos os momentos. Ver este anime é como ler um livro, tal a macieza do traço e dos sons.

O anime tem cães e creio que foi por isso que o tinha na lista de coisas para ver. Infelizmente a história tem um enorme defeito, que são as desgraças todas que acontecem ao infeliz do Remi. Vejamos se me lembro de todas: vendem-lhe a vaca, é vendido a um homem que toca corneta, os sapatos magoam-lhe, a roupa que usa é ridícula, tem de estudar música, é muito pobre, não tem dinheiro, está frio e é Inverno, não tem dinheiro, perde-se na cidade, morrem dois cães comidos por lobos, morre-lhe o macaco com pneumonia, é deixado à guarda de um mauzão Olivertwistiano, morre o homem da corneta, cai geada que arruina a plantação de flores, fica preso numa mina, morre o pai adoptivo, raptam-no, prendem-no, mandam-no para a prisão, o macaco novo é um incompentente, não consegue comprar uma vaca de jeito. E assim por diante, devem-me faltar algumas. Depois acaba tudo em bem, mas isto é demasiada infelicidade para a minha vida. Em termos de personagem, Remi cresce psicologicamente, ainda que o seu crescimento físico não seja evidente, mais que não seja porque ganha coragem e rectidão para trabalhar nas coisas de forma a atingir objectivos. Achei que a sua aprendizagem foi demasiado rápida (aprendeu a ler e a tocar harpa num instante) e que os animais eram demasiado inteligentes, apesar de muito engraçados (quero o chapéu do Capi para o meu Infeliz).

Recomendo bastante este anime, pois é muito belo. Talvez para uma pessoa pouco habituada ao "old-school" seja um pouco difícil, pois tem um narrador, tem muitas imagens paradas. Mas envelheceu muito bem e aconselho-o.

Moonrise Kingdom

Moonrise Kingdom
Wes Anderson
Filme
2012
7 em 10

Oba, fui ao cinema! Escolhemos o filme pelo horário e ficámos na primeira fila pelo que, consequentemente, fomos os primeiros a ver o filme.

Citando o Chico, isto é um filme sobre uma paixão adolescente. Mas é uma paixão adolescente com diferenças, que envolve miúdos mal adaptados e fugas pela floresta. O filme está muito bem feito, baseado em imagens estáticas que se vão preenchendo com acção. Tem algumas situações muito bonitas em termos de composição, por vezes um pouco bizarras mas muito divertidas. O filme é "giro", isto é, por si só não tem muita graça, mas há alguns momentos que são quase hilariantes e no conjunto é uma hora e meia muito bem passada.

Os actores muito bons ficaram um pouco aquém das expectativas. Não gostei muito das crianças, pareceram-me todas muito pouco expressivas.

A música é deliciosa e torna cada momento especial.

Recomendo este filme, estranho mas divertido, um pouco melancólico, com partes cruas mas muito bonito na sua soma.

3.7.12

A Ilusão de Eva

A Ilusão de Eva
Karin Fossum
Policial
2002

Estou muito feliz por me ter sido dada a oportunidade de ler este livro. Foi o meu primeiro livro de Bookcrossing e fico mesmo muito contente por terem a confiança de mo enviar. Agora estou só à espera da morada da próxima pessoa e é só ir aos correios!

No entanto... Este livro não é muito bom. Talvez seja por isso que está viajando, ninguém o quer... Isto é um policial bastante cru, passado na Noruega (uma terra bastante fria também). Segue a investigação de dois assassinatos, ligados por uma gaja que é pintora (a tal Eva) e vem-se a descobrir quem matou quem e porquê. No entanto a descoberta não é feita pelo detective nem pelos seus exercícios de dedução, mas sim por uma narrativa da perspectiva de Eva, personagem principal. Assim, o livro deixa de ser um policial para ser apenas mais uma história de acção, todo o mistério se perde e, com ele, toda a ansiedade do leitor em saber o que virá a seguir.

Existe um excesso de descrição que torna a narrativa um pouco confusa (sinceramente, quem quer saber por onde é que passa o carro durante o caminho todo? Basta dizer "foi do ponto A ao B") Além disso a personagem principal tem uma caracterização demasiado firme que depois não joga certo com a atitude final, a de matar. Aliás, qual a razão para matar? Não foi por vingança, não foi por medo, não foi por razão nenhuma, ela chegou lá, abordou-o sem razão aparente e matou-o. Não creio que haja uma mensagem escondida por trás disto, não acho que haja um lado secreto para a personagem. Está apenas mal pensado, o móbil é insuficiente, uma pessoa não mata outra só naquela.

Mas enfim, até é giro. E tem um cão muita fixe, que é o Kollberg.

1.7.12

Aoki Densetsu Shoot!

Aoki Densetsu Shoot!
Nishio Daisuke - Toei Animation
Anime - 58 Episódios
1993
5 em 10

Já alguma vez referi que adoro anime de desporto? Provavelmente. Mas acontece que não gostei muito de Aoki Densetsu Shoot. Deixado de lado pelo sucesso do análogo Captain Tsubasa, com o mesmo tema e na mesma época, Densetsu Shoot deixa um pouco de lado o tema desportivo para também se focar no romance e nas vidas dos personagens. Isto poderia ter funcionado muito bem, mas a ideia não foi bem sucedida devido a um erro imenso: estes tipos passam três quartos da série a jogar à bola.

Não que eu esteja a insinuar que num anime sobre futebol não se deva jogar à bola, nada disso. Mas estes jogos foram todos tão chatos... Deviam fazer estes animes como um jogo de futebol real, visto de cima. Porque visto da perspectiva dos personagens não se percebe nada do que se está a passar. Não se percebe a localização deles no campo nem a localização dos seus parceiros e, por isso, é impossível fazer uma opinião sobre o jogo e envolvermo-nos nele convenientemente. E eu sou uma pessoa que gosta bastante de futebol. Apenas não vejo os jogos da minha equipa, porque me enervam (assim, escolhi ver um anime sobre a bola durante o Europeu de futebol).

Entretanto há uns dramas exteriores ao campo que são interessantes. No entanto ficam muito mal explorados porque parecem muito irrelevantes comparando à importância que tem chegar aos Nacionais! Oooh! Temos um gajo que morre de uma maneira muito estranha (pelo amor de deus, quem é que morre de ataque de coração aos 16 anos e ainda tem tempo de dizer palavras sábias a todos os seus amigos e familiares?), temos uma miúda que vira ídolo (e desiste para ir ver o jogo de futebol?), temos um puto que o pai não curte que ele jogue futebol (mas revela-se que o pai foi um grande jogador da sua época!), temos um que se envolve em lutas (e depois se safa, que conveniente) Isto seria tudo muito sumarento se o anime fosse mais sobre isto e menos sobre os nacionais. Assim não temos um desenvolvimento de história nem de personagem, não passa de miúdos a darem pontapés na bola.

E dão pontapés na bola de uma maneira estranhíssima, com técnicas que nem nunca ninguém ouviu falar. Aliás, criei uma colectânea dos melhores termos futebolísticos em Japonês, que segue em anexo:

TANAKA NO HATUTURIKU - O hattrick do Tanaka 
Majiku Sizorus Passu - Magic Scissors Pass (que raio será isto)
NAISU INTACEPTO - Nice Intercept
Missanga - Não faço ideia
Roring Airu Ransu - Rolling Air Lance (quando mandas a bola da linha lateral com um flik flak à retaguarda)
Furashu Passu - Flash Pass
GOAAAAAARUUUU - Golo
Tripa Counta Ataku - Triple Counter Attack
Ofusáid - Offside (aka fora de jogo)
Maku Maku! - Marca-o! Marca-o!
Yerow Cadu - Cartão Amarelo
Spimbaur - Spin Ball 
Baiciku Kiku - Pontapé de bicicleta
Pere - Pelé
Kingu of Shutu - King of Shoot
Ovahetu - Overhead
Zoun Pressu - Zone Press
Contror Towa - Control Tower

Numa nota àparte Ó Jesus, que o jogador Alemão se chama Reinhard! Daí se conclui que só pode ter desejos de dominar todo o universo conhecido!