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16.7.14

Central Comics Fest 2014

Central Comics Fest
Evento

 

Assim nos encontramos. Podres, mortos, essencialmente a necessitar de férias. Portanto, aqui a vossa locutora consegue - por portas e travessas - obter dois dias de férias. Woohoo! Por isso, vamos aproveitar que há um evento de anime e vamos ao PORTO!!!

Assim começo este relato, que não será só do evento mas sim da aventura dos Dois Cabeleiras do Apó-Calipso na cidade invicta, ou algo assim. São eles, os dos cabelos maviosos: eu (doravante conhecida por eu) e o namoradim (doravante conhecido como Zi). Vamos começar a viagem? 

Quem apenas quiser saber o que se passou no evento de anime, que salte para Sábado (Ctrl+F Sábado). ;)

Quinta Feira: Viagem para Terras Distantes e Ambientação

Na verdade, tudo começou antes, como a marcação da viagem e do hostel. Como fomos em modo altas poupanças, decidi comprar os bilhetes com cinco dias de antecedência, para obter o fantástico desconto de 40% da CP. No entanto, houve problemas, pois o bilhete que eu queria esgotou-se nos momentos em que eu não consegui lidar com o site da CP. Mas enfim, às onze e meia de quinta feira estamos a bordo de um InterCidades, carregados de tralha. Tralha essa: malas, a minha com mais cosplays do que roupa, uma espada e a boneca (doravante conhecida como A Gaja). Ora, a Gaja é enorme, tem um metro de altura. Além de ser horrorosa, claro. Chamo-lhe assim porque ela não tem nome e não é minha, portanto não tenho direitos para lhe dar um nome.

Chegamos, carregando todos esses objectos volumosos, para não encontrar no hostel. Estava bem escondido, mas revelou-se bastante agradável. Para começar, era baratíssimo. Depois, tínhamos um quarto com uma cama aceitável só para nós, sem ter de o partilhar com outros malucos, jovens, turistas ou seres desse género. Tinha cozinha e pratos e talheres. Estes eram um pouco badalhocos, mas eu acho que é porque os outros residentes, os estrangeiros, não devem saber como é que se lava um prato. Tinhamos sempre de lavar a loiça antes de a usar, porque mesmo quando já estava a secar no lavatório ainda tinha manchas e gordura e coisas. Ew. O quarto tinha casa de banho, mas poderiam ter colocado sabonete para lavar as mãos. Teria sido bom. Finalmente, havia um espaço exterior com mesas, cadeiras e estendais, onde podíamos estar a esfumar-nos, a tomar o pequeno almoço ou a beber sângria, mesmo à porta da nossa janela. Hostel para voltar, porque se estava lá mesmo bem!

Pousamos objectos. Lanchamos, havia fomes (eu tinha levado uma salada de feijão frade e atum para comer no comboio, mas já era hora de ter fome). E vamos turistar um pouco!

Primeira paragem: Casa da Música. É realmente um edifício estranho, parece uma casa de pernas para o ar. Entrámos e não havia nada para ver, para além de uma loja de souvenires (que até tinha umas t-shirts engraçadas). Pensávamos que tinha exposições ou algo do género, mas aparentemente é apenas um lugar onde dão concertos, à moda de Coliseu ou outro espaço do mesmo tipo. Por dentro, a arquitectura é certamente original e bizarra, mas não nos deixaram ver mais nada, insistindo que tínhamos de ir com guia, que não estava disponível àquela hora. Pelo menos para nós, pois estava lá um grupo de estrangeiros com o guia. Note-se que a Casa da Música deve ter sido feita tendo em mente a comunidade skater, pois estavam lá imensos. Parecia o Terreiro do Paço, mas com menos freaks a fumá-las.

 Estranho por fora

 Estranho por dentro

Depois, vimos um Parque Redondo, cujo nome não recordo (mouzinho?), e que tinha uma estátua no meio com um leão em cima de uma águia. Isto é, temos no Porto uma estátua que revela a primazia e superioridade do Sporting sobre o Benfica, o que é altamente simbólico. Sim, eu sei que a estátua é a homenagear os combatentes da grande guerra, mas a minha versão futebolística é muito mais gira!

 Havia lá uma espécie de parque de diversões, onde estava o Chiquinho, na foto acima

 
É pra glorificar di pé!

Consultando o guia da American Express que roubei à minha irmã, decidimos ir ao Jardim Botânico. Dizia que fechava às oito, portanto ainda teríamos tempo. Andámos até ao infinito, passando por vários locais que vinham apontados no guia. Achei curioso o Mercado do Bom Sucesso: no guia dizia que era um lugar para comprar vegetais e fruta fresca, mas visto de fora parecia tudo menos um mercado. Parecia sim um lugar para comprar vegetais e fruta com assinatura de chefs michelin. Esta era uma zona com muitos hotéis de muitas estrelas e grandes casas. Também zona de faculdades. Até encontrámos um sítio cheio de estudantes! Estranhávamos nunca mais chegar ao jardim, até que perguntámos a dois freaks que estavam a arranjar uma bicicleta e eles nos disseram que era mesmo ali, mas que fechava às cinco. Era verdade. Por isso, entrámos por um jardim adentro, que aparentava ser de uma faculdade, e estivemos sentados na relva até ao momento em que um bicho enorme me caiu em cima. 

Regressei com a única parte da perna que estava à mostra (o espacinho entre a legge e a meia) picado até mais não.

Por sorte havia um Minipreço mesmo ao pé do Hostel. Comprámos alimento (esparguete à bolonhesa de pacote) e terminámos a noite vendo uma série fascinante, sobre a qual escreverei em outra ocasião.

Sexta-Feira: Tarde Muito Bem Passada

Acordo eu, em pânico, pensando "são três da tarde! Não vamos passear! A culpa é do Zi!". A luz entrava pela janela como uma cascata brilhante e insuportável, um calor tremendo. Fui ver o relógio: oito e meia. Coitadinho do Zi, afinal tinha razão em dormir...

Tinha escolhido este dia para ver a zona verde do guia, que era a dos Aliados e Clérigos. Mas não vimos a Torre dos Clérigos. Afinal de contas, é apenas uma coisa bicuda. Gosto mais de coisas redondas ou espalmadas. Fica para a próxima.

Começamos subindo e descendo ruas, observando uma série de edifícios muito interessantes. É que no Porto é tudo antigo e, sobretudo, é tudo cinzento. O resultado é algo de muito pitoresco, como uma cidade de feiticeiros.

 Observe-se por exemplo este senhor com seis pernas e quatro braços

A primeira paragem é a Livraria Lello. Não deixam tirar fotografias (o Zi sabia que iria conseguir, mas não tirou), o que é uma pena porque a coisa é linda de morrer. Para começar, são livros até ao tecto. Os mais próximos do tecto não estão à venda, é só colecção de coisas antigas, mas o efeito é espectacular. No entro há uma escadaria enorme e estranha, toda ondulante, vermelha. Os degraus não são muito ergonómicos, ia dando um trambolhão, mas é uma sensação cintilante subir aquela escada. Chegados lá acima não havia assim tantas coisas para ver... Aliás, os livros da livraria eram muito estranhos. Tinham muitos, até demasiados, livros velhos e em mau estado, a preços que não eram nada simpáticos. Os livros normais tinham preços normais e havia uma quantidade espectacular de guias turísticos. Comprei como souvenir desta viagem um livro do Saramago, chamado "Pequenas Memórias". Porque foi uma viagem para fazer pequenas memórias. :)

Os Dois Cabeleiras do Após-Calipso encontram-se perdidos por ruas e travessas, confundindo um hospital de arquitectura acastanhada com um museu, andando em sentidos opostos e perguntando a velhotes o caminho correcto. A verdade é que toda a gente nesta cidade é extremamente simpática... Mas há quem não concorde, como veremos a seguir! Ouçamos um som recorrente enquanto os Cabeleiras encontram o caminho certo:





Dançando e cantando como os Pingus que somos, entramos no Palácio de Cristal. Explorámo-lo convenientemente e é perfeitamente lindíssimo. Os jardins são enormes, com muitas coisas diferentes para ver, com estátuas e desenhos clássicos por todo o lado. Sentámos num banco de pedra a ver a vista através de umas árvores e a ouvir som e estava-se mesmo muito, muito, muito bem. Aliás, tão bem se estava que havia gente a dormir encostado aos muros, gente a apanhar sol e gente a apanhar sombra por todo o jardim. Até chungaria havia, mas era chungaria pacífica (aparentemente). Havia animais de jardim e eu raptei um pavão bebé. Arrependi-me logo a seguir, espero que ele tenha encontrado o caminho de volta. ;__; Isto é, eu só agarrei nele para ver se era fofinho ou não, depois pu-lo ao pé dos manos, mas ele pareceu um bocado baralhado sem saber onde estava. Será essa a sensação de se ser abduzido por um ser que está num plano superior? ;__;



Começando a entardecer, vamos para o Marquês (não o de Pombal), onde está um jardinzinho com um coreto. Lá, vamos encontrar a Ana, uma amiga do tempo da faculdade (que foi há bué, ya) que está a estudar música antiga no Porto. Ela vai levar-nos a um tasco onde o pessoal da música se reúne e onde há francesinhas vegetarianas. Sim. É verdade.

Pela primeira vez na minha vida vou comer uma francesinha
Não há foto.
Foi um momento de prazer extremamente privado.

E digo-vos: é simplesmente maravilhoso. Soube-me a divino. Há secularidades que não comia algo tão bom. Ainda me apetece comer outra. Que peça de culinária absolutamente encantadora! Um pouco picante, mas passou rápido. Fiquei fã! E quem diz que é uma imitação de um croque monsieur não percebe nada de comida e de sabores!!

Sábado: Central Comics Fest

Acordar. Acordar cedo. Acordar cedo a um Sábado. Quando se está de férias. A tortura. O horror. 

Mas conseguimos.

Empacoto dois terços do conteúdo da minha mala num saco do ikea e preparamo-nos para transportar a Gaja. São poucas estações de metro e um bocadinho a pé, mas ainda assim a Gaja é uma mal-jeitosa. Falando no metro, já alguma vez comentei o quão estranho acho o metro do Porto? Acho estranhíssimo haver uma série de linhas que vão todas para os mesmos sítios. É certo que assim há mais metros, mas parece-me um pouco, digamos... Redundante? E parece ser tão fácil entrar sem pagar, em nenhuma viagem vi um pica e aquilo não tem cancelas, é tudo à la gardere! Mas não se preocupem, eu sou uma pessoa cumpridora e obriguei o Zi a ser cumpridor também, portanto lá pagámos um euro e vinte por viagem sem gritar muito. Sugestão para o futuro: fazerem os passes para turistas, como há nos outros países. O passe 24 não compensa, mas um passe com 10 viagens já tornava tudo mais fácil.

No dia anterior, tinha recebido confirmação de que a minha inscrição para o Eurocosplay tinha sido recebida e que eu não pagava. Mas o meu sidekick (gostei do nome) teria de pagar entrada, que seria muito barata. Por isso, espantei-me por ser quatro euros. Quatro euros é barato, mas não é muito barato. Até é um preço bastante normal para evento...

Pousamos tudo no backstage e damos uma pequena volta. Este ano o espaço era bem menor: apenas o corredor central e o auditório pequeno estavam disponíveis. Para mais, os corredores de ligação estavam fechados com gradeamento, pelo que para ir à casa de banho tinha de se dar uma volta que nem todas as bexigas aguentam. Graçadeuz eu podia ir à do backstage. De ambos os lados estavam lojas, stands profissionais, que não variavam muito dos outros anos. Como compra, obtive apenas um phone-strap, com uma Sailor Júpiter (personagem que, como sabem, mantenho uma certa ligação). Fiquei com pena de não haver bancas de artistas (que são bons artistas) e acho que podiam ter remetido as cartas àquele cantinho habitual, que estava tornado num espaço de vácuo com pessoas sentadas. Como tinha visto no programa que as coisas interessantes só iam começar pelas três da tarde, fomos dar um passeio.


A Zona Ribeirinha é bem bonitinha, com seu rio e suas pontes. Ficámos a apanhar sol debaixo da ponte maior, até que vimos um grupo de estrangeiros a atirar-se de lá de cima para dentro de água, todos contentes. Os restaurantes, onde até já comi, são bastante turísticos e os feirantes e músicos de rua também. Não estou no direito de criticar, pois nós também temos a mesma treta no Chiado e na Baixa e pela cidade inteira. Entrámos numa casa com Ruínas, que a minha mãe depois disse ser a alfândega do antigamente.

 Barquinho e pontinha chap-chap rio :)

Tomámos café na esplanada do Hard Club, onde me cobraram um preço absolutamente abusivo. Em revolta, coloquei o meu cosplay, deixei a Gaja toda preparada para entrar em palco (isto é, vestida com outro cosplay) e fui ter com o Zi para bebermos umas jolas. A jola, a dita, era vendida dentro do recinto a dois euros o copo maior, fresquinha, deliciosa. Digamos que com o cosplay de Utena, manga comprida com forro, estava morrendo de calor, suando em fio, derretendo e desfazendo-me, falecendo, enfim. 

Duas jolas depois chegaram as três e meia, hora em que deveríamos estar no backstage para fazer a avaliação. No ano passado fizeram-na depois do concurso, em que já estava toda a gente exausta e sem paciência para conversar, pelo que este ano fizeram ao contrário. É assim que costuma ser e, em minha opinião, é a melhor opção. Mas... A demora! Eu acho que o júri faz muito bem em ver tudo linha por linha, a ver como foi feito e como está, mas éramos tantos... Não costumamos ser tantos! Éramos tantos que o concurso propriamente dito atrasou imenso! A júri das costuras ainda não tinha falado comigo quando nos pediram para começar. Falaria comigo depois. Entretanto, já o outro rapaz jurado tinha gozado com os meus calções da SportZone (eu explico o porquê no Cosplay Portfolio, que será actualizado com este evento a seu tempo ;)). Em compensação, o júri francês pareceu gostar imenso da minha espada! =D Fiquei bem contente. ^____^ E das minhas jóias também. =D Acabei por não falar com a moça das costuras, porque quando acabou a performance tirei logo o fato. Estava mesmo morta de calor. Depois disse-lhe "está tudo igual ao do ano passado, incluindo os defeitos, os acabamentos estão horríveis, não é preciso ver porque não vou ganhar nem que nasçam crocodilos com penas". Não exactamente por estas palavras, mas esse é o meu verdadeiro sentimento. E realmente... Ganhar... Se eu fosse a estas cenas para ganhar, saia de lá sempre a chorar! Vou para fazer scenas! :3

E então, qual foi a scena que fiz? Desta vez decidi explorar um pouco da sexualidade da Utena, pegando no tema do transformismo. Usei uma música do Chico Buarque, cantada por uma nova amiga, Carolina Bermejo, com uma edição por trás... Usei a Gaja como prop e representação de... Bem, é melhor actualizar mesmo o Portfolio com as explicações. Parece-me que esta performance foi bem recebida, as pessoas estavam concentradas e palminhas se seguiram. Disseram-me depois, várias pessoas, que gostaram muito, que estava a dizer poesia. Eu não, o Chico estava ;)

Só soube mais tarde a classificação final. Ficou em primeiro lugar a Dark Lady de Sailor Moon, que era exactamente o que eu esperava (parabéns! =D) e em segundo a Alice de Pandora Hearts, que tinha um prop bem giro. Não creio que houvesse fato pior que o meu, portanto estão todos de parabéns! :3

Mais tarde fui dar uma palavrinha aos jurados, mais para pedir desculpa por me ter desequipado sem a revisão final, e contaram-me os apontamentos que tinham feito sobre o meu sukito. Aparentemente foi apreciado, o que me deixa feliz, mas mesmo assim requer explicações, que não tive tempo de dar. Mas para isso serve a net, e já as darei (em breve, quando tive o vagar) :3

Ora bem, isto de participar nos concursos é loko e tal, mas acabamos por não ver nada do evento. Ainda bem que eu tenho um Zi para ser os meus olhos em outros lugares! Segundo o que ele contou, viu três Curtas-Metragens, que eram bem giras. Acho isto das curtas metragens uma adição muito interessante a um evento de cultura pop, portanto espero que voltem a repetir e que dessa vez eu consiga ver. :) Depois disso, houve um Quizz, que o Zi classificou como demasiado fácil. E depois fomos nós.

Gostava de ver os sukitos de toda a gente para fazer os meus comentários fedorentos, mas não sei se será possível.

Estávamos com uma certa pressa de voltar, não fosse o Minipreço fechar, mas ainda tivémos tempo de tirar umas pouquinhas fotos. Seguem-se elas!



 "Tira foto à miúda do basket!"




 "Tira aí foto ao Aladino!"






Terminou-se a noite com o jogo do Mundial, Brasil x Holanda, e um filme. Vimos o jogo na companhia de um brasileiro com um sotaque cerrado e difícil de compreender, mas foi divertido. Pena que perderam, isso é triste... Ah! Já falei sobre a senhora do hostel? É que o brasileiro e ela estavam a ter um debate quando chegámos à sala comum. A senhora era absolutamente hilariante. Uma velhota com o sotaque característico, sempre contando histórias e dizendo coisas engraçadas. Por exemplo, discutindo com um grupo de estrangeiros: "Vão ficar mais noites? Mais nights? Mai naites?" E assim por diante. :p

Domingo: Bai-Bai

Mais uma vez, custa a acordar de manhã. Mas tem mesmo de ser! Porque fiquei mais dez minutos a ronhar e a rebolar na cama sem me levantar, tivemos de dar uma corrida olímpica (carregados com as malas e a Gaja) para conseguir apanhar o comboio! Desta vez foi alfa-pendular. 

Adormeci logo e assim me mantive durante metade da viagem. 

Depois cheguei a casa e escrevi esta missiva.


Até para o ano Porto... Ou ainda antes disso! Porque vai mesmo haver Comic Con em Dezembro! É o que dizem... E eu acredito! Ansiosa por voltar, foram umas férias mesmo buenas! =D


Deixo-vos com outra música recorrente, desta feita uma música extremamente bonita e simbólica. Hasta!


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