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26.5.13

The Fairy Queen em Tibães

The Fairy Queen em Tibães
Henry Purcell
Ópera/Happening

Como poucos de vós saberão, estive no Porto este fim-de-semana, a propósito de uma pós-graduação. Voltarei todos os meses para ela, mas só neste é que pude ter esta experiência única, que foi o "happening" da Fairy Queen. Como é que eu vim aqui parar?

Pois que uma amiga minha, a Ana, está a viver no Porto. Conhecemo-nos no curso que ela, e muito bem, deixou para trás em detrimento de uma Licenciatura em Música Antiga. Claro que assim que confirmei que podia fazer a minha formação a contactei para nos encontrarmos e beber uns copos. Ao que ela diz que posso ficar na casa dela! Mas um senão: ela tem um espectáculo em Braga e só regressa à meia-noite. A solução foi infiltrar-me no autocarro dos artistas e assistir ao espectáculo! E lá fui eu! Inesperadamente, um autocarro cheio de músicos e cantores não vai a cantar...

Enquanto ensaiavam, tomei alguns momentos para explorar Tibães, que é um mosteiro recuperado e tornado em sala de exposições e espectáculos. Nas paredes e salas estavam expostos alguns quadros, modernos e muito antigos também, e algumas instalações um pouco precárias, realizadas por alunos do oitavo ano (não se podia esperar muito, né?) Ficam aqui algumas fotografias que tirei com o telemóvel. Esqueci-me da máquina fotográfica apesar das insistências em que eu a levasse, por isso comecei a apagar coisas que estavam a ocupar a memória para poder tirar estas fotografias. Não ficaram nada de especial, como já vem sendo hábito.








Mas bem, passo a descrever o que foi exactamente este "happening". Obtive o meu bilhete a metade do preço original, porque a Ana me forneceu um convite. O preço original era - espantem-se - seis euros. Eu paguei três. Pela qualidade do espectáculo é surpreendentemente barato.

Levaram-nos para um salão no rés-do-chão onde um cantor nos disse para colocar-mos umas saias brancas e pretas de plástico que estavam no chão (eu não consegui nenhuma, depois vim a ver que metade dos cantores as roubaram para eles...) e ensinou-nos a dançar a shacona. Shacone, aliás. Ou lá como se escreve. É uma dança barroca e é uma seca. Um músico veio dançar comigo para eu aprender, mas eu não queria dançar com ele, nem manter contacto visual com ele, nem dar-lhe a mão, mas foi simpático. Este workshop foi para que, no fim, dançássemos com eles. Também nos ensinaram uma música, mas ninguém conseguiu apanhar nem a letra nem a melodia.

Depois deram-nos comida e vinho do Porto.

Quentinhos, seguimos para a Sala do Capítulo (na primeira foto) onde músicas barrocas se processaram. Estava lá um bebé pequenino que ficou impressionadíssimo quando a orquestra começou a tocar, com os olhos muito abertos. Palrava sempre que mudavam de andamento, devia querer cantar. Entretanto, ouvimos um homem aos gritos no corredor. "Mas que é esta m...." pensei eu. Mas afinal era um actor! Ele e mais outros três iriam fazer a peça do Sonho de uma Noite de Verão. Eram três brasileiros, que estavam todos bastante bem, e uma Portuguesa, que não estava assim tão bem. Depois os cantores cantaram e eu não gostei muito da parte do bêbado. Disseram-me depois (que depois fui jantar com eles e beber umas superbockes) que ele estava nervoso, o que se compreende, mas o que eu não gostei realmente foi do timbre de voz dele.

Passamos para o exterior, para a fonte que vos mostrei, onde nos pediram para por umas máscaras douradas. Aqui estou eu com a minha:


Mas enfim, dirigimo-nos todos pelo meio da floresta, a ouvir os passarinhos a cantar e de repente... ESTAMOS AQUI!

Ok, esta foto não transmite a beleza deste sítio. Era um lago enorme, ladeado por cantores vestidos de fada e flautistas que também eram fadas mas tinham asas de anjo. A figura dourada que vêm na foto era a Rainha Titânia, com uma actriz que estava ali a mexer-se. Desenvolve-se a peça (Oberão dizendo "zut zut zut" como marca) e passamos outra vez para o meio da floresta. Disseram-me que se isto tivesse sido à noite teria tido um efeito de luz espectacular, mas era de dia, o que também foi um passeio muito bonito.

A cena passou para um espaço em cimento muito grande, com a orquestra numa varanda e a cena a passar-se entre o chão e uma janela. Hilariante, por sinal, se bem que pouco exacta em relação à peça original (que eu já ensaiei uma vez. Ou tentei, tentámos, não correu muito bem...) Depois os cantores começam a cantar e cantam muito. Aqui está um dos momentos:

Depois escureceu e apareceram vários cantores que eram o Sol e as Estações do ano. Quando as estações mudavam tinhamos que mudar as luzes com várias cores (deram-nos uma lanterna ao início), azul e vermelha e amarela e verde. E então eu estava à espera que aparecesse uma pessoa Lua, porque faltava. Então o Oberão diz

"Olhem para trás"

E lá estava.

A Lua. Cheia. Enorme. No céu, atrás das árvores.

Foi um momento lindíssimo, que eu queria ter partilhado muito.

Demos todos as mãos e fomos para outro jardim, com uma fonte, onde foram as músicas finais e a dança. Eu escondi-me para não ter de dançar com pessoas desconhecidas outra vez, por isso vi tudo de costas. Mas as roupas que eles usavam estavam muito engraçadas, pareciam todas recicladas.

No final ainda havia jantar, mas eu fui ajudar a Ana e os colegas a arrumar os instrumentos pelo que, quando chegámos, já só havia côdeas e queijo.

Mas foi uma experiência linda. Quero voltar a este sítio, desta feita acompanhada. E tenho pena que a minha pessoa não estivesse lá.

Se bem que imaginar-nos a dançar danças barrocas seja um pouco ridículo. Haha.





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