Memórias de Sherlock Holmes III
Sir Arthur Conan Doyle
Histórias Curtas
1894
Esta edição compila as Memórias de Sherlock Holmes em vários volumes. O terceiro, que li hoje, compreende três histórias muito curtas: O Intérprete Grego, O Ritual de Musgrave e O Escriturário da Corretagem.
Eu li muito pouco do universo Sherlockiano, resumindo-se a minha experiência a três romances: O Cão dos Baskervilles, Um Estudo em Vermelho e O Signo dos Quatro. Recordo que não gostei muito deles, não podendo colocar o dedo na ferida para saber porquê.
Depois de ler estes três pequenos contos acho que consigo perceber melhor o porquê de eu não gostar muito. A escrita, apesar de antiquada (devemos lembrar-nos sempre que isto foi concebido no século XIX), é fluída e cativante. No entanto há um excesso de descrições. Ora, faz algum sentido que uma pessoa que está absolutamente perturbada por ter sido raptada se lembre com perfeita exactidão do mobiliário da sala onde a ameaçaram? Parece-me que as informações dadas pelos clientes são demasiado completas e, por isso, demasiado convenientes para a dedução de Sherlock Holmes.
É claro que as resoluções dos casos são sempre imprevisíveis, mas parece-me também que são um pouco impossíveis de mais. Não seria imensamente mais provável que estivessem simplesmente a tentar ludibriar o escriturário em vez de lhe estarem a roubar a identidade para assaltar uma bolsa de valores?
A caracterização dos personagens ganha apenas um pouco com estas três histórias curtas. No total da obra calculo que os personagens estejam perfeitamente representados. Segundo a página da Wikipedia, assim o é.
Bem, foi bom para entreter durante duas viagens de autocarro e uma de metro.
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