The Prophet
Roger Allers & Gaëtan Brizzi
Filme
2014
7 em 10
Livremente inspirado no livro do mesmo nome do filósofo libanês Kahlil Gibran, este filme é uma viagem intensa e filosófica sobre os significados de vários elementos da vida e, sobretudo, do amor.
Disfarçado de uma aventura, este filme cita-nos o livro. Tudo começa quando uma menina que não fala (recusa-se a falar ou, simplesmente, não consegue), conhece um poeta que está preso numa casa há sete anos. No mesmo dia, aparece um soldado que tenciona levá-lo a um barco que chegou para levar o poeta ao seu país de origem. Mas, à medida que vão descendo para a cidade, ficamos a saber as razões pelas quais este poeta está preso: as suas palavras sábias inflamam as pessoas, que o tomam como um profeta. E isso vai contra os ensinamentos políticos do regime que regula este país. E, assim, começa também a aventura para salvar este poeta.
As sequências dos poemas são das coisas mais belas que pude ver ultimamente. Os textos são muito poderosos e, associados à imagética sugerida pelo filme, tomam todo um novo significado. No entanto, alguns dos textos foram musicados com uma tonalidade pop que não se enquadra com o resto do filme, trazendo uma leveza inapropriada.
Para mais, pareceu-me que o filme peca pela falta de ritmo. Enquanto se processa a narrativa base, pareceu-me que muitas vezes os momentos artísticos a interrompem, quebrando com todo o processo. Assim, o filme acaba por se tornar um pouco maçudo. Depois, quando a menina finalmente fala, há uma outra quebra, pois os seus diálogos são demasiado rápidos para que faça sentido com a caracterização da personagem até ali.
No entanto, vale a pena ver este filme pelos momentos de poesia, que são muito intensos, inspiradores e uma experiência quase metafísica.
Sem comentários:
Enviar um comentário