Bird Box
Susanne Bier
2018
Filme
5 em 10
Tinham-me falado imenso deste filme. Diziam que era aterrorizante, ameaçador, provocador para o pensamento. Então eu comecei a ter pesadelos em que via o filme e este consistia em algo como "se olharem uns para os outros começam a crescer-vos olhos gigantes por toda a cabeça e explodem". O que é de sobremaneira pavoroso quando se está a sonhar.
O filme não é bem assim. O que me causa grande pena, porque o meu sonho era bastante mais emocionante.
Um bicho/doença/demo/coisa misterioso aparece no mundo. Quando as pessoas olham para ele têm a irresistível vontade de se matar, por puro terror ou pura felicidade. Há quem diga que o bicho é lindo e, por isso, todos têm de olhar para ele. Há quem tente sobreviver. E Sandra Bullock, mais uma vez, tem que ser forte e não-emocional para poder sobreviver, agora acompanhada por duas crianças e uns passarinhos digitais (as únicas criaturas que podem prever o aparecimento do bicho). Fará tudo isso de olhos vendados.
Apesar de a história ser interessante e um pouco desafiante (como sobreviver sem ver), aparece um pouco repetitiva considerando o tratamento do tema por escritores e filmógrafos do passado. A actriz faz um papel medíocre e não transforma a sua personagem numa figura identificável e amada pelo espectador, pelo que os acontecimentos são mais ou menos indiferentes a quem vê.
No fundo, é ver quem morre quando e porquê, tal qual um slasher movie dos antigos. As personagens são todas descartáveis e as suas mortes diversas tornam-se mais engraçadas do que assustadoras ou comoventes.
Fica a nota para a longevidade dos passarinhos digitais, que vão à água, apanham humidade, apanham calor e frio e nem por isso morrem. Extraordinário.
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