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16.6.13

A Culpa é das Estrelas

A Culpa é das Estrelas
John Green
2012
Romance

Muito bem, este livro tem uma história deveras estranha. Comprei-o para oferecer à minha irmã no seu aniversário. A capa é muito gira, o título é muito giro, a sinopse parecia muito gira. E ela estava a lê-lo quando fomos a Paris. Chegamos ao aeroporto para voltar e eu termino, precisamente nesse momento, de ler o livro que tinha levado (o segundo volume de 1Q84). Assim, pedi-lho emprestado. E descobri que era sobre putos com cancro. Oh, mas que prenda tão bonita para se dar a uma irmã no seu aniversário... -__- Tão positiva! Tão alegre! Enfim, no avião ela pediu-mo de volta e só agora voltei a ele. Ainda tinha o marcador no mesmo sítio, por isso peguei daí.

Como eu dizia, o livro é sobre miúdos com cancro. Hazel tem um cancro endócrino que lhe enche os pulmões com edema. Augustus tinha um tumor ósseo que lhe levou a perna. Juntam-se numa aventura de conhecer um escritor que vive na Holanda, que escreveu um livro sobre uma miúda com leucemia. E depois muitas coisas acontecem mas não vou fazer como certa irmã que eu tenho que me contou o que ia acontecer.

O interessante deste livro é a narradora, uma adolescente que é pessimista e sobre-analista em relação a tudo. Pelo facto de estar, tipo, a morrer (citando o livro). Nunca tinha lido um livro em que uma personagem que ainda tem a vida toda para viver sabe que, bem, está a morrer. E que vai morrer de certeza, porque está doente e nunca se vai curar, porque um tumor hipofisário não dá para tirar. É a forma como ela enfrenta o inevitável que impressiona neste livro: vivendo o que lhe resta.

A história é só o típico de adolescentes mas, como eles próprios o dizem, estarem doentes dá-lhes outra dimensão. E a verdade é que todos os dias morrem crianças com estas doenças e não há nada que possamos fazer. O cancro é uma coisa que me assusta. Porque estudei sobre ele que me fartei, porque debati sobre ele academicamente. Porque um membro da família teve um e morreu. Porque outro membro da família teve um e sobreviveu. Porque é provável que eu venha a ter um se continuar a fumar, a comer carne bem passada e a viver com ansiedade. Por isso este livro perturbou-me e tocou-me de uma forma muito profunda. Confesso que estava quase a chorar quando me interromperam a leitura naquela parte na casa da Anne Frank. O cancro nunca é uma história que acaba bem. Mesmo quando está em remissão, há sempre algo que se perde. E normalmente é o que é mais importante para nós, algo que nunca daríamos pela falta se não o perdêssemos.

A exactidão científica do livro é duvidosa, mas aceitemos que nem todos tiveram seminários sobre cancro com o maior especialista vivo sobre o cancro em animais de companhia (e foi grátis, ganhei por ter ido a uma aula de HACCP a que toda a gente faltou. Sim, estou a exibir-me!!!!11)

Mas acho que devo um pedido de desculpas à minha irmã. Porque o livro é mesmo muito depressivo e não era esse tipo de sentimento que eu queria transmitir com uma prenda de anos.

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