Em Busca do Tempo Perdido 4 - Sodoma e Gomorra
Marcel Proust
1921
Romance
Lá continuo eu em busca do tempo perdido. Ainda não o encontrei. Mas terminei o quarto volume do conjunto, que apreciei muito.
Após a morte de sua avó, que continua a ter repercussões na vida do narrador, este envolve-se num outro tipo de sociedade para além das dos Guermantes. Ao viajar, de novo, para a cidade veraneante de Balbec, encontra-se nas festas, encontros e reuniões de outras famílias, nomeadamente os Verdurin e os Cambremer. Mais uma vez, o narrador demora-se longamente a observar estas pessoas que são, de todos os modos, mil vezes mais interessantes que os Guermantes (que não davam uma para a caixa).
Mas, neste livro, o autor começa a explorar um outro assunto que, suponho, era muito pouco tratado na época: a homossexualidade. O narrador vive num pânico constante que Albertina, a sua amada, se envolva tanto com homens como mulheres, sendo que relata alguns momentos em que desconfia que ela pertença à "tribo de Gomorra". Aparece também um novo personagem, o Barão de Charlus, que é abertamente homossexual. O narrador descreve, então, os seus hábitos e maneirismos, de forma a caracterizar, de certa forma, toda esta população.
No entanto, não o faz de forma crítica ou rude. Como sempre, o nosso narrador é puramente um observador e não forma opinião sobre nada em especial. Ele apenas relata as coisas que acontecem e a forma como algumas delas o atingem emocionalmente, mesmo que isso acabe por - no final - não causar qualquer tipo de contratempo no seu convívio com a sociedade (da qual, volto a insistir, ele parece não gostar assim tanto).
Agora estou ansiosa pelo próximo volume onde, suponho, o narrador começará a envolver-se realmente com Albertina e haverá algum tipo de união, relação, ou algo do género. Se bem que posso chegar ao volume 5 e nada disso acontecer, claro. Proust não é tão evidente como poderíamos pensar.
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