E AGORA PARA UMA COISA COMPLETAMENTE DIFERENTE.
Eu até hoje escrevi quatro fanfictions. Duas foram fanfictions para uma das minhas histórias (o que não faz grande sentido, porque fui eu que as escrevi) e falavam da relação entre Yakul e Altayr, que são gajos bastante sensuais. Outra foi uma fanfiction para Absolute Obedience e pode ser encontrada aqui: http://ladylouve.deviantart.com/gallery/?q=whip#/d1bxs3x E a outra...
Bem, eu não escrevo fanfictions, como podem ver. Também não as leio. Não gosto, no me gusta, je n'aime pas. Eu acredito que devemos criar os nossos próprios personagens. Mas, como bem sabem, eu sou uma hipócrita. Nunca faço nada do que digo. Por isso tenho estado a trabalhar numa fanfiction. Há cerca de 7-8 anos que estou a trabalhar nela, talvez mais. É uma fanfiction de
Yu-gi-Oh e, motivada por uma pergunta da Catarina Brás (Cat-sama no deviantart a quem quiser ver seus cosuperes), vou revelar aqui, neste mesmo blog sobre coisas que faço quando não estudo, vou revelar aqui os trâmites gerais deste épico das fanfictions. Vocês decidem se a escrevo em definitivo.
Preparados? Sigam o coração das cartas.
Esta história é à volta da vida de Seto Kaiba e passa-se cerca de 20 a 30 anos depois da série televisiva. Muitas coisas aconteceram, mas o essencial é que Kaiba voltou a dominar a sociedade da Kaiba Corps e se tornou no seu maior accionista e CEO. A Kaiba Corporation evoluiu, tal como todas as empresas, e apesar de ainda se dedicar às cartas, tornou-se na mais influente empresa no mundo dos jogos e brinquedos, com diversas fábricas a operar por todo o Japão e, pontualmente, na China e Brasil. Kaiba, é portanto, um magnata do reino do entretenimento digital. Por puro passatempo, além das suas funções na direcção da empresa, desenha as novas cartas Yu-gi-Oh, das quais a Kaiba Corps detem a totalidade das acções e que passou a produzir. Elas já não estão muito na moda e quase ninguém as joga, mas ainda se fazem edições comemorativas e o campeonato nacional mantém-se, com cada vez menos participantes. Seto Kaiba é um homem de muitos talentos. Descobriu ao longo dos anos que tem jeito para o desenho e para a música, pelo que adquiriu um piano para o seu escritório que lhe serve como método de relaxamento quando está demasiado cansado para pensar claramente. Seto Kaiba também descobriu que tem a lábia de um macho alfa e que qualquer mulher com quem fale poderá, em poucos minutos, ir parar à sua cama (ou à de um hotel luxuoso). Assim, passa grande parte do seu tempo a trabalhar e a fazer uso dos seus olhos azuis em bares da cidade onde está sediada a sua empresa e de Tóquio. Ele vive numa penthouse no topo da sede, pelo que não tem de se deslocar para trabalhar. Ainda assim possui um par de carros de alta cilindrada que conduz raramente e a velocidade moderada. Seto Kaiba não é um homem de excessos. Raramente bebe mais que à conta, raramente gasta mais que à conta, raramente faz grandes loucuras. Fá-las quando está para isso, mas quase nunca está para isso porque, como workaholic inveterado, o trabalho é a sua maior preocupação. Não descura do seu aspecto, mas continua a preferir os longos casacos e as camisolas de gola alta.
Já Mokuba Kaiba se tornou num homem diferente. Para começar, cortou o cabelo. Isto é uma coisa muito importante. O puto ranhoso que estava sempre a ser raptado é agora o principal recurso da empresa para os aspectos legais. Não sem alguma dificuldade, porque tempos de estudante são sempre difíceis, concluiu o curso de Direito e dedica-se ao direito empresarial e administrativo, da perspectiva da empresa da qual é o segundo maior accionista. É tão simpático como era em criança, mas também descobriu que os olhos claros trazem muitas vantagens no que respeita à companhia feminina e usa (e abusa) dessa qualidade muito frequentemente. Quando não está a trabalhar pode ser encontrado no seu quarto (do lado oposto da penthouse, para não incomodar muito o irmão) a falar em redes sociais ou nas ruas de Tóquio a ver as vistas. Durante a noite devemos procurá-lo em clubes selectos do mais alto nível, acompanhado da sua cigarreira, do seu copo de vodka e, às vezes, de uns tracitos de farinha. É muito amigo do seu irmão e, agora que já é mais responsável e é raptado menos vezes, o seu braço direito para os negócios.
Marik Ishtar deixou-se de maldições. Após alguns anos como modelo, profissão onde as suas tatuagens fizeram furor, vive uma vida desafogada como consultor para agências de modelos por todo o mundo. Farta-se de viajar. Mantém o cabelo comprido, mas agora já não usa gel. Tem uma mente aberta para as relações e considera-se um "amante do amor", o que significa que todo o peixe graúdo que vier à rede deve ser comido. Alguns anos após as complicações decorrentes das suas alterações de personalidade, volta a encontrar Seto Kaiba numa festa e passam a manter contacto regular, tornando-se bons amigos. Há quem diga que até experimentaram umas coisas juntos, mas nenhum deles afirma nem desmente. Não pega nas cartas há anos.
Ichizu Ishtar trabalha como historiadora e académica, também viaja para dar conferências pelo mundo. Definitivamente teve algo com Seto Kaiba no passado, mas nenhum fala disso. Aliás, mal se falam. Mas dão-se bem e consideram a companhia um do outro agradável. Ainda joga Yu-gi-Oh de vez em quando, gosta de uma partidinha esporádica com amigas.
Joey e Mai agora estão casados e são pais de duas meninas, Uzuki e Kisaragi, de seis e dois anos respectivamente. Joey vive uma vida frustrada como salaryman numa empresa de transportes e Mai viu-se obrigada a tomar conta da casa. Encontram-se muitas vezes com os seus amigos da escola e consideram-se felizes, se bem que gostariam de ter mais dinheiro para tirar umas férias na Europa, ou pelo menos em Okinawa, sem as miúdas. Mai ainda pinta o cabelo. Joey já não, não lho permitem na empresa.
Téa nunca conseguiu poupar dinheiro para ir para a escola de dança na América. Ficou-se pelo Japão, onde dançou em bares, fez algum strip-tease e se meteu por maus caminhos. Não fosse Yugi, neste momento estaria numa valeta. Graças ao seu forte apoio e amizade, Téa manteve-se sempre ao de cima e foi capaz de reconstruir a sua vida. Neste momento é professora de dança numa escola de bairro. Não trocava a sua vida por quase nada, excepto talvez um marido que cuidasse dela e que a amasse. Voltou a encontrar Marik, pois era corista na noite em que ele foi àquele bar em Osaka, e por momentos pensou que talvez ele fosse o marido ideal. Mas depois ele foi-se embora, deixando uma sofisticada e delicada nota de despedida. Talvez ainda sinta qualquer coisa por ele.
Tristan foi para a marinha. Numa missão à Coreia do Sul acabou por ficar por lá e assentar. Nunca mais se soube nada dele, pelos vistos não valorizava os seus amigos assim tanto.
Bakura passou a sua adolescência assombrado pelos mistérios da esquizofrenia. Acabou por se suicidar aos 19 anos, enforcando-se com os atacadores dos sapatos presos no varão do cortinado do chuveiro. Todos os seus amigos, menos Seto Kaiba, foram ao funeral. Aparentemente o Kaiba mais velho estava numa importantíssima reunião com alguns dos accionistas da empresa.
Quanto a Yugi (e dos personagens antigos só há estes), bem... Ele era o personagem principal, mas isso não lhe valeu de muito. Herdou a loja do avô e durante algum tempo, enquanto a popularidade durou, deu aulas de cartas. Continua com o seu penteado excêntrico e a sua loja é agora um local para procurar relíquias e jogos em segunda mão. Como seria de esperar, gosta muito de Téa e está sempre lá para ela. Mas nunca foi capaz de lhe dizer que pode ser o homem que ela procurava por isso mantém-se na friendzone. Aliás, nunca saiu da friendzone de ninguém, mas eu penso que isso é devido aos cabelos. Ainda possui o puzzle e fala de vez em quando com Yami Yugi, cada vez mais esporadicamente. Joga às cartas consigo próprio, à falta de com quem jogar. O mundo de coleccionadores de jogos e de cartas conhece-o como o antigo campeão que ficou prisioneiro do tempo e nunca mais saiu dali. Não se sabe de maus hábitos que tenha, encontra-se com os antigos amigos frequentemente mas parece-lhe que eles se estão a afastar cada vez mais. Talvez seja porque agora têm famílias. Talvez seja porque acabam sempre a jogar às cartas.
Essencialmente foi isto o que aconteceu a esta gente durante este tempo todo. Agora que os conhecem, aqui estão as partes principais (porque há muitas, muitas mais) da história.
Numa festa de sociedade, Seto Kaiba conhece uma rapariga loira que trás um vestido vermelho de manga comprida, que se apresenta como Beatrice Mitsumoto. Aparentemente a sua avó era sueca e veio para o Japão pouco depois da guerra. Ela é de uma cidade no campo, mas está aqui a trabalhar num café para se afastar de uma família opressiva. Está na festa por um acaso, uma amiga sua tinha uns convites porque outra amiga lhos tinha dado. Bibi, sua alcunha, também se distingue das outras mulheres por outra razão peculiar: ela não faz a mínima ideia de quem é Seto Kaiba. Ela nunca ouviu falar das cartas, nem da Kaiba Corps, nem de nada de nada. Kaiba fica intrigado com isto e apetece-lhe descobrir mais sobre a ignorância da rapariga. Acaba por levá-la para casa, mas apercebe-se à medida que vai falando com ela, de que é dotada de uma simplicidade e alegria contagiantes e que, na presença dela, as suas ideias se tornam mais fáceis e claras. Quando, no dia seguinte, Mokuba lhe pergunta quem era a mulher de vestido vermelho que viu no elevador, Seto avisa-o para não se meter com ela. Após alguns meses de namoro em que Bibi praticamente se recusa a aceitar presentes, motoristas, estadias em hotéis e outras coisas úteis Seto pede-a em casamento. Contra todas as expectativas, ela recusa e refugia-se em casa da irmã, no meio do campo. Essa irmã convence-a a aceitar e acabam por se casar no registo civil, com a presença de apenas um jornalista que ia a passar por acaso e que foi convenientemente subornado para não revelar nada à imprensa. Este jornalista torna-se amigo da família Kaiba e, passado uns anos, torna-se director de um dos principais jornais do Japão. Desta forma todas as histórias escaldantes da família Kaiba passam a ser abafadas nos principais meios de comunicação e eles vivem uma vida livre de escândalos. Têm dois filhos, que passarei a apresentar.
Himino Kaiba é uma rapariga calada. Muito calada. Não tem amigos que se conheçam e é vítima de ofensas constantes na escola. Deixou de ir com motorista porque gozavam com ela e raramente é vista fora de casa. É a melhor aluna da escola, detentora de notas máximas em todos os assuntos. Em casa estuda. Só estuda. E joga cartas. Tem um conhecimento aprofundado sobre toda a história deste jogo e há vários anos que é a campeã incontestável em todos os campeonatos. Herdou os caracóis da mãe, apesar de castanhos como os do pai, mas nunca se arranja. Podia ser uma miúda bem bonita (também tem os olhos azuis!), mas quando não está com a farda escolar (de marinheira, azul escura quase preta) usa saias pelo meio da perna e camisas. Pelo menos gosta de roupas claras. É o orgulho do pai que, não muito secretamente, lhe vai dando trabalhos de casa para a preparar para herdar a função de CEO da Kaiba Corps. No seu baralho estão três cartas de fadas, criadas especialmente para o dia em que fez doze anos. Só existem três cartas destas no mundo.
Haru Kaiba é dois anos mais novo. Tem nome de menina porque os pais decidiram o nome antes de saberem o sexo do bebé. Foi um bebé irritante, que chorava muito e tinha muitas cólicas. Foi o inferno naquela penthouse até ele crescer um bocado. Como Himino tinha sido completamente diferente, Seto não estava preparado para exercer as funções de pai de um bebé e delegou todo esse assunto para Bibi. Foram momentos tensos lá em casa durante algum tempo, mas depois resolveu-se tudo. Graças a isto Bibi desenvolveu uma relação de amor materno fora do vulgar com o seu filho. Também é bom aluno, mas um pouco menos dedicado, por isso não consegue notas tão altas como as da irmã. Seto irrita-se com isto e exige cada vez mais dele, o que torna a sua relação muito frágil. Ao contrário de Himino, Haru é adorado pelos colegas e tem um vasto círculo de amigos. Joga futebol na equipa da escola e é a estrela para o público feminino. Haru Kaiba tem um cão, um akita inu que lhe foi oferecido pelo pai, no seu décimo aniversário. Seto não gosta muito de cães, mas era a coisa que o filho mais queria na vida e Bibi acabou por convencê-lo a fazer uma pesquisa pelo melhor dos criadores e a comprar o melhor dos cães. Haru pediu ao pai que baptizasse o cachorro. O cão chama-se Joey. Haru herdou tudo da mãe e é loiro de olhos azuis, um verdadeiro sueco. Também joga às cartas e, tal como a irmã, teve uma edição especial pelo décimo segundo aniversário. As suas três cartas especiais são cães.
Ora, acontece que, tinha Himino 16 anos e Haru 14, Bibi foi às compras (durante os anos ela acabou por se acostumar à ideia de ter fundos ilimitados). No caminho de ida para Tóquio a sua viatura viu-se envolvida num sério acidente com um camião que transportava mercadorias inflamáveis. Só a conseguiram identificar, a ela e ao motorista, pelos dentes.
Completamente perdido pela morte da esposa, Seto Kaiba envolve-se na bebida e torna-se praticamente num vegetal alcoólico. As suas funções como CEO estão reduzidas ao mínimo e a empresa passa por um mau bocado. Sabendo do estado do seu amigo, Marik Ishtar vem ao Japão visitá-lo e consegue, a muito custo, tirá-lo do estupor em quem se encontrava. Recuperado, Seto decide fazer não três cartas de edição especial, mas um baralho inteiro dedicado à memória da sua mulher. O tema são anjos e são editados dois baralhos, que passam a valer uma fortuna no seio dos coleccionadores. Um dos baralhos é colocado no cofre da empresa e o outro vai para a liberdade. Seto pensa como o colocar em liberdade e decide que isto é ocasião para revitalizar o jogo, que caiu em tanto desuso depois do seu apogeu. Começa a trabalhar afincadamente para melhorar a desactualizada tecnologia dos hologramas e decide lançar isto tudo num evento muito especial. Reunir as pessoas que competiram na maior das competições criadas pela Kaiba Corps, há 30 anos atrás, e colocá-las numa nova competição. O vencedor fica com o baralho e com um generoso prémio em dinheiro. Além disso, férias grátis para todos!
Assim, são localizados os antigos concorrentes. Yugi aceita imediatamente. Joey e Mai precisam de um sítio onde deixar as crianças, mas é logo avançado que elas também podem ir. Bakura não pode ir, por razões óbvias. Marik acha piada à coisa e faz-se acompanhar de Rishid Ishtar que, apesar de aguardar o nascimento do seu quarto filho, não é capaz de recusar a aliciante proposta de sair do Egipto por uns dias. Ichizu também acha piada à coisa e mete férias. Seto Kaiba só quer ver o espectáculo, por isso faltam dois concorrentes. Serão o campeão e vice-campeão actuais, respectivamente Himino e Haru Kaiba. O cão Joey também vai e Marik sugere, maliciosamente, recompor todos os factores e convidar Téa e Tristan. Ora, como ninguém sabe de Tristan, lá vai a Téa sozinha.
Entretanto, a Kaiba Corps decidiu dar uso à ilha privada onde tiveram as aventuras em criança e construir lá um hotel de luxo. Os utentes do hotel serão o público. Ainda assim, vão à mesma de zepelim para lá.
Depois desta parte da história, foco-me nas aventuras e desventuras de Himino e Haru. São muitas coisas por isso não as vou explicar todas. Joey (o cão) acaba por morrer com 14 anos de idade o que deixa todos com um enorme desgosto.
E é isto o épico da minha vida. Sou mesmo tótó, não sou?