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4.8.19

Auto dos Danados

Auto dos Danados
António Lobo Antunes
1985
Romance

Finalmente um livro de António Lobo Antunes que não fala da guerra nem do trauma da guerra nem das consequências da guerra.

Este livro é sobre uma família, uma herança e um funeral. É um relato da miséria emocional de todas estas pessoas, das suas traições e dos horrores que vivem, viveram e viverão. Cada capítulo dá voz a uma personagem desta família, sendo que se sucedem coisas terríveis que nos permitem descobrir cada vez mais e melhor o que realmente se passou com este avô e com estes tios.

Apesar de as situações inferirem um certo nojo pela vida, e de o autor voltar a manifestar o seu ódio visceral por todos os animais (que não têm culpa nenhuma), temos uma narrativa muito bela, com recurso a processos estilísticos altamente sofisticados e que tornam a leitura rápida e vivaz.

Apesar de me ter demorado um pouco com este livro, foi uma leitura agradável e um dos mais satisfatórios ALA que li ultimamente.

Asobi Asobase

Asobi Asobase
Kishi Seiji - Lerche
Anime - 12 Episódios +  2 Specials
2018
4 em 10
Um grupo de amigas na escola tem actividades recreativas e tenta ensinar uma rapariga estrangeira (mas que não fala inglês) os vários passatempos do Japão.

Tudo isto funcionaria muito bem se fosse um anime realmente sobre a amizade e a diversão. Mas na verdade, Asobi Asobase é uma sucessão de gags repetitivos e sem qualquer tipo de interesse ou piada, que se gastam nos primeiros cinco minutos do primeiro episódio. Seria de esperar que não o fizessem mais, mas são doze episódios de 20 minutos de gags a seguir a gags.

A animação é pretensiosa e também ela repetitiva. Faz demasiado uso de planos picados e de expressões faciais exageradas ao estilo shounen antigo, deformando as personagens numa tentativa de as tornar engraçadas. Uma tentativa falhada.

Tanto a OP como a ED não têm nada em comum com a série, o que seria irónico se esta não fosse tão má.

Evitem como se fosse um insecto nojento.

Big Little Lies Season 2

Big Little Lies Season 2
Andrea Arnold
2019
Série
As primeiras mentiras ficam sempre na memória. E agora, vamos ter que arcar com essas consequências.

Depois da morte de Perry, estas mulheres formam um estranho contrato. Terão de manter o segredo até ao fim. Mas com o aparecimento da mãe da vítima (Meryl Streep), as forças começam a quebrar-se e a todo o instante esta amizade feminina pode desvanecer-se.

Nesta segunda season as personagens, ajudadas por outros acontecimentos familiares, desenvolvem-se cada vez mais na sua profundidade de personalidade, procedendo a acções muito realistas e demonstrativas de um certo desespero para que tudo dê certo. As actrizes estão impecáveis nos seus papéis e oferecem uma série de matizes às personagens que apenas as enriquecem e as colocam num patamar superior.

A conclusão da season foi, para mim, bonita e simples. Uma conclusão adequada à série, que espero que não venha a ter mais episódios.

Osomatsu-san 2nd Season

Osomatsu-san 2nd Season
Fujita Yoichi - Studio Pierrot
Anime - 25 Episódios
2018
7 em 10
Voltamos a acompanhar as aventuras diárias dos seis gémeos Osomatsu. 

Agora com mais violência, mais cocó, mais raparigas e ainda mais piada, continuamos na mesma linha de base de ver a vida por um periscópio, uma vida desocupada, sem dinheiro e sem preocupações, mas com muitas coisas engraçadas que vão acontecendo. Os gags funcionam sempre bem e não há risco de repetição, porque as personagens continuam bastante bem estabelecidas.

A animação tem momentos de grande virtuosismo, com um excelente uso das formas e cores para tornar cenas grotescas e bizarras em grandes episódios de animação fluída e lástica.

As vozes são sempre hilariantes e a banda sonora muito adequada. As animações da OP e ED também são exercícios de grande curiosidade.

Uma série de comédia que, estranhamente, recomendo.

Los Espookys

Los Espookys
Fred Armisen
2019
Série

Esta foi a série mais hilariante que vi nos últimos tempos. Uma espécie de homenagem aos practical effects do terror, uma mistura de novela mexicana com filme série B.

Um grupo de amigos no méxico faz cenas de terror e começa a ganhar a sua vida interpretando casas horríficas e monstros do mar. Entretanto, existe um mistério com um deles, que terá sido adoptado em bebé por uma família muito rica e quer saber quem realmente é. De horror em horror vamos conhecendo melhor estas personagens. E vamos rir muito.

As piadas são tão absurdas como hilariantes e a maior parte do tempo a loucura dos personagens ajuda-nos a encontrar mais motivos para nos rirmos. As situações inusitadas que se sucedem são cada vez mais espectaculares e estranhas, numa amálgama de eventos que têm tanto de bizarro como de infantil.

Os próprios practical effects estão muito bem feitos e servem como um apreciar da tradição do terror mexicana.

Adorei esta série e espero imenso que haja uma segunda season!

Spice and Wolf 10

Spice and Wolf 10
Isuna Hasekura
2009
Light Novel


Para variar um pouco, uma Light Novel. Desta vez acompanhamos as aventuras de Lawrence, Holo e o seu novo companheiro Col numa nova cidade, uma ilha no Norte profundo deste mundo. Procuram os ossos que poderão ter pertencido a alguém da alcateia de Holo e, assim, dar uma nova pista na descoberta da aldeia de Yoitsu.

O ponto que para mim teve mais interesse neste volume foi a aparição de um outro deus desconhecido, um deus pagão que é uma ovelha. Esta personagem irá ajudar a nossa equipa a chegar a novas conclusões e a resolver problemas económicos com a igreja local. A descrição desta criatura é muito interessante e curiosa e deixa-nos água na boca para descobrirmos mais e mais sobre estes antigos deuses.

De resto, temos mais uma aventura económica com Lawrence, sendo que Holo é mais uma vez remetida ao silêncio a maior parte do tempo. Também não há grandes desenvolvimentos na sua relação, mas consideremos que ainda faltam muitos volumes para terminar esta história.

Foi um volume satisfatório que me deixou com vontade de ler mais e mais.



Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans 2nd Season

Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans 2nd Season
Nagai Tatsuyuki - Sunrise
Anime - 25 Episódios
2017
4 em 10
Já não tinha gostado da primeira season deste anime, mas mesmo assim fui ver a segunda. Má hora em que o fui fazer.

É que agora já não temos gundams nem zakus, ou pelo menos nenhum dos robots apresentados se parece com nada disto. Apesar de supostamente este anime estar na timeline UC, curiosamente há imensas cenas que se passam em Marte, o que não devia ser possível considerando que até na Lua só é suposto haver uma base militar.

As relações entre as personagens são muito "parvinhas", havendo cenas de amor entre vários elementos que depois resultam apenas na morte de um deles, em cenas lamechas e exageradas, cheias de sangue e lágrimas.

Estes pilotos nem sequer se dão a trabalho de usar capacete.

Os newtypes são coisa que não aparece.

Portanto, é um Gundam sem gundams. Não se pode esperar boa coisa.

Spider-Man: Far from Home

Spider-Man: Far from Home
Jon Watts
2019
Filme
6 em 10
Como saberão, eu não sou a maior fã de filmes de super-heróis, sendo que nem sequer vi o famosíssimo Avengers que termina com a história toda, etc. Fui ver este filme ao cinema porque tenho pessoas à minha volta que gostam do Marvel Cinematic Universe e pronto.

Este trata-se de mais um filme dentro do seu formato, sem grande desenvolvimento do universo ou das personagens. É uma sucessão de cenas de acção e de piadas mais ou menos acessíveis, que pontuam todo o filme com muito bom humor. Assim, é fácil de ver e muito divertido, mas nada de exemplar dentro do mundo do cinema.

Fica a nota para os efeitos especiais excelentes, que nos deram algumas cenas extraordinárias em termos de acção e desenvolvimento das características da história. NBão gostei da maior parte das opções de design. E achei que a relação entre as personagens serve demasiado a história, perdendo uma grande parte do seu realismo.

Assim, foi um filme que não me desapontou mas do qual já practicamente me esqueci.

O Meu Nome é Lucy Barton

O Meu Nome é Lucy Barton
Elizabeth Strout
2016
Romance
Recebi este livro numa actividade do BookCrossing e li-o num piscar de olhos. 

Uma leitura viciante, fala-nos da relação entre mães e filhas. A nossa narradora encontra-se internada no hospital e é visitada pela sua mãe, que não via há alguns anos. Recorda a convivência com ela, num ambiente de pobreza extrema, e as lições educativas que promete não repetir na sua própria família.

É um livro aparentemente autobiográfico, mas com um toque de ficção entrelaçado na narrativa. É uma boa forma de caracterizar a forma como alguns americanos vivem, num estado de semi-inconsciência relativamente à frustração da sua pobreza.

Mas é sobretudo um livro que fala do amor e do ódio filial e de como a linha que separa estes dois conceitos é sempre tão ténue.

Petersburg

Petersburg
Andrei Bely
1913
Romance

Este livro foi-me sugerido pelo clube de leitura Eden. Mas infelizmente foi a leitura mais tortuosa que fiz nos últimos tempos. Um livro detestável.

Este livro segue as aventuras e desventuras de um funcionário público que se vê envolvido numa confusão com um mascarado de domino. Também fala sobre a mulher dele, sobre o filho, sobre várias pessoas, mas de uma forma absolutamente confusa, desorganizada e sem grande nexo.

Existe um abuso constante, que pode ser da tradução, das palavras "little" e "tiny". Por exemplo, o autor refere constantemente que uma personagem tem um "little tiny nose" e "little tiny hands", o que se torna cansativo e muito irritante.

O livro tem uma tradução execrável, quase com mais notas que páginas de conteúdo.

Foi uma leitura desagradável, morosa e que me irritou profundamente.

NOS Alive 2019

NOS Alive 2019
Festival
Já há alguns anos que não ia a um festival de música tão grande. Desta vez fui a dois dias, o primeiro (quinta-feira) e o último (sábado). Vou falar-vos um pouco da experiência.

Para começar, o espaço do NOS Alive está um pouco diferente. Antes havia uma grande curva descendente até ao palco principal, bastante desconfortável, mas agora está tudo mais plano. Para além disso, optaram por colocar relva artificial em toda a superfície do chão, o que torna tudo um pouco mais confortável. Existe uma nova zona do tipo "bairro", com lojas, passatempos e um misterioso palco "Fado". Também fundaram um novo palco de comédia, mas já lá vamos. Os palcos também não estavam separados da melhor forma, assim como a programação: muitas vezes havia nomes relevantes a tocar ao mesmo tempo, o que tornava a escolha muito difícil. Em termos de alimentação havia poucas opções mas em quantidade suficiente para que as filas fossem de todo evitadas. Nota-se que existe agora uma preocupação com todas as opções alimentares das pessoas, havendo comidas sem glúten e vegetarianas.. Em ambos os dias comemos no Burguer Ranch, que é uma das minhas fast-foods favoritas!

Agora, para a música.

No primeiro dia (quinta-feira) começámos por passar pela banda de covers que estava no pórtico, precisamente a tocar músicas dos The Cure, os cabeças de cartaz desse dia. Um pouco estranho por uma banda de covers a tocar músicas de uma banda que também vai ao festival. Quando comprávamos bebidas, assistimos um pouco a Hot Chip, a quem aconteceu o terrível acidente de ficar sem som a meio do concerto. Mas voltaram à acção com alegria e terminaram em grande! Fora isso, começámos por ver Sharon Van Etten, que não achei nada de extraordinário. Na verdade, passei a maior parte do tempo desse concerto na conversa. Depois passámos pelo Palco Comédia para descansar um pouco. Mas não tinha piada absolutamente nenhuma. Nenhuma das pessoas que lá estavam, que certamente também estariam a descansar como nós, se riu uma gota.

Passámos à frente para ver os Ornatos Violeta. Esse sim foi um concerto brutalizante. Com uma energia incansável, a banda cantou todos os clássicos essenciais. Mas talvez não precisassem sequer de cantar, pois todo o público se encontrava em união, repetindo em uníssono todas as letras das músicas. Um concerto cheio de energia em que o público e a banda estavam unidos pela causa maior de gritar a plenos pulmões que é "uma chaga para pensar que é o fim."

Depois ficámos sentados durante um bocado a assistir a Jorja Smith nos ecrãs que estavam do lado de fora do palco. Esse concerto estava tão cheio que não nos atrevemos a entrar para o meio da multidão e preferimos ficar sentados a apreciar a música com mais calma. Depois passámos por um palco secundário onde passava Stereossauro, uma banda absolutamente ridícula que se afirma revolucionária. "Ah, é fado com electrónica." Mas os colaboradores que cantavam o fado não estavam presentes, os ritmos eram pouco inspirados e no fundo era tudo um grande aborrecimento. Por essa altura descobrimos que havia um micro-palco "Coreto" lá nos confins do festival, onde também havia uma casa de banho. Aí está uma coisa que falhou redondamente: apesar de astante grandes, só havia duas casas de banho. Não tinham uma fila muito enorme, mas estavam completamente destroçadas e sujas de fluídos humanos. Muito nojento.

Depois do jantar, aguardámos por The Cure. Mas estávamos já tão cansados que nos deixámos ficar nas mesas de refeição, ouvindo os nossos clássicos favoritos lá ao longe. Eu já tinha visto dois concertos desta banda e sei como eles são: três horas de música sem qualquer tipo de interrupção em que todos os temas famosos (ou menos famosos) são abordados. Por isso, fiquei feliz mesmo só os tendo por música de fundo.

Fazemos agora um intervalo para passar ao nosso segundo dia (Sábado).

No Sábado focámo-nos sobretudo em Idles, que deram um concerto fantástico e cheio de energia. É uma nova banda com origens no punk inglês, mas que fala sobre problemas da modernidade social, como a morte por suicídio depressivo e liberdade sexual. Foi já considerado um dos melhores concertos em festivais deste ano, o que não é de admirar. 

Reparei que estava a dar, quase ao mesmo tempo, Marina. Esta artista tem um grande número de fãs entre as pessoas que conheço, sobretudo no Brasil. Tinha curiosidade mas acabámos por não ver quase nada, apenas que os dançarinos tinham roupas muito giras.

O nosso ex-libris desse dia seria The Chemical Brothers, mas antes disso ainda passámos para ver o Thom Yorke. Infelizmente não gosto nada da personagem, então fiquei mal disposta com a mu´sica e tive de sair.

Finalmente, a banda que esperávamos. Foi um concerto muito intenso, com uma grande componente visual, em que podíamos dançar com os monstros estranhos que sempre aparecem nos videoclips. Não consegui nunca ver a banda, mas conseguia ouvi-los e cantar a plenos pulmões "The Eve of Destructiooon". Um concerto para se dançar sem parar!

Nos dois dias foi um pouco difícil encontrar transporte para casa. Os ubers malcriados, os taxia sinda pior. Mas isso é outra história de uma outra aventura.

Fiquei contente por ter ido a este festival, que me parece ter melhorado exponencialmente desde a última vez que o tinha frequentado.