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27.6.11

Mononoke

Review Original @

Mononoke
Anime - 12 episódios
2007
9 em 10

Mononoke aparece como a continuação das aventuras de um certo personagem da última parte da série Ayakashi. Para complementar o vosso prazer de visualização, mais alguns arcos foram acrescentados, usando um estilo de arte original e uma forma de contar a história engenhosa, com o único e honesto objectivo de nos contar histórias que podiam ser a nossa.

A arte é, de longe, a parte mais impressionante desta série. Uma explosão de cor que nos lembra o epítomo artístico do Japão antigo, uso inteligente de mixed media e um design cuidadoso para cada tema fazem de Mononoke um doce para os olhos. Cada detalhe merece admiração, como uma pintura que se movimenta. A animação é simplexmente soberba, constantemente adaptando-se a novos estilos e temas que são usados para cada história.

Os personagens acabam por ser uma parte do seu fundo, numa existência praticamente bidimensional. No entanto são muito detalhados, especialmente considerando todos os intricados padrões de roupa e de ccorpo que decoram as suas personalidades.

Continuando, os personagens podem estar muito bem concebidos em termos visuais, mas o que os faz único é a maneira como foram feitos emocionalmente. Cada personagem te uma existência distinta, mesmo que alguns só apareçam mais tarde. Os personagens de cada arte são completamente dependentes da história a que pertencem, mas poderiam fazer sentido como indivíduos fora dela. Mas, o elemento impressionante deste grupo é o principal e recorrente personagem, Kusuriuri - O Vendedor de Remédios. Este homem misterioso é a ferramenta que faz o anime continuar, dentro das mesmas histórias e de história em história. Ele não tem qualquer tipo de caracterização, mas aparenta ser o mais palpável dos personagens. Por alguma razão, ele sai do (eventual) imaginário ou místico para ser alguém que existe.

Kusuriuri, o misterioso vendedor de remédios, move-se de arc em arc resolvendo estranhos acontecimentos que assaltam os outros personagens. A única coisa em comum no meio de tudo isto é que cada problema é provocado por um monstro, fantasma ou espírito, algo criado especificamente para assombrar aquele grupo de pessoas. À medida que ele descobre mais sobre os acontecimentos, as razões por trás da aparição revelam-se. E o resultado é, na maioria das vezes, algo de extrema beleza. A narrativa é básica no sentido em que os personagens revelam as suas acções e a cronologia da história, mas cada arco é tratado com tanto cuidado e carinho que até o evento mais simples é transformado em poesia.

As músicas OP e ED são menos que memoráveis. No entanto, o que marca Mononoke não é a música, mas o som. O uso de efeitos correctos nos momentos correctos dá o efeito de mistério e medo. Em certa medida, pode ser inspirado em pelas de Kabuki. É orginal neste sentido mas, de outra forma, bastante mediano.

Uma série de histórias fantásticas que tocam todos os temas do folclore Japonês, liderada por um dos melhores personagens alguma vez criados e coroado por uma arte verdadeiramente original. Uma obra-prima em termos artísticos. Ver Mononoke é como ler um poema da época Heian: pequeno, por vezes até simples, mas tão rico em detalhe que não podemos impedir que "o orvalho molhe as nossas mangas".

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