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30.12.24

POPTOP Festival Lisboa

 

POPTOP Festival Lisboa
Evento


Fomos ao último evento do ano, para também eu fazer um último cosplay do ano. Fui vestida da minha Mukashi Mukashi, a Bruxinha das Histórias, só para passear e haver um bocadinho de fun.

O evento começou logo problemático por causa da sua publicidade e da venda de bilhetes através de "influencers digitais" (muitos deles pessoas minhas conhecidas e amigas), o que levou a um grande backlash pela parte de algumas pessoas. Ainda assim, decidi dar uma oportunidade e lá fomos nós no Domingo, que era o dia do concurso de cosplay, já que várias migas com entrecosto iam participar. Sábado havia uma palestra que me parecia interessantíssima sobre cosplay na era digital, mas eu estava a trabalhar e não podia comparecer, pelo que espero que alguém tenha gravado.

Anyway, chegámos mesmo na hora do início do concurso, que foi muito engraçado e criativo. Os cosplayers estão cheios de criatividade nos seus skits, e estou muito orgulhosa por todos terem feito um trabalho excelente nas suas performances, isto está cada vez melhor. Os meus preferidos foram os skits vencedores, sem dúvida, sobretudo o de Minecraft, em que ri histericamente.

Depois, uma coisa que não via acontecer HÁ ANOS: todos a dançar, a cantar, a fazer o comboio no público e no palco, uma diversão delirante e absoluta em colectivo. Foi um ambiente fantástico de comunidade como já não via há imenso tempo, e isso encheu-me de grande alegria.

Infelizmente, assim que o concurso terminou, apagaram as luzes todas e mandaram-nos embora, o que foi uma tristeza porque assim não pudemos ver o resto do espaço, coisa em que tinhamos muito interesse porque tinhamos muita curiosidade em ver o Pavilhão Carlos Lopes que é um edifício muito bonito. Do pouco que vimos, havia carros (?), muitas arcadas e alguns jogos para jogar. Mas fiquei com muita pena de não ter visto o resto.

De resto, passeámos pela Wonderland (que estava ao lado) em cosplay e uma menina disse-me "Olá". Fiquei conti.

Foi uma excelente maneira de finalizar o ano de cosplay. Até para o ano malta!

The Substance

 

The Substance
Coralie Fargeat
2024
Filme
4 em 10


ATENÇÃO: eu só vi dois terços do filme enquanto colava cristais numa renda de uns bloomers. Então esta review é um bocado skewed, mas não queria deixar de falar deste filme de quem toda a gente anda a falar histericamente.

Do bocado que vi do filme, entendi que uma mulher velha arranja um corpo mais jovem e que esse corpo toma uma identidade própria absorvendo a juventude da outra mulher que se torna numa velhota caquética e horrenda. Tudo ok, só que a parte que eu vi era absolutamente HILARIANTE, porque estava TÃO MAL FEITA.

Garanto que para mim isto foi uma comédia pegada, desde o momento em que comecei a ver o filme (mais ou menos quando Demi Moore tem um ataque de qualquer coisa e começa a destruir comida) até ao fim (em que Demi Moore explode num blob de carne e sangue e eu chorei de rir). Eu sei que o objectivo era dizer que "somos belas para sempre mesmo quando velhas e não precisamos de ser substituídas por pessoas mais jovens" ou então "as influencers jovens que andam por aí roubaram a beleza a uma velha qualquer e substituiram-na", mas para mim este filme apenas disse "a Demi Moore é um blob de carne e sangue".

Por isso, ficarei para sempre com essa imagem na memória e vou rir sempre que me lembrar dela.

O meu marido dorme no congelador

 

O meu marido dorme no congelador
Yazuki Mizaka & Takara Yaku
Manga - 2 Volumes / 14 Capítulos
2020
6 em 10


Comprei este manga por impulso (tipo anteontem) e já o li.

Uma mulher é vítima de violência doméstica de todo o tipo, desde porrada a violação e traição. Portanto, decide matar o seu marido e guardá-lo numa arca congeladora que tem em casa. Qual a sua surpresa quando, na manhã seguinte, o marido surge feliz e contente a pedir o pequeno almoço. Nisto começa uma espiral de loucura. Será que ela o matou realmente? Quem é este homem? E ela começa a alimentá-lo com a carne do cadáver que está no congelador.

Se as cenas de violência são realmente impressionantes e conseguimos compreender no nosso íntimo o sofrimento desta mulher, Nana (sobretudo porque o marido é especialmente atraente, isto torna tudo ainda mais perturbador), a conclusão do manga acaba por ser bastante óbvia e parecer uma cópia de vários media que já vimos anteriormente no cinema e comics ocidentais. Gostei bastante da arte e da forma como Nana duvida da sua própria sanidade mental, mas a conclusão realmente não é muito boa, e acaba por frustrar bastante o leitor.

Tendo isso em conta, não posso dar mais do que uma nota mediana a um manga que, com um argumento pensado de outra forma, poderia ter sido excelente.

Ramayana: The Legend of Prince Rama

 

Ramayana: The Legend of Prince Rama
Sakou Yuugou - Nippon Ramayana Film Co.
Anime - Filme
1993
7 em 10


Uma obra rara e extremamente curiosa, porque foi produzida no Japão e teve um release exclusivo para a Índia, tendo sido re-lançado recentemente em blu-ray pelos seus 30 anos de existência.

Conta o mito de Ramayana, um mito tradicional indiano que conta a história do príncipe Rama, uma das faces do Deus Vishnu. A história é extremamente complexa e cheia de aventuras que, com todo o respeito, só posso classificar de mágicas e mirabolantes, com deuses, demónios, seres mágicos e assustadores e inimigos poderosíssimos que só a bondade divina de Rama poderá vencer.

A animação é o ponto forte deste filme, com cenários de uma beleza incrível e cenas de acção fabulosas, de uma criatividade sem limites.

Aparentemente, todas as crianças da Índia algum dia viram este filme, sem saberem de que se tratava de um anime. Por isso, fiquei muito feliz por ter tido oportunidade de o ver com a original dub indiana. Recomendo.

Miss Major Speaks

 

Miss Major Speaks
Toshio Meronek & Miss Major
2023
Entrevista


Livro que li para o BookClub LGBT do Círculo dos Cogumelos.

Trata-se de um conjunto de entrevistas a uma das figuras mais relevantes do activismo queer, Miss Major, uma travesti transexual negra que - essencialmente - esteve em todos os momentos relevantes da história LGBT dos Estados Unidos.

As histórias que ela nos conta são de uma importância extrema e esta senhora é um poço de história. Mas mais do que isso, as histórias que ela nos conta mostram-nos as injustiças que as pessoas transexuais, as pessoas negras e as pessoas que - transversalmente - são as duas coisas, sofrem às mãos das políticas sociais e da polícia, e sempre foram sofrendo ao longo dos anos. Mas o seu discurso traz também esperança e, sobretudo, muita compaixão e amor, o que certamente trará muito alívio às pessoas em dificuldade à volta do mundo que terão oportunidade de ler este livro.

Para as pessoas transexuais, este livro é essencial para que compreendam a sua própria história, de onde vieram, para onde vão. Para os aliados, como eu, este livro é precioso para que se compreenda como podemos ajudar melhor, quais as dificuldades que as pessoas enfrentam e como as podemos resolver.

Por isso, recomendo vivamente.

Spider-Man

 

Spider-Man
Sam Raimi
2002
Filme
6 em 10


Um dos primeiros filmes de super-heróis, no tempo em que ainda os faziam como deve ser e ainda não havia "multiversos" para aqui e para acolá. Na verdade a review do "Spiderverse" que eu escrevi há pouco era para ser deste filme mas olha, enganei-mes.

Adiante. Neste filme colocam Peter Parker na escolinha e ele ganha os seus super-poderes e põe-nos imediatamente em acção contra alguns bullies. Depois temos algumas cenas espectaculares - sobretudo para a época - dele aos pulos pela cidade e logo logo aparece o inimigo, que é o Green Goblin. 

É um filme bastante satisfatório e com alto valor de entretenimento, mas que não traz nada de novo em termos intelectuais. Temos cenas de acção muito boas e que nos mantém agarrados ao ecrã, mas para quem espera aprender algo com o Homem Aranha, veio à sala errada.

De todos os modos, fiquei satisfeita por - acho que pela primeira vez na vida - ter visto um filme de super-heróis não totalmente detestável.

Gladiador II

 

Gladiador II
Ridley Scott
2024
Filme
3 em 10


Se o primeiro Gladiador era uma festa de anacronismo histórico, este Gladiador é um absurdo.

Um "selvagem" é raptado pelos romanos e posto à prova contra uns macacos. Tendo sucesso, é comprado para fazer as vezes de gladiador e o seu dono oferece-lhe a cabeça de Acacius em troca do seu trabalho na arena. Acacius é um general bem parecido (é o Pedro Pascal) que conquistou a terra dos selvagens e está a fazer um trabalho político para destituir os "Imperadores", uns manos maus e doidos com sede de sangue.

E préupréupréu pardais ao ninho, banhos de sangue, tubarões no coliseu romano, gente a montar rinocerontes, uma sucessão de coisas impossíveis e doidas que não fazem sentido nenhum nem no seu contexto histórico, nem na realidade, nem em sítio algum sem ser na cabeça maluca de Ridley Scott, que nem sequer tem a capacidade de produção para me animar o mar como deve ser e para fazer uns barcos digitais com um mínimo de realismo.

Filme mais horroroso que vi este ano, certamente, e o mais parvo também.