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28.11.18

Disobedience

Disobedience
Sébastian Lelio
2017
Filme
7 em 10


Como pode o amor entre duas mulheres florescer num meio altamente religioso e ortodoxo? Este filme é uma comovente análise do desejo e da libertação do amor sensual, num contexto altamente improvável.

Quando falamos de judaísmo, certamente recordamos o tradicional germanismo e os EUA. Mas a comunidade judaica está viva e muito forte em alguns lugares do Reino Unido, sendo que o filme caracteriza uma dessas comunidades. Desde já é um filme curioso nesse aspecto. Desconhecia muitas coisas acerca da tradição judaica harmonizando-se com o quotidiano da realidade e o local onde se encerra esta narrativa é um caldeirão perfeito para tirarmos algumas conclusões.

De resto, a história que nos é apresentada é apaixonada, muito explícita e desesperada, fazendo recurso a personagens com um conteúdo polposo que permite muito desenvolvimento (se calhar mais do que o tempo limitado do filme nos permite) que só conseguem ser trazidas à vida por um conjunto impecável de actores.

Fica uma nota para a cinematografia simples e para a parca utilização de cenários e adereços, de certa forma virando as costas à tecnologia e dedicando-se mais ao lugar de todos os dias.

Recomendo bastante!

Maya - O Romance da Criação

Maya - O Romance da Criação
Jostein Gaarder
1999
Romance
Depois de Sofia, sempre fiquei um pouco curiosa acerca deste autor e do que mais me poderia ensinar sobre o pensamento filosófico. Por isso, pedi este livro no BookCrossing, por onde o recebi. 
 
O autor confunde-se e confunde-nos com uma série de narrativas dentro de narrativas, em que ficamos sem compreender exactamente o que se passou na realidade e o que realmente as pessoas conversaram. Penso que, na contemplação do novo milénio (o livro foi publicado em 99), o Gaarder procura estabelecer uma ligação entre a nossa evolução humana e a evolução do planeta e das outras espécies.
 
Só que em vez de se dedicar aos excelentes diálogos entre as suas personagens, o autor decide enfiar a martelo por ali no meio uma fantasia sobre cartas de jogar e um anão imagin~a´rio. Isto apenas confunde os pensamentos de quem lê, sobretudo quando se vem a chegar à conclusão final de que o narrador era apenas uma personagem, mas uma personagem que existe e a quem aconteceram todas as coisas, excepto aquelas que afinal não aconteceram. Confuso, certo?
 
Apesar de o livro nos colocar uma série de questões interessantes, elas acabam por ficar para trás devido à desnecessária complexidade da narrativa.

Castlevania Season 2

Castlevania Season 2
Netflix
Animação - 8 Episódios
2018
7 em 10

Depois do (não) sucesso da primeira season, não conseguimos resistir em ver imediatamente e de seguida todos os oito episódios desta segunda.

Agora, Trevor Belmont, Sypha e Alucard estão juntos para encontrar o castelo do Drácula e destruí-lo para evitar o holocausto de toda a humanidade. No entanto, Drácula reuniu os seus vampiros generais e estão a tentar organizar uma guerra. Mas, no meio disto tudo, qual o verdadeiro objectivo do velho vampiro?

Desta feita, houve um melhor desenvolvimento das personagens e das relações uns com os outros, sobretudo na relação pai-filho entre os vampiros e no desenvolvimento de amizades (e inimizades) com novos personagens. Isto permite caracterizar melhor os vampiros enquanto comunidade e estabelecer melhores âncoras com os vários passados e, com isso, com o que se está a passar na série. Infelizmente, fazem questão de mencionar isso ao longo de todo o último episódio, o que é ligeiramente parvo e parolo.

Se a animação das cenas de diálogo é extremamente fraca (e estas também, devido ao uso constante de piadas que não correspondem em nada às personagens), já aquela das cenas de acção não se fica por menos de surpreendente. Com recurso a técnicas bastante simples, sem nenhuma profusão digital, temos o melhor aproveitamento de coreografias muito bem pensadas, tornando cada luta num corropio de emoções e num tornado de sensações visuais.

Apesar do final ao mesmo tempo foleiro e extremamente tocante e comovente, ainda nos deixaram espaço para mais uma season. Tenho esperança que seja como os jogos e agora passem para um novo capítulo, com outras batalhas e outros inimigos.

The Ballad of Buster Scruggs

The Ballad of Buster Scruggs
Joel Coen & Ethan Coen
2018
Filme
7 em 10
Desta feita, os nossos irmãos Coen surpreendem ao fazer um filme produzido e distribuído pelo novo gigante televisivo: a Netflix. No entanto, este é um filme digno de figurar entre aqueles com maiores valor de produção e maior dedicação dos autores. Baseado numa série de histórias escritas na infância dos irmãos, este é um conjunto de contos cinematográficos que nos remete para um universo de livros de cowboys e fantasias.

Dividido em seis partes, que são também seis histórias distintas, algo une todas as histórias. Para começar um mordaz sentido de humor que deixará por terra até os mais fortes. Tendo isso em consideração, as histórias são surpreendentes, trágicas e, ao mesmo tempo, terrivelmente engraçadas. Depois, todas elas têm um tema em comum. Todas falam, de uma forma ou de outra, da morte e da contemplação do fim.

Para além disso, temos um conjunto de imagens fotográficas ao longo do filme que nos remetem para um passado longínquo e para uma natureza distante e agressivamente selvagem, mas em que o pior continuam a ser sempre - e para sempre - as pessoas.

Um filme que passa num instante, de uma comicidade culpada e filosófica.

23.11.18

Popee The Performer

Popee The Performer
Masuda Ryuuki - Nippon Animation
Anime - 39 Episódios
2000
4 em 10
São trinta e nove episódios, com quatro minutos cada um. Portanto, pouco mais de duas horas e meia de puro horror e sofrimento.

Um anime que se popularizou durante uns instantes porque envolve um palhacito, cócó e sangue do nariz, trata-se nada mais nada menos que uma sequência de historietas sobre o circo, que envolvem desgraças em maior ou menor nível. Um anime infantil (fora o facto de os bonecos sangrarem), meio demente, que seria muito engraçado se não fosse absolutamente horroroso.

A animação desta coisa é um objecto de negação da arte. Não há uma linha direita nestes sprites digitais e a sua textura, estrutura, anatomia, design geral e movimento são tudo menos coerentes. Tudo falha, há erros em todos os momentos e parece que cada episódio foi feito pelo mais incompetente estudante do curso profissional de animação do novas oportunidades.

Temos um conjunto de musiquinhas assustadoras e perturbadoras que ligam muito bem com o pavor que é isto tudo.

Fica um pontinho a mais pela originalidade.

Captured in her Eyes

Detective Conan: Captured in her Eyes
Kodama Kenji - TMS Entertainment
Anime - Filme
2000
6 em 10
Ver os filmes de Detective Conan tem sido uma aventura e, ao mesmo tempo, um enorme sacrifício. Mas este filme, o quarto da saga, foi moderadamente agradável e simples de aturar. Um alívio!

Mais uma vez, Conan tem de encontrar um misterioso assassino que nem mesmo os mais profissionais detectives conseguem descortinar. As pistas são poucas mas, como habitualmente, são muito simples e evidentes. Mas não é o caso que torna este filme interessante. O que faz este filme, até agora, mais ou menos único na saga é o facto de se explorar um pouco a relação entre as personagens e de quase se perceber que Conan é um adulto preso no corpo de uma criança. Nesse aspecto, o filme torna-se bastante original e foi isso que me manteve a vê-lo com alguma atenção.

Temos também uma animação superior à média destes filmes, com utilização inteligente dos cenários em proveito da acção. A qualidade de imagem está aprimorada e temos algumas cenas de acção bastante intensas, com um valor de produção bem usado.

Musicalmente, temos um tema final que não faz muito sentido mas que pode ser agradável ao ouvido.

Ainda me faltam ver alguns filmes, mas agora tenho a esperança renovada!

Sara

Sara
Bruno Nogueira / Marco Martins
Série - 8 Episódios
2018

Mais uma série portuguesa com o cunho de Bruno Nogueira. Dá vontade de dizer "claro que é uma comédia". Faz rir, mas não diria que é bem uma comédia.

Sara Moreno é uma actriz, de teatro e filmes portugueses daqueles que estreiam em Cannes. Sempre teve jeito para chorar mas, um dia, decide que não consegue mais. A partir daí a sua vida altera-se imensamente, porque passa a encontrar o seu lugar no seio das novelas mais parolas e deprimentes de que há memória. Enquanto isso, tem de ler os escritos do seu pai doente e deprimido.

Se esta série tem momentos hilariantes (a maioria das vezes protagonizados pelo bizarro "agente" Albano Jerónimo), trata-se mais de uma análise àquilo que é ser actor e ao lugar do actor no panorama cultural. Se não há espaço para uma actriz que, talentosa, é remetida para o lugar da novela porque "não consegue chorar", qual a função do entretenimento? Qual a função da televisão?

Enquanto isso, temos personagens que - mais que uma caricatura - simbolizam um certo sorriso de desespero, um sorriso carnívoro da realidade brutal em que não há lugar para os inadaptados.

No entanto, penso que a série não está perfeita. Encontro-lhe algumas falhas. Por exemplo, se ao início havia uma maior exploração do sentimento de Sara, a narrativa toca em pontos como a gravidez e as relações que depois são abandonados sem mais nem menos. Também é difícil de compreender algumas das interacções de Sara com os seus amigos, sendo que nos episódios finais existe mais uma contemplação da morte que não justifica algumas das atitudes dos personagens.

Ainda assim, fartei-me de rir em alguns momentos, assustei-me em outros. Recomendo!

The Unspoken Life

The Unspoken Life
Kimberly Pope-Robinson
2017
Auto-Ajuda
 
O tema da auto-ajuda não é especialmente frequente neste blog. Este livro "The Unspoken Life", surge nas minhas mãos após uma palestra pela autora, num congresso da minha ordem profissional no início do ano. As suas palavras tocaram-me e, por isso, decidi comprar o livro.
A minha profissão é conhecida por todos por ser altamente emocional e, ao mesmo tempo, técnica. No entanto, nem todos sabem que é aquela com maior taxa de suicídios a nível mundial, causados pelo elevadíssimo stress no trabalho, falta de respeito entre colegas e pelos clientes, a elevada carga emocional que lhe está inerente e, sobretudo, pela falta de valorização da pessoa enquanto trabalhador e enquanto indivíduo.
 
Este livro vai de encontro à ideia de que todos nós somos importantes e insubstituíveis. Com exemplos únicos do nosso trabalho, mas que podem ser extrapolados para qualquer profissão, a autora sugere que encontremos os nossos próprios "balões", que nos elevarão acima da linha do mar, para onde os "sinkers" da vida diária nos afundam.
 
O livro é precioso como referência, mas fiquei um pouco desapontada por a palestra a que assisti ser uma cópia ipsis verbis deste volume. Assim, acabei por não aprender muita coisa de novo.
 
De todas as formas, a autora disponibiliza o contacto e uma comunidade para que possamos praticar essas suas sugestões. Penso que me vou inscrever :)

Batman: O Príncipe Encantado das Trevas

Batman: O Príncipe Encantado das Trevas
Enrico Marini
2017
Banda Desenhada

Comprámos esta obra em dois volumes na CCPT 2018. A arte da capa fascinou-nos e, assim, não resistimos em adicionar esta graphic novel à biblioteca.
 
Nesta balada de Gotham City, o autor toma uma série de liberdades com o nosso herói morcego, misturando muitos elementos bastante amados do universo numa só história. Tudo começa quando uma mulher acusa Bruce Wayne de ser o pai da sua filha de 9 anos. Ao saber disso, Joker decide raptar a criança, de forma a obter um avultado resgate.
 
Apesar das liberdades narrativas e de design, que por ora até são bastante interessantes (uma mota-gato para a Catwoman!), esta é uma aventura viciante que nos permite encontrar novas análises neste conjunto de personagens. A caracterização é especialmente boa no caso de Jokjer e Harley Quinn, que aparecem com um discurso cheio de humor negro e com personalidades malévolas e, ao mesmo tempo, muito divertidas.
 
Os diálogos casuais entre todas as personagens fazem com que a leitura seja rápida, o que é ajudado pela sequência cheia de acção entre os painéis. O autor faz uso de grandes e largos cenários ao longo das páginas, com uma coloração muito suave que oferece uma boa sensação de movimento. Quase podemos ver cada um dos músculos dos desenhos a vibrar.
 
Uma excelente aventura com uma conclusão improvável!



Lisboa Games Week 2018

Lisboa Games Week 2018
Evento

Se por momentos duvidei que pudesse ir a este evento, foi com muito gosto que consegui terminar o meu cosplay, inscrever-me para o concurso individual, ensaiar E AINDA ter folga nesse dia! Hoje vou falar-vos da minha experiência neste evento de videojogos e no respectivo concurso de cosplay :)

Como saberão, eu não sou a pessoa mais experiente em termos de jogos. Isto significa que, fora uma ou outra incursão no retrogaming (que na altura não era retro), sei muito pouca coisa. Mais uma vez, fui ao evento com esperança de experimentar a realidade virtual e, mais uma vez, não foi possível de todo.

Depois de obter a minha credencial, procurei por todo o lado o local onde fazer a confirmação da minha inscrição. Organizado em dois pavilhões da FIL, este ano a organização mudou o locao do palco, pelo que foi um pouco difícil de encontrar. Para além disso, a Cosplay Hour - organizadora do concurso de cosplay - estava num lugar nada adequado, muito longe do palco e misturados no meio da confusão. Esta empresa disponibilizava vestiários (que careciam de um espelho...), aluguer de cosplay e bolachinhas! Adorei as bolachinhas! Mas foi difícil de os encontrar e, mais difícil, reencontrar o local do palco.

Nos vestiários, conheci umas meninas muito simpáticas que me emprestaram linha e agulha (a minha armadura, que tinha estado a coser ao fato de manhã, descoseu-se do fato assim que a coloquei, lol) e que me apoiaram moralmente enquanto eu tentava calçar as minhas botas maléficas sem rebentar as costuras das minhas calças, demasiado apertadas nesta fase da minha vida em que enfardo comida em barda sem controlo. Fica a sugestão de, num próximo evento, disponibilizarem pelo menos um banco ou cadeira no vestiário e um espelho. Saí de lá sem ter a certeza se a peruca estava bem encaixada na moleira ou se, pelo contrário, tinha um aspecto ridículo, embora as meninas me tenham tranquilizado relativamente a isso. Noutra nota, fica também a sugestão de fazer o vestiário unissexo, pois assim dá mais espaço para todos.

Aproveitei para tirar algumas fotografias a pessoas bonitas que circulavam naquella área e de eu própria ser receptáculo do olho de fotógrafos, o que me causou grande agrado. Afinal, eu não estava exactamente confiante a usar o meu cosplay de guerreira dos yoyos à la anos 80, sobretudo devido ao facto de a minha camisa ser COR DE LARANJA e de as minhas calças serem AMARELAS, que são cores que - como todos sabemos - não ficam bem em nada, em ninguém nem uma com a outra.. Depois fomos todos juntos até ao palco, onde confirmámos os últimos detalhes e nos alinhámos por ordem de entrada.

Foi quando descobri que um terço dos concorrentes inscritos havia desaparecido misteriosamente pelas rachas da terra. Evidentemente que este belíssimo sistema de "quem concorre não paga" faz com que muitos chicos e chicas espertos e espertas se aproveitem para se inscrever, entrar sem pagar e depois fugir da organização aos risinhos, de forma a não participarem no concurso - que é um elemento de grande stress e ansiedade para todos nós.

Tanto stress e ansiedade que várias das pessoas à minha volta me descreviam o seu prjecto de skit e se afirmavam altamente nervosas e eu dizia "nã val a pen"e eu dizia "vai lá e faz" e lá foram e izeram e ganharam e venceram e eu fiquei toda contente! =D

Entretanto, eu mesma. O meu cosplay era da Mamiya, de Hokuto no Ken. Conforme bem citado pelo apresentador, isto é uma série de 83, altura em que quase ninguém do público era nascido (eu ouvi gritos a dizer que não, mas não inventem porque nem eu era nascida e eu sou de imensa antiguidade). Portanto, decidi pegar nos jogos dessa altura e fazer um skit animado e divertido de murros e pontapés ao som de 8 bits! Na verdade, eu só tinha tido tempo para ensaiar uma hora no dia anterior. Mas foi uma hora muito intensiva, em que perdi pelo menos uma grama de massa corporal, e acabou por correr tudo bem! Fiquei muito satisfeita, apesar de muito cansada, e fiquei contentíssima de as pessoas terem gostado e várias me dizerem que se riram e se divertiram! =D Mas, repare-se, fiquei mesmo muito cansada. Ia-me desfalecendo. Felizmente a organização providenciou-me um golo de água e um sofá, onde pude hiperventilar até recuperar a minha frequência cardíaca normal.

Em breve terei o skit na minha página de Facebook! Mantenham-se atentos a ela, pois irei transferir muito material de cosplay para lá, ok? :)

A imagem do sucesso =D
 
No final do concurso, antes da entrega dos prémios (parabéns a todos! <3 ), houve uma pequena surpresa. Duas moças vestidas com trajes de um certo videoclip das danças coreanas, foram fazer a referida dança coreana para o palco, convidando todos os cosplayers a fazer a dança corean. Como eu não sei do que se trata, dancei a macarena. :)
Depois fui dar uma volta pelo evento, falar com pessoas amigues e lindes. e ver se conseguia experimentar algum jogo. Queria experimentar o Kingdom Hearts (não consegui), o Spyro (não consegui) e qualquer coisa com realidade virtual (também não consegui). Sei que não o consegui por vergonha ou incompetência, mas a verdade é que não sei como ficar numa fila para jogos nem quanto tempo posso gastar a jogar. Ficará para a próxima em que, espero eu, irei acompanhada por alguém mais experiente nestas lides e conseguirei aguardar pacientemente a minha vez.

O espaço, no entanto, poderia estar melhor organizado. O facto de as estruturas não estarem todas viradas para o mesmo lado torna o percurso do evento muito confuso, sendo que várias vezes fui parar a becos sem saída que não tinham nada. As lojas, organizadas numa espécie de molho de bróculos, estavam tão juntas que era muito difícil transitar. Para além disso, não sei o que é esta coisa dos geeks com as mochilas, mas toda a gente tinha mochilas ao nível da minha cabeça/tronco/ombros/pernas, que me batiam com toda a força, com frequência. Isto poderia ser evitado se contassem com espaço para as mochilas, em vez de calcularem a área necessária baseando-se apenas em pessoas de pequenas dimensões. Os artistas, bons artistas, estavam remetidos num canto misterioso e difícil de encontrar. Comprei uma boneca para um bebé que conheço e ganhei ainda uma pokébola, que fez as alegrias da gata Joplin durante (mais ou menos) 4 minutos, altura em que desapareceu debaixo de um móvel para não mais ser encontrada. :)







Observando o público do evento, gostaria de comentar que vi vários pais (que não eram muito mais velhos que eu!!) com um ar de sacrifício imenso, cientes de que os seus filhos não queriam estar ali com eles e que não estavam à vontade. Gostaria de lhes deixar a dica: se jogarem também, vão ver que é giro! Aproveitem que estão com os putos para se divertirem todos juntos!
De resto, havia muito cosplay e bastante variado. Considerando que este ano havia pré-inscrições para as entradas gratuitas (que eram MUITAS), seria de esperar que o evento estivesse muito bem recheado, mas penso que os cosplayers se diluíam um pouco na multidão incessante de mochilas. Falando nisto das entradas grátis, considero uma parvoíce que os mascarados exijam a entrada sob o argumento de "damos alegria ao evento". Nem se notava que havia cosplayers, tantas eram as pessoas. Ainda assim, o meu olho clínico captou a imensa e intensa beleza e talento de alguns seres humanos, que passarei a mostrar:

Cosplayers Humanos de Grande Talento e Beleza!























E assim se passou mais um ano de Lisboa Games Week. Mais um ano em que não joguei nada. Mas mais um ano em que curti totais de fazer o meu cosplay e o meu skit! Já tinha saudades de coisas assim calmas e relaxantes, embora muito cansativas!

Espero ver-nos no ano que vem!

Uma careta de parveta para finalizar!
Obrigada! <3

Steins;Gate: Fuka Ryouiki no Déjà vu

Steins;Gate: Fuka Ryouiki no Déjà vu
Hamakasi Hiroshi - Whitefox
 Anime - Filme
2013
5 em 10

Apesar de ter gostado muito da série original de Steins;Gate, nunca tinha perspectivado que viesse a ver mais alguma coisa desse franchise. Talvez porque nunca tivesse imaginado que fosse um franchise.

Neste filme, os conceitos iniciais de Steins;Gate, das linhas temporais e das viagens no tempo, misturam-se de forma a fazer com que Okabe sofra um desaparecimento total. Resta a Kurisu encontrar a linha temporal onde ele está para o restituir à realidade.

Ora, infelizmente este tipo de conceito narrativo já foi tão utilizado e tantas vezes que, no fundo , já sabemos mais ou menos o que vai acontecer. Evidentemente que tudo culmina no amor apaixonado, na libertação do outro para a felicidade de todos e assim por diante. Portanto, algo muito previsível e aborrecido.

A animação também não é nada extraordinária, sendo que não temos cenas espectaculares de acção nem cenários altamente detalhados. O anime volta uma e outra vez aos mesmos locais, sem lhes acrescentar nada de novo e mantendo-se firme e seguro na sua mediocridade.

O mesmo acontece musicalmente. Os efeitos sonoros são repetitivos e contribuem para a sensação de que estamos a rever a mesma história uma e outra vez, sendo que as músicas feature não têm qualquer tipo de interesse estético.

Uma treta de filme e uma péssima sequela a uma série tão gira.

O Trem das Treze (e Treze)

O Trem das Treze (e Treze)
Teatro & Teatro
2018
Teatro
Para finalizar as minhas visitas na Mostra de Teatro de Almada, fui assistir a esta peça excelente, organizada por um dos ramos da Associação Mundo do Espectáculo, na qual também participo.

Apresenta-se-nos um palco aos quadradinhos brancos e pretos, como um tabuleiro de xadrez infinito e indefinido. Lá ao fundo, um relógio diz que são uma e qualquer coisa. De repente, aparecem duas figuras, exactamente iguais, com roupas iguais, malas iguais e caras iguais. Comentam um com o outro que faz frio. E a partir daí se desenvolve uma comédia de semelhanças e enganos, sendo que o comboio das treze (mais treze) nunca mais chega.

Com interpretações excelentes, este é um texto que tem tanto de simples como de misterioso. Aproximando-se um pouco da tradição do absurdo, são palavras que servem o propósito de manipular as personagens até chegarem a um culminar de violência e hilariedade, tanto mais estr como o cenário monocromático que está sempre presente.

Fazendo uso de muita física, com um texto de difícil repetição de palavras, as actrizes remetem-nos para este universo parado no tempo, uma plataforma de um comboio que não chega e que, na verdade, nem sabemos se existe.

É uma peça diferente, muito curiosa e que, se houver repetição, vale muito a pena ir ver!

AmadoraBD 2018

AmadoraBD 2018
Evento
Apesar de nunca perder o AmadoraBD, este ano estava um pouco reticente sobre o que iria acontecer. Conhecendo algumas das pessoas responsáveis pelo serviço educativo e cenografia queria, por um lado, encontrar os seus projectos e assistir a uma das visitas (o que acabou por não ser possível). Por outro lado, outros visitantes afirmavam que este ano a exposição estava muito aquém das expectativas.

O tema deste ano era o Brasil. Talvez seja um tema importante devido ao impasse político que se vive neste momento nesse país, mas penso que a forma como a exposição estava organizada não permitiu que todo esse tema fosse explorado em detalhe. Os cenários eram muito simples e com poucos momentos para tirarmos uma fotografia ou outra e as pranchas expostas diziam muito pouco sobre os autores e sobre a situação que eles desejavam retratar. Também as explicações dadas sobre cada um eram poucas e incompletas, referindo apenas idade, geografia e trabalhos mais importantes, sem fazer referência à sua importância ou influência no panorama actual. Assim, foi uma exposição principal que me causou um certo desapontamento pois, sinceramente, esperava muito mais.





















Aproveitei para ler este álbum enquanto lá estava :)


A exposição seguinte referia-se a bandas desenhadas vencedoras de prémios em outros festivais internacionais. Apesar de as imagens serem muito interessantes, também a falta de explicações em cada uma delas me deixou um pouco baralhada porque não sabia a que se referiam, qual o tema de cada uma nem sequer os seus títulos. Assim, mesmo quando vi estes volumes à venda com tradução em português, não senti vontade de os comprar: afinal, não fazia ideia do que tratavam.







Finalmente, para terminar com o primeiro piso, a exposição de "homenagem". Desta feita foi organizada em favor de um dos grandes vencedores dos prémios do ano passado, autor do volume "Deserto/Nuvem", que me vem fascinando desde então (e que, finalmente, comprei!) Esta era uma exposição melhor organizada, com muitas informações que colocavam um bom contexto à do autor, muito rica e muito filosófica. Este cenário já dava azo a mais fotografias engraçadas e deixou-me com água na boca para comprar esse livro que já desejava.
















Passamos ao piso subterrâneo. Mais uma vez, este ano a sua decoração era escura, assustadora e tudo parecia mais um parque de estacionamento abandonado do que uma exposição de BD. Mais uma vez, os dados sobre os materiais expostos eram vagos. Muitos dos cenários eram pouquíssimo detalhados e faziam mau uso da luz, sendo que em muitos deles era quase impossível ver as pranchas expostas sem g grande esforço.

Fica a nota para a excelente exposição de homenagem a um grande criador dos primórdios da animação portuguesa, muito completa e com boas explicações.



















Em resumo, apesar de ter sido um passeio agradável e de não ter sido tudo tão horrível comnforme era a minha expectativa, foi das exposições menos bem conseguidas que vi no AmadoraBD. Não sei se será a falta de orçamento, a falta de tempo, a falta de organização ou tudo junto, mas a verdade é que este festival terá de se reinventar para o ano que vem se quiser manter-se como relevante no nosso panorama.

Nem falo do cosplay, que foi eliminado dos acontecimentos do festival há tempos. Falo de trazerem temas mais modernos, mais interessantes para as camadas mais jovens, deixando de lado o individualismo editorial e apostando nos temas populares. Acreditem que se tivessem uma prancha sequer do anime  ou do comic do momento teriam o evento pelas costuras.

Noutra nota, acho importante referir que os livros colocados à venda pelas editoras estão na maior parte das vezes com preços proibitivos. Uma das características dos festivais é que podem servir para o "destralhar" das empresas, que normalmente oferecem valores especiais para as compras. Parece que os eventos de banda desenhada em Portugal são excepção, porque tenho a sensação que muitos livros estavam até mais caros do que comprados por outra via.

Enfim, foi giro mas podia ser melhor. Para o ano (se houver para o ano!) espero que se redimam. :)

Torrada em chamas!