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23.2.15

Vício Intrínseco

Vício Intrínseco
Paul Thomas Anderson
Filme
2014
7 em 10

Fomos ao cinema! Devo dizer que estava uma fila gargantuesca, toda ela para ver as Cinquenta Merdas da Sombra aquele filme que vocês sabem. Tanto que chegámos à sala e já o filme tinha começado há cinco minutos! Portanto, ao início, foi um pouco difícil de acompanhar.

Seguimos a história de Doc, um tipo que trabalha como detective privado e que representa em si toda a broa de ervanárias dos anos 70 americanos. Aliás, todo o filme representa esse tipo de actividade. Depois da sua ex-namorada se lhe dirigir, ele começa uma investigação que o leva até aos meandros do tráfico e consumo de drogas variadas. O filme é um pouco complexo precisamente por causa disto. Sendo que a perspectiva da narrativa é toda pela parte de Doc, passam-se uma série de coisas que à primeira vista são incompreensíveis, mas que possuem significado dentro do contexto. O complicado é tentar passar sobre aquilo que é real ou fantástico e descobrir esse tal significado. Assim, de certa forma - especialmente na parte final - a narrativa é um pouco confusa. Talvez tivesse sido mais fácil de seguir se eu estivesse no mesmo estado que Doc (dava vontade, dava)

O mais interessante deste filme é o conjunto de personagens que nos é apresentado. Toda a gente, de uma forma ou de outra, está a alucinar com alguém, alguma coisa ou alguma situação. Normalmente motivados pelo consumo de droga. Mas são todos boas pessoas, até os psicopatas nazis, se virmos a coisa conforme a perspectiva de cada um. Isto traz uma mensagem muito positiva em relação a este grupo de pessoas, os hippies, a freakalhada, sobretudo porque toda esta gente está muito bem construída dentro do argumento e passam para nós de forma altamente realista. Poderemos estabelecer teorias sobre que pessoas realmente existem e quais são apenas imaginação. Pessoalmente, acredito que toda esta gente é real, tal como é real a dinâmica entre cada um. Isto apenas pode ser conseguido por um trabalho de actor que, não sendo espectacular, está dentro das expectativas.

O filme tem imagens bastante fortes, apesar de não nos apresentar grandes paisagens. Ainda assim, em termos de cinematografia, temos alguns momentos que ficam na mente. Para mim, a cena da corrida à chuiva e as bandeirinhas vermelhas do local das obras foram os que mais me marcaram.

Outro ponto forte da película é a banda sonora. Com sons da época que retrata caindo profusamente sobbre os nossos ouvidos, é um prazer ouvir isto, como se se tratasse de uma colectânea dos anos 70.

É um filme que requer uma certa dose de concentração, mas que no final - se pensarmos bem nele - acaba por ser fiel retrato e homenagem ao movimento da época, embora toque apenas de leve em alguns temas que seriam importantes no contexto histórico. Ainda assim, creio que gostaria de rever este filme, mas desta feita debaixo da manta e em casa.

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