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28.3.12

Top Models: Paula de Sá Nogueira (Um Bestiário)

Top Models: Paula de Sá Nogueira (Um Bestiário)
Cão Solteiro
2011
Teatro
7/10

Pelo dia da mulher, eu e a Sandra Lúcia Cristina fomos ao teatro. Eu tinha esta sugestão gentilmente cedida pela Ana-San e, depois de duas horas perdidas em Lisboa em que fomos desde a Graça até Chelas, fomos ver a peça aqui apresentada.

Tinha expectativas de que fosse uma bela treta do avant-garde, só pelo título se via. Era avant-garde, mas era bem gira afinal de contas!

Um revisitar ao Auto da Barca do Inferno. O diabo manda umas alminhas para entrarem pela porta do anjo. Que é a Paula de Sá Nogueira. Que não quer que ninguém entre pela porta. Cada alminha um estereótipo que às vezes não é o que parece (Lauraaaa) e cada reacção de Paula/Paulinha a caracterizar o desespero geral em que se encontram as pessoas cansadas.

Um texto complexo recheado de brincadeiras estilísticas. Actores bastante bons, com ênfase para a Paulinha (será mesmo este o nome dela) que transmite um verdadeiro sentimento de incompatibilidade.

O grande defeito terá sido um excesso de produção um pouco excusada. E um alongamento no fim que já cansava, nos últimos minutos estive sempre à espera da última deixa para acabar.

De resto, ninguém passa pela porta. Porque a porta é minha! .|.

26.3.12

Pyramids




Pyramids (A Discworld Novel)
Terry Pratchet
1989
Fantasia

Bem, mais tarde ou mais cedo teria que me iniciar no Discworld. Já me tinham falado tanto disto e nunca os levei a sério porque é fantasia, género que eu abomino, mas enquanto estava à procura de um livro para dar à Fifi, convenceram-me e comprei este, que me foi recomendado pelo Tjan como um bom livro - dentro dos primeiros da colecção - para começar.

Epá, ainda bem que eu comecei!

Terry Pratchet é um mestre e o Discworld é o resultado de uma imaginação delirante, que vai discorrendo sem rédea ao longo de uma escrita detalhada e complexa. Os livros de Discworld podem ser lidos por qualquer ordem e Pyramids foca-se num universo bastante semelhante ao nosso Egipto antigo. Excepto que, bem, as pirâmides têm mesmo problemas a nível temporal e espacial. A história é simples, bastante louca e muito eficiente. Serve como explicação a alguma da ciência, magia e sobre-naturalidade deste disco em cima de quatro elefantes em cima de uma tartaruga, e explica muito sobre a religião e os deuses deste mundo (que só existem quando acreditamos neles o que até pode ser verdade no nosso mundo também)

Os personagens são muito simples, com a personalidade definida através de uns quantos traços explicados em acções. No entanto rapidamente passamos a gostar deles e a querer saber o que se passa com eles. Gostei sobretudo de You Bastard, o maior matemático do mundo, que rumina matemática (literalmente).

O melhor de tudo isto é que Pratchet escreve com tanta segurança que até as coisas mais idiotas são deliciosamente convincentes. Ele está mesmo a falar a sério, de coisas muito sérias, que acontecem serem engraçadas (por puro acaso).

É para continuar! Digam-me lá, qual o próximo que eu vou arranjar?

Xam'd: Lost Memories




Xam'd: Lost Memories
Mayasuke Miyaji - Bones
Anime - 26 Episódios
2008
6 em 10

Retirado daqui: http://myanimelist.net/forum/?topicid=407291&pages=1&show=0#msg13986679


Xam'd intessou-me durante cerca de três episódios. E depois fez o que todos os animes têm feito ultimamente. Que é tornar-se num molho de situações clichés.

A animação é bastante boa e detalhada, com cenas de acção muito intensas. No entanto, parece-me que há um excesso de cenas de acção, que tornam tudo mais desinteressante. Os designs das personagens são bons, apesar de Nakiami aparentar ser demasiado exótica e especial, o que tira muito crédito à personagem. A maquinaria tambéme stá muito bem concebida. Mas os Xam'ds... Ca feios. E muitas vezes não desfazem as roupas, porquê?

OP e ED são muito boas. Gostei especialmente da OP. Tudo o resto combina com o ambiente mas não é muito memorável.

Os personagens são bons durante um bocado, mas depois todos se envolvem em viagens de auto-descoberta, o que torna o seu desenvolvimento previsível e aborrecido.

A história tem muitos defeitos, incluindo questões como "porque é que há uma guerra afinal" e "o que é são os Xam'ds exactamente"

No final, isto podia ter sido muito divertido se eu não estivesse tão aborrecida com o anime e tão cansada como estou. Mas a qualidade no seu todo é questionável.

PERGUNTA BÓNUS: Porque é que todas as crianças cresceram mas nenhum dos adultos envelheceu?

A Mulher do Tigre




A Mulher do Tigre
Téa Obreht
2011
Romance

Um livro que o meu pai me emprestou.

Aparentemente esta Téa Obreht é aquilo que eu não vou chegar a ser nunca, uma talentosa escritora de apenas 26 anos. É verdade que escreve bem e que o livro tem a sua dose de fascinante.

Nesta história, Natália é uma jovem médica que vai dar vacinas ao outro lado da fronteira e lhe é dada a notícia da morte do seu querido avô. Durante a viagem ela reflecte sobre duas histórias que o seu avô lhe contou e que definem a sua vida e a vida dele. São essas as histórias do homem sem morte e da mulher do tigre, que dá título ao livro. Cada personagem destas histórias tem um passado envolvente e detalhado, o que as situações muito ricas e realistas.

No entanto há algumas falhas. Téa Obreht terá vivido verdadeiramente a guerra dos balcãs? As descrições parecem tão afastadas de uma vivência da realidade, as memórias parecem mais uma recolecção de entrevistas do que o relato do que realmente aconteceu. Da mesma forma, se as histórias foram narradas pelo avô e estavam envoltas numa certa dose de mistério, como é que ela obteve tantos detalhes sobre cada pessoa, mesmo investigando os locais? A história da mulher do tigre peca sobretudo por isto, se tudo aconteceu quando o avô era pequeno e quase nenhum dos intervenientes estava vivo, como podemos saber que as coisas aconteceram mesmo assim? Por esta razão, a história passa mais por invenção do que por surreal realidade e é, portanto, impossível usá-la para caracterizar a personalidade do avô.

Admito que está muito bem escrito e que me manteve agarrada até ao fim, mas era mais para saber a história do homem sem morte do que a da mulher do tigre, que é suposto ser a principal. O livro podia ter feito um esforço maior para caracterizar os locais e as situações reais da guerra, mas assim como está também é bom.

25.3.12

Mawaru Penguindrum

Mawaru Penguindrum
Ikuhara Kunihito - Brains Base
Anime - 24 Episódios
2011
7 em 10

Uma cópia de uma conversa fica servindo de review:

Simbolismo é mostrar as coisa por símbolos. Eu não vi símbolo nenhum. A menos que aqueles coelhos sejam um símbolo? Nem é preciso analisar nada, está ali tudo chapado Mas não foi esse o defeito de Mawaru Penguindrum, por mim até podiam mostrar a história com uma chaleira na cabeça a dançar que não me chateia nada. O defeito é tornar-se vulgar. Nos primeiros dois terços da série tivemos uma análise coerente dos personagens e dos seus dramas familiares, o que foi muito interessante. No fundo, Pinguins era uma série sobre gente com famílias atrofiadas e como lidam com esses problemas na sua vida. No último terço, de repente, temos MAGIA ÓDEUS, O DESTINO, uns super-poderes ali metidos a martelo e de repente já não temos famílias, nem drama pessoal, nem desenvolvimento interior dos personagens, temos uma conclusão completamente descabida motivada por - possivelmente - um desejo de chocar sem ir pelo lado chocante.

Isto torna uma série de concepção extremamente original num objecto especialmente preparado para impressionar. O final torna toda a série petulante. Tanta coisa bem feita para afinal, no fim, ser apenas um anime como todos os outros? Tantos riscos tomados em termos artísticos e narrativos para depois a premisa ser, precisamente, segura? Gente que afirma que vai arriscar tudo e depois desiste é um desapontamento.

19.3.12

Fate/Stay Night




Fate/Stay Night
Ueda Shigeru - Studio Deen
Anime - 24 Episódios
2006
6 em 10

À conta da bacana loira da qual toda a gente faz cosplay eu queria ver isto. Digamos que não valeu muito a pena. Que raio de personagem mais bidimensional para toda a gente adorar!

Aparentemente este anime foi inspirado num daqueles jogos pornográficos (que eu até gosto, desde que estejam exclusivamente populados por jovens másculos vestidos de cabedal). Isto significa que a história, que até tinha um interesse mínimo ao início, se transforma num harem passado alguns episódios. O que significa que, pois é, se torna deveras estúpida.

A arte é bastante medíocre e as cenas de acção são feitas com pouco gosto e gastando recursos inúteis. Para que é que precisam daquelas chamas todas? Em vez de chamas podiam ter dado mais atenção aos fundos, sobretudo nas cenas de conversa prolongada. Não há igreja mais chata que aquela, mas ao menos as pessoas morrem quando são mortas. Ou, parafraseando a senhora Lili Caneças, estar morto é o contrário de estar vivo. E, além disso, as pessoas vivem e morrem.

A música é um detalhe agradável e dá ambiente às conversas chatíssimas que esta gente toda tem.

Os personagens... Bem, um conjunto de recortes da caixa do Chocapic. Excepto a Saber, que é sem dúvida da caixa das Estrelitas. A parte interessante é que, supostamente, cada um destes servos representa um grande herói da história da humanidade. Adivinhar quem é quem é a parte mais gira. Quem diria que aquele gajo que conquistou a Europa toda mais a Ásia era um ganguro?

Diz que isto fica bom quando se chega a Fate/Zero. Está aqui para ver.

11.3.12

A Rainha no Palácio das Correntes de Ar




A Rainha no Palácio das Correntes de Ar
Stieg Larsson
2007
Policial

E aqui está o último livro da Millenium. Se de policial isto passou para história de espiões, mesmo no final transforma-se numa perseguição judicial. É muito interessante, pois acompanhamos em primeira mão todos os que estão contra Lisbeth Salander e a maneira como ela se vai safando.

Mais uma vez, uma acusação aos maus tratos dados às mulheres, uma denúncia das falhas judiciais e uma crítica ao sistema de tutorias lá da Suécia (que nem há cá, por sinal).

A escrita é viciante, mas neste livro não acontecem tantas coisas em paralelo nem há grande mistério para resolver. Ainda assim há um par de cenas de acção que dão mais tempero ao volume.

Os personagens cresceram muito ligeiramente, com a percepção de Lisbeth sobre a sua vida social. Finalmente ela percebe que tem amigos e isso transforma a sua personalidade. Torna-se menos aguçada, pareceu-me.

Infelizmente, já não há mais Millenium para ninguém. Esta série merecia continuar, mas agora é impossível...

4.3.12

Whisper of the Heart




Whisper of the Heart
Yoshifumi Kondo - Studio Ghibli
Anime - Filme
1995
6 em 10

Review original: http://myanimelist.net/forum/?topicid=401277


Olhando para este anime poderia dizer que está tecnicamente perfeito. No entanto, a perfeição muitas vezes não trás bom resultades. Whisper of the Heart tem falta de substância em todos os aspectos, apesar de tudo estar bem feito.
A arte está bem feita, com animação limoa e bem desenhada. Mas não há beleza nem nas coisas que supostamente são muito bonitas. Os designs dos personagens são iguais a todos os outros designs Ghibli e o gato está mal desenhado.
Isto é outra coisa que eu não percebo, a obsessão por gatos. Quantos mais gatos vejo no anime e na minha vida diária menos gosto deles.
ANYWAY, a história é aparentemente original, mas parece que os personagens não têm uma razão para os seus objectivos. Fazer sonhos tornarem-se realidade parece-me uma boa razão, mas porque é que decidem fazê-los realidade precisamente agora? O que aconteceu por trás disso?
 A música é irritante.
O final soube bem, mas um pouco exagerado. Na melhor das hipóteses, um trabalho mediano.

Pandora Hearts




Pandora Hearts
Kato  Takao - Square Enix
Anime - 25 Episódios
2009
6 em 10

Em conversa com a Hota-chan, a minha review é esta:


Olha, antes de mais não percebi um penís do que se estava a passar ali logo ao início e isso desinteressou-me e pus-me a ver a série em modo multitasking. Quanto mais avançava menos eu percebia e eu estou com a sensação de que a culpa não é minha, é mesmo aquilo que está com tanto mistééério que acaba por não estar sólido. Os personagens são pouco carismáticos, não têm desenvolvimento notável e as suas relações não parecem evoluir. Os designs não são nada de especial e a animação tem falhas. No geral, uma expressa tentativa de fazer algo único que cai facilmente no cliché. Sobretudo na parte do "comic relief", aquilo só me dava vontade de dar estaladas a quem fez isto.

A única coisa que safa é mesmo o Gilbert, que é giro.

J. Edgar




J. Edgar
Clint Eastwood
Filme
2011
7 em 10

Por alguma razão a minha mãe achava que, por fazer de homem mais velho, o Leonardo DiCaprio estava nomeado para os óscares. Por isso fomos ver este filme.

Enfim, digamos que o Clint Eastwood pode ser um grande cowboy mas que os filmes dele são sempre a mesma coisa. São sempre uma seca. São lentos sem necessidade e sem serem contemplativos, insistem em detalhes irrelevantes que não adicionam nada à caracterização. Este filme peca pelo mesmo.

Uma pretensa biografia de J. Edgar Hoovers, primeiro e uno director do FBI, este filme foca-se no personagem em si e deixa de lado a envolvência política e factual da história. Leonardo DiCaprio faz um excelente papel caracterizando Hoovers, um homem obsessivo, paranóico e, no geral, uma má pessoa. Infelizmente Hoovers não deve ter sido muito mais do que obsessivo, paranóico e má pessoa, porque não há a menor inflexão destes factores para ilustrar melhor a personagem. Talvez seja culpa de DiCaprio. Talvez seja culpa do argumentista. Provavelmente culpa dos dois mais do Clint Eastwood, que olhou para isto tudo e deu OK.

A parte divertida deste filme é o segredo de Hoovers. Ele não deixa de ser mau mas, aparentemente, tem a capacidade de amar. E, spoiler, ele ama o seu adjunto e a modos que são os dois gays e a modos que isso proporciona cenas mega fofinhas entre os dois velhotes. Infelizmente a intensidade da sua relação acaba por não ser bem ilustrada e cai um pouco no ridículo em algumas partes. Também há a cena bonita do fulano a sair do armário, vestindo o armário da sua falecida mãe (com a qual tem uma relação um pouco estranha mas que também saiu um bocado mal definida).

É um bom filme, mas tem montes de defeitos. 7 porque o Leo é um bom actor e a sua caracterização e maquilhagem estão muito bem feitas.

Hércules




Hercules
Ron Clements e John Musker - Disney
Animação ocidental - Filme
1997
5 em 10

E depois de ver o Nemo o que é que fazemos? Vemos o Hercules!

Este é um filme da minha pós-infância, mas eu nunca o tinha visto. Gosto das músicas, mas nunca tinha visto o filme. E foi uma má experiência.

Este filme é, antes de mais, uma reciclagem de outros filmes da Disney. Nomeadamente do Rei Leão. Não ajuda nada que as vozes sejam as mesmas, eu estava sempre com a sensação de estar a ver o Simba ali a lutar contra o mal. A adaptação da história do Hércules é das coisas mais mal feitas que vi na vida. Sinceramente, será que eles sequer leram o mito dos 12 trabalhos? Hera não é a mãe de Hercules. Hercules é um comum mortal de força sobre-humana. Quem quer destruir Hercules não é Hades, Hades nem sequer é má pessoa e Hades não quer conquistar o Olimpo. A Hidra não foi o primeiro trabalho, foi o último. O Pegaso não foi uma prenda, foi o prémio que saiu de dentro do corpo da Medusa quando a cabeça lhe foi cortada. E assim por diante. Além disso, omitiram o trabalho mais giro, que era o de limpar a cavalariça.

A arte é insuficiente, os designs são feios e os deuses, a parte mais gira dos designs, não têm suficiente tempo de antena.

A música é possivelmente a única parte boa disto tudo, porque os coros das musas são muito engraçados. Acho que teria sido melhor conseguido se todas as músicas fossem cantadas por elas e não pelos personagens mas não, não podemos fugir do esquema habitual ou então não vão gostar do nosso filme!

Eu não tinha a noção de que a Disney conseguia produzir filmes de qualidade B. Afinal consegue.